domingo, 30 de setembro de 2012

Faça parte do Clube

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Faça parte do Clube dos Escritores de Piracicaba
http://clubedosescritores.no.comunidades.net/



O Devorador de Livros

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Como todo devorador de livros, algumas dicas de livros que li recentemente:

Tantas Palavras - Antonio Luceni (org.)

O casarão da Rua do Rosário - Menalton Braff

Tapete de Silêncio - Menalton Braff

O menino maltrapilho e seu cãozinho de luxo - Zezé Barcelos

Fora de Mim - Richard Bach

A última Dama do Fogo - Marcelo Paschoalin




Feira do Livro de Santo Ângelo




domingo, 23 de setembro de 2012

SONHOS VÍVIDOS

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deitada ela dorme
coberta pelo xadrez do cobertor
inflamada pela febre e o delírio
de bons sonhos
agita-se em suores
densos e pegajosos
que aderem-se em odores próprios no travesseiro
um tremular nas pálpebras
e movimentos corporais
na gangorra da cama em que se aloja
a boca entreaberta e seca
tenta contar os mistérios que somente ela desvenda
sonhos que somente ela sonha
cenários em que somente ela penetra
dança o sonho da existência
em sonhos que sonha solitária
deitada ela dorme
nua sobre o colchão



SOMBRA FAMINTA


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Mais uma vez deixou a casa sob uma chuva de beijos e abraços da esposa. Pegaria a estrada com seu pesado caminhão de carga. Desde pequeno acompanhara seu pai e pegara gosto pela coisa. Era um apaixonado, mesmo refletindo sobre os riscos que enfrentava atravessando o país de ponta a ponta. Casara-se tarde. Com Patrícia. Bem mais jovem. Procurava tratá-la como uma rainha oferecendo a ela a melhor casa, o maior conforto, o melhor de si. Era mais uma despedida.

Estimulada pelo longo tempo em que ficava sozinha, motivada pela solidão ou traços ocultos de sua personalidade simulava estórias de descaso e maus tratos do marido, em especial para seu primo, Nando. As lágrimas nos olhos, a expressão de rejeição e sofrimento logo cativaram o moço, que se dividiu entre pena e vontade de protegê-la. O fato é que as viagens do marido promoviam encontros amorosos e ardentes, na cama do casal. A voz rouca e chorosa de Patrícia encantava não apenas Nando, mas quem desejasse, até mesmo o motorista do ônibus de estudantes que a levava diariamente para a faculdade. Fazia cara de nojo quando o assunto era o marido que se alongava pelas estradas.

Os encontros foram se tornando mais frequentes e intensos. A desculpa de Nando era o dó que sentia da prima desolada. Nando era jovem. Frequentava ainda o Ensino Médio, embora fosse encorpado e chamasse bastante à atenção. Comportava-se, contudo, com discrição perante o assédio natural das colegas, de maneira a gerar insinuações sobre sua sexualidade.

Costumava confidenciar-se com seu amigo Vadinho. Confidenciava-se ingênuo como quem faz em quem confia. O amigo atento espremia-se na ânsia de contradizer, mas calava-se opaco qual vidraça que recebe o vapor de nosso sopro em dia gelado. Juntos saíam, os dois, para uma cerveja gelada ou algum evento cultural, uma vez que Vadinho era ligado a cultura e conhecia os melhores locais para saborear esses momentos na cidade. Esse convívio fez notar que Vadinho nutria outros interesses e ciente disso dissimulava necessidades quase sempre prontamente atendidas. Vadinho apesar de todo envolvimento com eventos locais era solitário em si mesmo. Temia, por sua vez, revelar-se e perder definitivamente a oportunidade de estar ao lado de Nando. 

Nuvens gordas se arrastavam pelo céu, pesadas e cheias, em certa tarde e nessa tempestuosidade Vadinho trêmulo e inseguro gaguejou que estava apaixonado. Os raios que lampejavam lá fora ecoavam dentro de si. Seria tudo ou nada. Assim como as nuvens estavam encharcadas e deviam explodir-se em chuva, assim ele precisava desaguar todo aquele vendaval que o estava consumindo. Nando fez-se de surpreso. Alardeou que gostava de mulheres, que saía com a prima e que se sentia lisonjeado. De qualquer forma quando a Imperatriz Leopoldinense sagrava-se campeã do carnaval carioca com o enredo “Brasil mostra sua cara”, Nando descobria algo mais sobre sua sexualidade e despertava em si a percepção de novas oportunidades.

