domingo, 21 de julho de 2013

Na forma...novo livro...aguardem...


Comecei escrever o próximo livro...

O Torvelinho Pedagógico e outros giros

- para professores que anseiam novas propostas no processo de aprender e ensinar–


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Agenda Literária


Aguardando lançamento:
Antologia Brasileira Diamantes IV - Org. Fídias Teles
Palavras Desavisadas de Tudo - Editora Scortecci (lançamento em 17/08/2013)

Aguardando recebimento:
Antologia da Academia Nacional Portal do Poeta Brasileiro (lançamento em 26/07/2013)
Antologia Escritores Brasileiros - ZMF Editora (lançamento em 19/07/2013)
Vingança II - Literarte

Livros que estarei lançando:
Jardim das Almas - Literarte
Floriza e a bonequinha dourada - Literarte 

Confira também:
Posse na Academia de Letras de Buenos Aires
Catálogo Artístico da Literarte

Algumas outras participações estão sendo analisadas.
As premiações serão divulgadas oportunamente (aguardando liberação nos sites oficiais)


Comunhão

(logo: Edições Costelas Felinas)
 
 
 
Oh! Pássaro alado que me sonda à noite
Na fria esquina, no apartamento, no descampado
Cubro-me com tuas asas negras

Gigantesco corvo que me observa devorador
tua saliva me faz cessar a sede e teu sangue me entorpece
teu hálito me alimenta, tua sombra reconforta
 
quando chega o fim do dia e o crepúsculo emerge
no horizonte te destacas, incólume, renascido
e então me segues por onde eu caminhe descuidado
 
vejo-te ali, estás ao meu lado
um corvo, um mocho, um mago
ciceroneando ruas, trilhas, travessas
 
e enamorado me abraças em corpo quente
para sermos tão somente um diante de tanta gente
o mistério da comunhão mítica às avessas...
 


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Jandira

foto: Geraldo Gabriel Bossini


Vencidos os transtornos da mudança, procura isso e aquilo, arruma aqui e ali e pouco a pouco as coisas foram se posicionando em seus lugares. Casa nova, cidade nova, outro recomeço. Minha vida parece obedecer ao ritmo de um eletrocardiograma. Entre altos e baixos, etapas que findam e outras que eclodem, sigo semelhante a uma Fênix. Enfim, lá estava eu me alojando na casa localizada na Rua Barão Almeida Cravo, num bairro afastado, mas muito bonito, onde fui recepcionado com flamboyants floridos e o canto de muitos pássaros. Claro, também fui ameaçado pelo latido de vários cães defendendo suas moradias.
 
A ideia era assumir aulas de Matemática em uma escola próxima. Uma escola pequena, bem organizada, limpa e povoada de pessoas simpáticas, excetuando-se os funcionários da secretaria que me fulminaram com o olhar e não esboçaram qualquer sorriso. Um intruso! Mas interpretei a postura deles como enfrentei aqueles indivíduos que ladraram para mim nas ruas. O fato é que ali estava pousando e pretendia permanecer por longos anos. Estava animado.

Chegando a casa, após caminhar pelo bairro, decidi comemorar abrindo um vinho. O primeiro copo depositei ao lado da imagem do preto velho na cozinha. Devia muito a ele. Liguei a televisão, estirado no sofá quando observei um objeto voador cruzar a sala. Caminhou pela cortina, outro voo e vasculhou o quadro antigo pintado por minha avó, Cenira. Era uma barata. Estampou-me o terror. Não sei quais sentimentos fluem em mim quando as vejo. Paralisado olhando aquele ser monstruoso, busquei estrategicamente o meu chinelo. De forma provocativa ela voou uma vez mais para encontrar minhas costas. Gritei, correndo pela sala como que deparado com um fantasma. Tirei a camisa, olhei em minha volta, andei sorrateiro pelo corredor e espiei na sala. Ela devia estar me olhando aos risos.

Sentei-me novamente no sofá com ar de espreita, como um cão farejador atento à sua presa. Ocorre que naquele momento a presa era eu! Tentei acalmar-me e prosseguir com a taça de vinho e a novela que era transmitida. Trêmulo e inseguro.

Aos poucos me acostumei com ela. Voava aqui e ali. Digamos que ficamos amigos. Desisti de extingui-la desse adorável planeta. Afinal, ela já residia ali. Eu era seu inquilino. Chamei-a de Jandira. Jandira era o nome da secretária da escola. Éramos amigos... mas, nem tanto!

Retornando à casa procurava atualizar Jandira sobre o que havia feito naquele dia, reclamava de alguns alunos, criticava alguns pais ou a postura de alguns professores, falava de política e economia. Jandira ouvia e quando se cansava abria as asas e desaparecia.

A casa tinha muitos esconderijos para ela. Tinha um forro de madeira com algumas entradas estratégicas e porão. Um parque de diversões. Jandira parecia solitária como eu. De certa forma, agradecia a ela por isso e a incentivava a não acreditar nos homens. Todos malandros. Nenhum prestava! Na realidade temia um casamento próspero e uma penca de filhos volitando pelos cômodos de casa.

Meu sossego e minha vida tranquila com Jandira agitaram-se quando recebi o telefonema de minha irmã, Celina, que desejava passar um final de semana e conhecer a casa. Desesperei-me. Viria ela e o pequeno Arthur. Duas pessoas que amo, mas que certamente eliminariam Jandira. Jamais compreenderiam essa amizade e as relações interpessoais que surgiram e se alicerçaram ao longo de meses de convívio.

Ensaiei inúmeras vezes confidenciar-lhe meu respeito e carinho por Jandira, mas temi não ser compreendido. O fato é que Celina e Arthur chegaram. Desceram do taxi e se alojaram. Ficariam uma semana. Com certa impaciência procurei estar atento a qualquer manifestação de minha amiga para interceder por sua vida.

Jandira resolveu aparecer à noite. Estávamos na sala tomando sorvete quando ela efetuou seu voo rumo à cortina. Arthur gritou com uma inocência apaixonante “olha, um helicóptero!”. Celina levantou-se senhora de si e pronta para o baraticínio. Em pânico, coloquei-me a frente e pedi que sentasse. Foram momentos tensos, pois Celina estava fora de si e convicta de que sua missão na terra era exterminar aquele inseto. Em quase meio a um MMA, Celina concedeu a oportunidade de ouvir-me. Silenciou-se inconformada e apreensiva. Desconfiava de minha lucidez e sanidade. Percebi que havia cedido temporariamente, mas tramava uma tocaia à Jandira. Perdi a vontade de trabalhar. Minha ausência poderia ser fatal. Roguei que se comprometesse não fazer mal a ela.

Todo dia saía inseguro e ao retornar aguardava impaciente o voo de Jandira. Recebi críticas ferrenhas, admoestações diversas e ameaças constantes. Arthur logo se apaixonou por Jandira e ela realizava voos especiais para ele.

- Nojenta!, exclamava Celina ao compartilhar na sala a nobre companhia de Jandira.

Mantinha o chinelo próximo.

- Se ela voar em mim ou no Arthur eu espatifo ela!, vaticinava furiosa.

Em uma noite calorosa, Celina decidiu dormir com a janela aberta, embora ciente de que seria a porta para Jandira penetrar no quarto. Por essa razão, deixou o chinelo ao alcance. O fim estava próximo e seria naquela noite.

A madrugada já ia alta quando Celina sentiu algo percorrer seu rosto. Levantou-se num impulso. Era a maldita! Ameaçadora, correu acender a luz do quarto e então viu que Arthur estava tendo uma convulsão. Hospital. Urgência. Cuidados. Arthur reagia. De volta para casa. Alivio!

- Se não fosse Jandira acordá-la, talvez fosse tarde... , comentei alegre.

De alguma forma, após o episódio, Jandira passou a ser da família, com direito a sobrenome. Jandira Boina Vato. Mais até que isso, tornou-se uma celebridade. Agora todos querem conhecê-la!  Mas estou desconfiado de que ela arranjou um namorado...outro dia apareceu voando toda de branco pela sala. Noiva?


Se não leu, aproveite o recesso escolar e coloque as leituras em dia!

Predador

foto: Geraldo Gabriel Bossini

Como um vampiro quero lhe tragar a alma
Esvaziar-te de ti mesmo e sentir teu corpo inerte
Murcho e solto, para eu brincar qual gato e passarinho

Te arrastar para o meu ninho no alto da mais alta árvore
Qual harpia e sua presa, em noite de esplêndida beleza
A lua, prata e reluzente, em teu corpo nu dormente

O canto da coruja e o voo dos morcegos
A dama da noite que se abre cheirosa
E minha língua a percorrer-te prazerosa

Teus gemidos no abafado som da noite me tremula
Mula sem cabeça, gnomos, fadas, bruxas
Em ti todos os seres, para ti todos os prazeres

Para ti me rendo, admirando a nudez pálida de teu corpo
Preso em minhas teias te devoro aos poucos
Cuidando para estar contigo por toda a eternidade