O marido de Patrícia também se dividia. Tinha uma mulher e dois filhos em uma cidade próxima. A mulher era Sílvia. Os filhos. Tarso e Thiago. Após deixar Patrícia, em geral passava para ver Sílvia e os filhos e quando retornava sempre tinha alguns mimos para distribuir para as crianças que o esperavam ansiosamente. Sílvia sabia de Patrícia.  

A oportunidade visualizada por Nando era financeira e projeção social. Assim Vadinho seria um investimento. Por outro lado, não intencionava deixar Patrícia, uma vez que ela mesma declarava-se apaixonada e incapaz de viver sem ele, diante das intempéries da vida e os sofrimentos materializados por seu algoz e marido. Os olhos gotejantes de Patrícia faziam Nando vacilar, mesmo diante da certeza de deixá-la.

O caminhão estacionou ao lado de um extenso seringal. Almejava descansar. Acomodava-se na boleia para um cochilo quando sentiu que precisava liberar algum líquido já em desuso pelo seu corpo. Desceu olhando para os lados assegurando-se estar só naquele lugar em que as árvores cerceavam os poucos raios de sol que se atreviam furtar-se das nuvens. Um ato normal tentava ele executar se não fosse ter sido chamado a atenção por um farfalhar produzido pelo vento ou um animal. Talvez. Mas havia quase certeza de tratar-se de uma pessoa. Apressou-se de volta ao caminhão.Tentou sair várias vezes, mas o veículo parecia estar emperrado. Insistiu até conseguir. 

Pegou a estrada sentindo a pele áspera do asfalto, com estilhaços de pedras espargindo-se enquanto os pneus a cutucava. Vez outra pelo canto do olho acreditava visualizar alguém no banco ao lado. Não estava só. Um vulto esfumaçado e negro havia pegado carona. Arrepios se sucediam eriçando-lhe os pelos. Lembrou-se de que dias antes, embriagado, enquanto visitava Sílvia invadira a casa do vizinho, de facão empunho, ameaçando-o. Sílvia havia confabulado com o vizinho e revelado seu caso com ele, o infortúnio é que o vizinho era Vadinho e este conhecia Patrícia. O receio de Vadinho revelar o relacionamento para Patrícia levou-o a invasão.

Na casa de Vadinho a alegria contagiava. Muitas pessoas. Era festa de Xangô. Diante da aparição do homem investido de vingador afastaram-se alguns e produziu-se murmúrio e medo entre as pessoas; mas Vadinho, com uma autoridade irrepreensível, ordenou que ele saísse. Perturbado e confuso, deixou a casa, não sem antes deixar claro que mataria Vadinho se Patrícia soubesse. A festa prosseguiu. Nando afundou-se na cadeira reflexivo e absorto diante do ocorrido.

Por fim, o caminhoneiro abandonou os pensamentos sobre isso. Certamente não havia relação e ficara apenas impressionado.

Patrícia percebeu pelas reações orgânicas que vinha enfrentando, que estava grávida. Estava em dúvida se o filho era de Nando ou do motorista do ônibus. Achou por bem garantir que todos soubessem e, em especial, seu marido, que esperava um filho dele, do motorista de caminhão. A alegria do caminhoneiro era grande e esperava uma menina, afinal já tinha dois meninos. 

As noites do caminhoneiro, mesmo ao lado de Sílvia ou Patrícia estavam agitadas. Sentia-se fugindo de algo e despertava sentindo mãos os agarrando. A sensação física de mãos fortes o segurando o fazia saltar de um único pulo, gerando pânico também nas mulheres. Que consideraram estar estressado, cansado demais.
A gravidez de Patrícia era de risco, permanecendo muitas vezes deitada, com medicamentos e muitos cuidados médicos. O caminhoneiro via com simpatia a preocupação de Nando que lentamente aproximou-se e foi se alojando na casa.