Poema da Dúvida

foto: Geraldo Gabriel Bossini

Ah! Que dor me invade intempestivamente
Ocupando espaços ociosos de minha mente
Que vazio é esse que me consome em cinzas
Sem que a chama me aqueça e me reconforte

Mesmo que, de toda sorte, eu chore e clame
E um profundo silêncio sobre mim se derrame
Chamo-te para estar comigo em dia infame
Para que me abrace, proteja, me acompanhe

E tua resposta é a indiferença, ultrapassando qualquer crença
Afinal, qual é o teu nome? Tua cara? Tua residência?!
Moras no alto, no infinito, na montanha, em minh´alma?
Sois criação puramente humana ou tu que te mostraste?

Se tua mudez é para testar-me a fé, abandono-te em tua vaidade
Creio no vento, nas ondas agitadas do mar, na neblina, na garoa
No bem que faço, presente e visível, no gesto espontâneo de amizade
Nem creio na piedade, vale mais o respeito e a solidariedade

Se tu existes criastes sistemas que hoje te dominam
Distantes estão de ti os milagres e as crenças
Tornastes comércio, ameaça, preconceito e morte
Se vives, levantas, toma o que ignoraste e anda!


Belô Poético


 

Além dos muros


foto: Geraldo Gabriel Bossini
 
a arte recorta e reedita o cotidiano
no território da inspiração o pincel desliza
a alma dança em sinfonias intocadas e sublimes
a vida se tinge num olhar cigano
 os delicados pés desfilam compassados
na arte de sentir o que nem sempre tem sentido
 
minhas mãos se agitam e tecem letras
tecelão da imaginação tricoteio palavras
eclode a poesia, brota a prosa, a alma delira
viajo em terras desconhecidas e vivo amores
enalteço a vida e celebro a morte e os rancores
na arte de se ouvir o que não se ouve

por vezes sou criança, velho, jovem, uma dama
na eterna arte tudo é transitório e no caos se inflama
ora Calíope, ora Virgem de Guadalupe, Deusa Mãe
em mim arde a chama que tudo consome e nada protela
fios de miçangas adornadas, o penteado, os trajes, o bordado
na arte de ver o que não deve ser visto

a arte materializa a alma em corpos desnudos
 concupiscente beija os lábios carnudos das normas
para viver e manifestar-se em quaisquer formas
além dos templos, das casas, dos fóruns e dos muros
na arte de caminhar por caminhos tortuosos

 

domingo, 14 de julho de 2013

Prof Geraldo José Sant´Anna recebe Título de Doutor Honoris Causa






Em cerimônia em Cabo Frio o Prof Geraldo recebeu Diploma de Doutor Honoris Causa pela ABD (Associação Brasileira de Desenho e Artes Visuais) no Rio de Janeiro

Doutor Honoris Causa é o titulo atribuído à personalidade que se tenha distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.



Lançamento da Antologia Vingança II, pela Literarte

 

Prof Geraldo José Sant´Anna está entre os Melhores Contistas Luso-Brasileiros

 
 
 
 
 
 
Em cerimônia no Teatro Municipal de Cabo Frio, Prof Geraldo recebe honraria de Melhor Contista.
 
 

Prof Geraldo José Sant´Anna assume no Grau de Grande Honra Cadeira na FEBACLA


Em cerimônia pública o Prof Geraldo José Sant´Anna assumiu no Grau de Grande Honra a
Cadeira n. 15 - Patrono Dom Pedro I na Federação Brasileira doas Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro
 
 
 
 
 
 
 
 

Prof Geraldo José Sant´Anna recebe Título Honorífico de Comendador da Cidade do Rio de Janeiro

 
Em cerimônia pública a Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes outorgou
a Comenda Cidade do Rio de Janeiro ao Prof Geraldo José Sant´Anna
 
 
 
 
 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Gabriel e sua viagem inesquecível

Foto: Geraldo Gabriel Bossini

Ele era apaixonado pela vida. Adolescente ainda oscilava entre duas paixões: o basquete e fotografia. Era muito querido pelos seus amigos e seus pais. Tinha duas irmãs, Clara e Eunice. Cultivado como uma planta rara, o “rapinha do tacho” mostrava-se como um ser perfeito aos olhos daqueles que o amavam. Seu nome: Gabriel.

A cada dia mais se aproximava o momento da decisão, qual a profissão que escolheria? Seus hobbies algumas vezes o tocavam profundamente, em outras se esvaiam, emergindo uma dezena de possibilidades, que se diluíam tão rápido quanto haviam surgido. De alguma maneira invejava alguns colegas que notadamente demonstravam suas aptidões. O que desejava ser médico, advogado, engenheiro, professor, psiquiatra...mas para Gabriel esse assunto era um vácuo.

Certa manhã reuniu os pais e irmãs. Sairia para uma aventura. Com uma mochila nas costas e sua máquina fotográfica ganharia o mundo. A conversa teve a dimensão de uma bomba atômica. Críticas, censuras, medos, ansiedade, ameaças, lágrimas. Gabriel resolveu ouvir tudo e manter o que se passava em sua mente. Estava consciente dos perigos e privações. Queria arriscar, mesmo que se decepcionasse profundamente.

Em uma estação de ônibus conheceu Khenan. Um pouco mais velho que ele, cabelos rastafári, bom de papo, alegre e descontraído logo conquistou Gabriel. Estava indo para São Thomé das Letras, uma cidadezinha mineira, repleta de encantos e magia. Foram juntos. Cachoeiras, neblina, casas de pedra, lendas e belas fotos registraram seus momentos.

Aconchegado na Pedra da Bruxa teve um insight. Faria uma exposição de fotos em sua cidade. Retornando para casa, adormeceu no banco do ônibus. Ao abrir os olhos percebeu que estava acompanhado. Um passageiro sentara-se ao seu lado. Uma conversa começou. Gabriel contou de sua viagem e sua inspiração, falou da breve exposição. Entusiasmado o homem deu-lhe várias dicas, como se conhecesse muito de fotografia.

A exposição “Cidade de pedra: caminhos de Thomé” foi um grande sucesso. As fotos despertavam interesse e demonstravam a sensibilidade de Gabriel em captar as imagens. Quase ao final chegou um homem bem apessoado, de terno e chapéu branco, que logo Gabriel reconheceu. Era o homem que conhecera no ônibus!

Seu nome era Tartys. Ele prenunciou a contratação de Gabriel por uma grande revista fotográfica. De alguma forma o vaticínio se concretizou. Três meses depois integrava o corpo de fotógrafos da empresa.

Nunca mais viu Tartys. No entanto, estranhamente detectava sua presença em momentos importantes de sua vida. Entendeu tratar-se de seu anjo da guarda.

A vida é repleta de mistérios e os anjos caminham entre nós. Coincidências acontecem e se revelam na leitura de um livro, na frase dita por uma pessoa, uma sensação de alegria e paz, ou mesmo uma conversa informal com um desconhecido.

Talvez a estória de Gabriel seja apenas uma estória, mas talvez nos faça abrir os olhos e perceber que os anjos estão tentando falar conosco de inúmeras maneiras, bastando a intenção de querer ouvir...


Geraldo Gabriel Bossini




terça-feira, 9 de julho de 2013

O vento e a rosa

Foto: Geraldo Gabriel Bossini


penso...
penso calado nas pétalas da rosa
que se arrastam leves ao sabor insípido da brisa
já vão secas e esquecidas
talvez inúteis
o aveludado rubro e o perfume doce se dissiparam
resta o pendão solitário e desnudo
que se acomoda como pode no corpo da roseira

vão se sonhos, vai-se a vida desperdiçada
o silêncio lúgubre que se arrasta em minh´alma
nua, fria, abandonada
apenas ela e eu nesse momento
momento quase eterno
fincado na palidez dos dias
alma cadavérica em um castelo antigo
medito dias esquecidos na jornada...

penso...
no significado mouco da vida
o olhar cobiçoso da morte
os dias que se sucedem em sua sorte
o beijo e o refrigério
do sopro que ainda me resta

penso no passado
malditos dias que se foram!
nada hoje, nada agora, miraculosa construção de delírios
amanhã, tola esperança que eclode qual germe em minhas horas!

o que sou?
quem sou?

sou o vento que passa, inodoro e insignificante
 folhas arrastadas anos a fio, secas e mendicantes
sou a pétala da rosa amarelecida e desgastada
sou a roseira despida e renovada
nova flor, nova pétala, novo perfume,

nova brisa que lhe arrasta
para ser novamente dilacerada...


Posse ma Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande


terça-feira, 2 de julho de 2013

O Final dos Tempos e o Mendicante

 
 Em detrimento do que muitos pensam o mundo já esteve em risco muitas vezes. Civilizações emergiram vigorosas e se diluíram nas poeiras do tempo, deixando aqui e acolá uma pitada de seus valores disfarçados em cem números de esculturas, ditados populares, relações sociais e até mesmo a maneira de se interpretar o mundo.
 