O celular anunciou um telefonema de Sílvia. Tarso havia sido atropelado e estava sendo levado para o hospital. Quando avistou Sílvia, chorosa e desencantada, percebeu também a mesma sombra vagueando ao redor dela. Era preciso rezar. Mas não rezou. O médico como quem em dúvida para falar arremessou sobre o casal a morte do menino. Não resistira. Muitos ferimentos. O motorista havia desaparecido sem deixar pistas.

- Você terá uma filha, revelou Patrícia percebendo que perdia Nando a cada dia. Embora procurasse manter uma relação discreta com Vadinho a percepção da amante identificara sagazmente o que vinha acontecendo. Jogar-lhe uma filha no colo era amarrá-lo a si.

O moço empalideceu por instantes. Sorriu e aplaudiu. Depois esmurrou a parede e questionou que a menina nunca poderia ter o nome dele. Planejou fugirem. Viverem apenas os três, longe dali. Mas Patrícia não abandonaria todo o conforto apesar do fogo que a incendiava por ele. Criou desculpas. Pediu calma diante do marido violento.

Vadinho observou atentamente Nando quando este lhe contou sobre a filha. Não disse nada. Mudou de assunto como se não tivesse ouvido. Falou sobre uma viagem a Florianópolis que fariam. Entre a filha e a viagem, Nando passou a conversar animadamente sobre Floripa.

De madrugada, Patrícia foi levada rapidamente ao hospital. A menina não nasceria. Foi a sogra de Patrícia que anunciou ao filho o que acontecera. Estava distante demais para chegar. Desesperou-se. Chorou. Pela primeira vez chorou. Convulsivamente. Esmurrou a direção. Amaldiçoou deus e a vida, o destino e as estradas.

Vendo a vida fácil que conquistara com Vadinho, as roupas de marca, as viagens, os contatos que estabelecera, Nando entendeu que poderia ir além. Dentre os conhecidos de Vadinho estava Tito. Fotógrafo, muitas viagens e trabalhos nos Estados Unidos. Resolveu visitá-lo. A visita prosperou em algo mais. Deixou a casa certo de ter fisgado alguém ainda melhor que Vadinho.

Na estrada o caminhão apontou um problema. Pensou em buscar um lugar seguro para estacionar, mas encontrava-se subindo uma serra com a restrita opção de subir ou descer. O caminhão demonstrava urgência e cuidados. Embora hábil e experiente notava preocupado que algo acontecia. Ao fazer uma curva perigosa deparou-se com a estranha figura etérea que vinha lhe acompanhando. Atravessava a rodovia. Assustou-se, desviando rapidamente o veículo. Em queda livre o caminhão despencou sem chances de sobrevivência.

Na casa de Vadinho, Nando entusiasmado pelas conversas deixa escapar um elogio aos desenhos das porcelanas de Tito.Uma discussão arrebata os dois, violenta, feroz. Nando estava sem saída. Revelou que vinha se encontrando com o fotógrafo. Vadinho rompe a relação sem exigir maiores explicações.

Por dias, Nando o procura. Sem que seu arrependimento fosse considerado.

Vadinho desligou a televisão enquanto ouvia João Paulo II pedir perdão a humanidade pelos erros cometidos pela Igreja. Teria a possibilidade de visitar pessoalmente o Vaticano. Uma tournée pela Europa o clamava. Entrou no táxi e rumou ao aeroporto.

Nando exasperou-se ao saber que Tito falecera naquela manhã. Enfrentava há alguns meses alguns problemas causados pela falta de imunidade, a neurotoxoplasmose, sarcomas e diversas infecções o levaram a óbito.

Diante da casa de Patrícia, uma sombra, atenta e faminta, observava pelos vultos na janela o diálogo desesperado entre ela e Nando.




sexta-feira, 21 de setembro de 2012

BICHO DA SEDA

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tenho em mim um sossego
e nele me alongo
na rede me acolho e me aconchego
rede trançada em longos dias
medida e amarrada em horas cansadas
me espreguiço no dengo inútil de meus sonhos
neles me perco
por instantes
fugazes momentos que me escapam
enquanto no balouçar do tempo
me ajeito como posso
sem me apossar do instante em que devo me levantar
e nessa rede
trançada em tantas cores, dores e amores
me estabeleço
qual casulo do bicho-da-seda
nos dias que se passam
ora me mostro, ora me escondo
conveniências minhas
e o balanço mudo anuncia
demente em suas citações
vazio no seu regaço
afundado no que teço enquanto balanço
o tempo é fino feito seda






quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ANA


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ANA
TEM
VOZ
QUE
SOA
COM
UMA
LUZ
COR
DUM
CÉU