Podemos nos remeter ao solitário Egito fincado entre desertos, a misteriosa India e seus templos magníficos ou os curiosos moais da Ilha de Páscoa. Os maias anunciaram, segundo alguns, a possibilidade de terminalização do planeta em 2012. Contagem regressiva, corações aos pulos e eis aqui estamos contando esta estória. O Sol continua iluminado apesar das explosões que periodicamente assolam sua superfície.
Uma viagem submarina, possivelmente, nos fará ficar frente a frente com cidades inteiras tragadas pelas águas. Templos, monumentos, residências, comércio. O fato é que tudo passa. Poderosos reis de outrora, assim como inacessíveis autoridades de hoje encerrarão seus dias em algum momento, seu reinado irá água abaixo, sem a necessidade de qualquer dilúvio ou chamas advindas dos céus que os consumam.
A promessa do fim e uma provável redenção da humanidade de certa forma aguça a curiosidade, faz refletir sobre as ações cotidianas e induz a posturas comportamentais e atitudinais mais sociáveis, colaborativas e cooperativas, intituladas de fraternidade, solidariedade e caridade, reservando-se os conceitos específicos de cada uma. Mas enfim, periodicamente destaca-se um alerta seja Nostradamus, os Maias ou o Apocalipse.
Lembro-me de Salazar, nem se sabe se realmente era seu nome, um andarilho maltrapilho e acatingado que vagava pelas ruas da cidade. Residia na Praça Central aconchegando-se no coreto com seu cobertor surrado para proteger-se do frio que, invariavelmente, pairava abraçando a tudo. Já pela manhã, com o calor do sol e o gorjeio das aves, ele despertava, se aprumava todo e iniciava seus longos discursos que aglomeravam ao seu redor algumas pessoas. Dissertava como ninguém os problemas sociais e familiares que feriam a vida das pessoas, as doenças avassaladoras veiculadas pela imprensa, as guerras, a fome, a violência. O fim do mundo estava eminente.
Para alguns era um santo, havendo sempre muitas moedas depositadas no chapéu, provavelmente ganho, e que denunciava ter pertencido a alguém de alta classe. Havia ainda que o levasse para almoçar em casa, não com o nobre objetivo de saciar a fome do mendicante, mas no anseio de conquistar bônus preciosos para futura avaliação no Juízo Final.
Em certa manhã, apesar do barulho das maritacas e o canto dos sabiás, Salazar não despertou. Jazia silencioso.
Mãos amigas e altamente interessadas no bem estar do falecido o depositaram em uma sepultura nobre, onde resplandecia uma estátua de bronze reproduzindo um dos seus incansáveis momentos de pregação.
Aos poucos placas de agradecimento foram surgindo parafusadas no túmulo denunciando graças alcançadas. Tornara-se uma alma milagrosa, objeto de visitação pública e comoção de seus devotos.
O mundo de Salazar que parecia ter findado, renascia. O mundo não acabou, mas transformou-se. De uma outra dimensão, talvez, o mendigo continua dispensando sua atenção e alertando que o fim está próximo.
 

CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

Livros (Solos): “Análise Combinatória e Probabilidade”, Geraldo José Sant’Anna/Cláudio Delfini, Editora Érica, 1996, São Paulo, e “Encantamento”, Editora Costelas Felinas, 2010; "Anhelos de la Juvenitud", Geraldo José Sant´Anna/José Roberto Almeida, Editora Costelas Felinas, 2011; O Vôo da Cotovia, Celeiro de Escritores, 2011, Pai´é - Contos de Muito Antigamente, pela Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012, A Caminho do Umbigo, pela Ed. Costelas Felinas, 2013. Metodologia de Ensino e Monitoramento da Aprendizagem em Cursos Técnicos sob a Ótica Multifocal (Editora Scortecci). Tarrafa Pedagógica (Org.), Editora Celeiro de Escritores (2013). Jardim das Almas (romance). Floriza e a Bonequinha Dourada (Infantil) pela Literarte. Planejamento, Gestão e Legislação Escolar pela Editora Erica/Saraiva (2014).

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Metodologia e Avaliação da Aprendizagem

Pai´é - Contos de Muito Antigamente

Pai´é - Contos de Muito Antigamente
Contos de Geraldo J. Sant´Anna e fotos de Geraldo Gabriel Bossini

ENCANTAMENTO

ENCANTAMENTO
meus poemas

Análise Combinatória e Probabilidades

Análise Combinatória e Probabilidades
juntamente com o amigo Cláudio Delfini

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