SUA
TEZ
TEM
PAZ

ANA
LUZ

ANA
COR

ANA
PAZ

ANA
NÃO
SEI
MAL
SEI
SEO
TEU
CÉU
TEM
QUE
SER
MEU
POR
SER
SEU

ANA
DÓI





Trifásico



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Zoé
põe
ovo
cru
com
pão

sua
mão
tem
uma
tez
nua

ama
céu
ama
mar
ama
luz
ama
lua

ama
pão
com
ovo
cru




segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Projetos Literários 2013



A todos que acompanham nosso Blog anunciamos que estamos participando de diversos Projetos:

ü  Antologia Raízes (intercâmbio Brasil – Angola) – pela Literarte
ü  Antologia Nas Asas da Liberdade (intercâmbio Brasil – Chile) – pela Literarte
ü  Portfólio de Bologna – pela Literarte
ü  Cantos e Contos de Hoje – a ser organizado por Abílio Pacheco
ü  Agenda Literária 2013 – pela Celeiro de Escritores
ü   Antologia Eldorado - pela Celeiro de Escritores
ü  Projetos de Incentivo à Leitura – em 2013
ü  Lançamento de meu primeiro romance

Diante de tantos projetos aliados às atividades profissionais como educador, peço desculpas por nem sempre manter o Blog atualizado. Fica o convite, no entanto, para uma releitura dos contos e poemas já postados, afinal já são em torno de setecentas postagens. Divirtam-se!





domingo, 16 de setembro de 2012

Meditação

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“Se existe um Deus ele conhece a importância de existirem ateus para que estes, ignorando dogmas e princípios religiosos, vençam a ignorância e se aproximem da verdade”
Geraldo José Sant´Anna

Pensamentos

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“Só o tempo vence homens e deuses”
Geraldo José Sant´Anna


Prêmio Literário Cláudio de Sousa - LITERARTE 2012





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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

DIAS FRÁGEIS


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minha voz tremula as cordas frágeis do violino da existência
ressoam as notas do que sou e de quem desejo ser
notas que se opõe e se complementam de mãos dadas
costuram os dias em fios de seda
definindo pés de galinha no arremate mudo das noites
há sonhos, desejos, devaneios e loucuras
o improvável que se sucede diante do inusitado das horas
o segredo que se esconde  nas sombras atentas
o broto que tenta vencer o grotão de terra seca
beijo a nuvem ensopada que busca banhar-me
na gélida insinuação em que baila no firmamento

há ritmo nisso tudo
uma frequência inexata
que sucumbe os dias em que vivo
uma serpente que despe continuamente de sua pele
e nua segue erótica e santa

e o agora, pobre agora,
tão fugaz e solene
desparece qual tragado pelo buraco negro do ontem

sobra-me eu e o impalpável



Grão de Areia


http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=4947


olhos borbulhados de lágrimas
uma vazio inerte e sôfrego me assola
um grito rouco emerge de minh´alma quieta
há silêncio rouco que pouco a pouco contagia
 um silêncio que não é de paz
agita um bandeira incolor
fincada no centro de meu coração

uma náusea emocional pulsa irreverente
tola, crua, nua e bêbada
cognitiva e insensível
debruçada no travesseiro de penas de ganso

grito o eco daqueles marginalizados
esquecidos, escravizados 
um urro que permeia as vagas do oceano

lágrimas diamantinas
que trago na poeira que sou
embalado em milhões de grãos de areia multicoloridos
arco-íris que há em mim
fruto de minha metamorfose

olhos borbulhados de lágrimas
entrou um grão de areia
tímido e atrevido na retina de minha mente

um grão de areia que perpassou os séculos
agarrado a minha nuca

me enterro nas terras secas donde vivem meus ancestrais
e o vento conduz o canto mouco que emito aos poucos

chora o recém-nascido o paraíso que abandonou




domingo, 9 de setembro de 2012

Diário de Um Médico Louco - Edson Amâncio


PROGRAMEM-SE:

Data: 19 de setembro de 2012 (quarta-feira), às 19 horas.
Local: Casa das Rosas (Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura).
Endereço: Av. Paulista, 37 (Metrô Brigadeiro) - São Paulo/SP - Brasil. Entrada franca

http://www.letraselvagem.com.br/pagina.asp?id=244



SALA DE AULA


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Ela entrou na sala furiosa com um indescritível olhar de excomunhão para todos, arremessou-se na cadeira e despejou sobre a mesa um calhamaço de papéis desalinhados. Seu olhar era fulminante. Mastigou as palavras durante certo momento como que as escolhendo ou buscando controlar a emoção que saltava qual foguete em festa junina. Estava com as bochechas carmesim e as mãos trêmulas. Por fim, encorajou-se, empertigou-se, de súbito foi até a lousa e escreveu, apertando o giz na tentativa de exterminar ali toda sua raiva, o título da redação que solicitara e recolhera três dias antes, na aula anterior. O tema versava sobre a obra Fogo Morto, de José Lins do Rêgo. Os alunos deveriam tecer comentários e fazer alguns paralelos com a realidade atual. 

Sua primeira pergunta foi Se alguém havia lido a obra. Mãos hesitantes se elevaram. Alguns poucos tiveram a curiosidade de buscar o resumo da obra pela internet. A maioria não havia tocado no livro. Foi aí uma chuva de justificativas: poucos livros na biblioteca, falta de dinheiro para comprar o livro, falta de tempo em razão de provas e trabalhos dos outros professores, e outras tantas um pouco forçadas e que não convenceram a professora. Dona Eugênia era austera, brava, exigente, o demônio personificado. Enfrentá-la significava colocar em risco a própria existência. Não seria possível conceber o dia seguinte.

Dona Eugênia fez um longo discurso sobre a importância da leitura e, com ares ameaçadores, questionou o futuro de cada um. Os jovens não leem mais! Além dos vestibulares havia a questão da própria cultura pessoal, o aprimoramento do vocabulário, da interpretação, da argumentação, do ato de escrever. Quem não lê não saberá escrever. Não conhecerá mais nada, não terá como se sair bem em qualquer outra matéria. Esmurrou a mesa e decidiu que daria mais quinze dias para a leitura do livro. A partir daí todos sentiriam o tsunami de sua fúria.

Todas as segundas-feiras, religiosamente, havia chamada oral de vocabulário e a leitura mensal de uma obra relevante, dentro dos critérios que estabelecia. Desenvolvia saraus e incentivava a produção literária de cada um, respeitando seus estilos, mas inflexivelmente fiel à língua portuguesa. 

Estava na escola há poucos anos. Mas em poucos anos arrematou o respeito e certo temor de todos os demais professores. Era seca, franca e distante. Talvez a distância em que se colocava diante das pessoas a cobria ainda mais de um certo pavor. Não falava de si mesma e quando questionada delimitava que ali era apenas seu local de trabalho. De trabalho falava ali. Com tal comportamento o corpo docente e discente se dividiu: era amada e odiada. Amada pela dedicação, comprometimento e fidelidade ao seu trabalho. Odiada por aqueles que não eram favoráveis a tantas exigências, cobranças e postura tão regrada.

Dona Eugênia detestava a fofoca e diante do fuxico punha pra correr o mexeriqueiro. Pior do que pudesse falar dela era a pessoa que se propunha a contar. Contar nem sempre verdades ou verdades modeladas para atender a interesses quase sempre obscuros e que inexoravelmente bailam na doentia personalidade humana. Sabia que falavam bem e mal dela. Todos estavam certos e todos se equivocavam. Tudo dependia da motivação intrínseca de cada um.

Um pouco do mistério de Dona Eugênia começou a diluir quando sua filha, Eurydice, foi matriculada na primeira série do Ensino Médio, em nossa escola. Isso era um indício de que era casada e tinha filhos. A questão detonava a possibilidade de ser ranzinza por não ser casada. Diagnóstico alimentado durante muito tempo. Eurydice era muito bonita, delicada, tímida, mas gradualmente foi ampliando a amizade com os alunos. Era estudiosa, mas não nerd. Aproximei-me dela no intervalo e aos poucos fomos materializando nossa amizade. Eurydice é aquele tipo de pessoa que vai se abrindo à medida que vai confiando nas pessoas. Não demorou a mostrar-se alegre e descontraída.

Através de Eurydice soube que morava com a mãe. Nunca falava do pai. Uma pulga atrás da orelha. Na divisão de grupos para um trabalho de Física que nos impelia a buscar suas contribuições no avanço tecnológico, acabei sendo um componente da turma da filha de Dona Eugênia e mais: o trabalho seria feito na terça-feira, à tarde, em sua casa. Entrei em parafuso e as pernas perderam completamente a obediência ao meu comando cerebral. Tremia dos pés à cabeça. Me imaginava chegando a casa e dando de topo com a figura daquele ser subterrâneo. Cheguei a ter pesadelos. Adentrava a casa escura e ela, descabelada, me perseguia pelo labirinto dos corredores.

Às treze horas eu já estava sentado na esquina esperando dar a hora e havia botado para fora todo o almoço. Sorri quando vi Regina, Emanuel e Dirce se aproximarem. Disse que havia acabado de chegar. Foi Dona Eugênia quem nos recebeu. Tinha um sorriso brilhante no rosto que me fez duvidar de suas reais intenções. Havia postado uma mesa repleta de guloseimas e sucos, mas advertiu que estaríamos liberados para o banquete somente após a conclusão do trabalho. Pensei em poções mágicas, soníferos e outras tantas possibilidades dignas de criar uma nova versão de Harry Potter.

Apesar de minha ansiedade e insegurança a tarde transcorreu tranquila e a fome mostrou-se superior aos receios. Somente após fartar-me dei-me conta de que não deveria ter provado aqueles alimentos. Esperei por um tempo transformar-me em sapo, caranguejo, urubu ou despertar em uma gaiola em seu porão. Contudo, a ida até a casa de Dona Eugênia favoreceu um diálogo mais aberto com Eurydice e ela, por si mesma, talvez na intenção de desabafar, revelou que não conhecera seu pai. Quando sua mãe havia engravidado saíra de casa para enfrentar o mundo sozinha. Meu coração pesou. Eu tinha pai, mãe e um irmão pequeno. Provavelmente estaria nisso a ira de Dona Eugênia.

Eurydice lia muito e repassava para mim cada obra lida, realizando uma minuciosa chamada oral ao receber o livro de volta. Isso nos uniu ainda mais. Na verdade estávamos sendo impelidos um para o outro apesar de minha terrível rejeição pela mãe dela. Estava condenado a ter Dona Eugênia como sogra? Esse assunto me empalidecia e me levava ao sanitário com vômitos incontidos. Mas pela tradicional visão do que se tem de sogra ela atendia perfeitamente ao perfil.

Eu estava apaixonado. Sonhava com Eurydice e tinha pesadelos com Dona Eugênia. A paixão, o namoro, o noivado e o casamento estavam selados de minha parte. Porém, na escola havia o Galo. Galo era apelido. O nome dele era Petronilo. A própria família devia ter tomado consciência e apelidado o garoto, fazendo com que não encarasse o próprio nome. Era atlético, corpo bem modelado pelo esporte, olhar confiante, galanteador. Eurydice, como todas as demais garotas, encantou-se por ele. Eu preferia tê-lo matado no berço. Meu sangue concentrou-se todo no topo de minha cabeça quando, na saída da escola, os vi se beijando. Tive uma indescritível vontade de dar meia volta, invadir a sala dos professores e conclamar Dona Eugênia para que também presenciasse aquele cena avassaladora. Entre o pensamento e a ação fui chorar no meu quarto, escondido de tudo e todos.

Na manhã seguinte, ao entrar na sala de aula, Dona Eugênia pediu que eu me levantasse e ficasse em pé na frente, diante de todos. Um turbilhão de pensamentos se debateu rapidamente, atropelando uns aos outros. O pensamento que predominava, no entanto, era que ela havia percebido que eu estava de quatro pela Eurydice e iria fazer com que eu passasse a maior vergonha diante de todos. Ela, então, em tom solene, levantou-se. Pensei em escavar rapidamente um túnel, desmaiar, sair correndo, fugir dali para sempre, até voar, mas estava enrijecido, petrificado. Olhou-me com seus olhos sempre fulminantes e sorriu. Aplaudam, disse. Foi o único a tirar dez. Parabéns! Mostrou ter lido e conhecer muito bem o livro Saraminda, do escritor José Sarney. Houve uma euforia na classe.  Aplausos. Assobios. Gritos. Diante da cena quase desfaleci. Eurydice levantou-se e beijou-me a face esquerda. Fiquei sem lavar essa parte do rosto por vários dias.

Daquele dia em diante apaixonei-me também por Dona Eugênia. A defendia furiosamente. De bruxa transmutou-se na mais bela fada. Não alimentando mais ojeriza por ela temi que não pudesse mais ocupar a posição de sogra. Temi perder Eurydice, que parecia estar encantado pelo Galo ainda. Meu destaque nas aulas de Língua Portuguesa atraiu o olhar de Eurydice e de Fabiana, que já não trazia consigo todas as belezas de minha amada.

No baile de formatura exagerei um pouco na cerveja e estava determinado a revelar meus sentimentos. Aproximei-me várias vezes de Eurydice, mas a cada momento eu era interceptado pelas amigas dela ou pelos amigos meus. Na hora da valsa eu havia sido escolhido pela Fabiana. Eurydice dançaria com o Galo para inveja quase coletiva. Após a dança os vi se beijando. Retirei-me para fora do salão buscando recompor-me. Na verdade queria fugir dali. Dar uma garrafada na cabeça dele. Arrancá-la dele e beijá-la. Afundado em meus desejos interiores não percebi que Fabiana havia se aproximado e calada permanecia ao meu lado. Olhei-a incógnito. Ela nada disse, apenas beijou-me. Um beijo quente. Intenso. Um beijo que mexeu muito além dos meus sentimentos tendo repercussões físicas. Abracei-a fortemente e adentramos o salão.

Eurydice correu até nós demonstrando uma felicidade exacerbada. Cumprimentou-nos efusivamente. Revelou estar feliz por nos ver juntos. Disse saber o quanto Fabiana gostava de mim e que seríamos muito felizes. Comentou que estava se mudando. Sua mãe havia sido transferida. Mas enviaria o novo endereço. Permaneceriam em contato através das redes sociais. Olhei assombrado para as duas. Estavam felizes. Nesse ínterim Olavo, Pedro, Galo e Fred me arrastaram para uma mesa fazendo-me enfrentar várias rodadas de cerveja. Cheguei em casa não sei como.

No próximo mês me caso com a Fabiana e pasmem: Dona Eugênia e Eurydice serão nossas madrinhas. Eurydice está noiva de um rapaz que ainda vou conhecer. O namoro começou na faculdade de medicina que ela estava cursando. Eu, por minha vez estou aqui debruçado lendo as redações de meus alunos, indignado e inconformado: os alunos não leem!


sábado, 8 de setembro de 2012

Célio Novaes da Silva

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Há quem seja


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há quem seja apenas um vácuo
um espaço não preenchido
um vazio profundo
materializa-se pelo e com o outro
a presença do outro
o pensamento do outro
a ideia do outro
a emoção do outro
a crença do outro
a palavra do outro
há quem seja o outro
bem mais fácil que ser si mesmo


Velório

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- Morreu, coitado !
- Deixou a mulher viúva e dois filhos !
- Dizem que ela chifrava ele com o dono da padaria...
- Não teve sorte na vida, pobre homem !
- Trabalhou de noite e dia e o que valeu? Taí esticado...
- Agora tá com Deus !
- Descansou !
- Se livrou de tanto sofrimento.
- É, mas pagou por tudo o que fez.
- Falam por aí que o filho é drogado.
- ...e a filha não vale nada, caiu na vida,  como a mãe...
- Era um bom homem...
- Viveu só pro trabalho...gente assim não tem valor !
- Agora é mortinho da Silva !
- Olha o escândalo que a mulher dele tá fazendo...quem vê acredita ...
- Coitada ! Agora vai ter que se cuidar sozinha...
- ...e o padeiro?
- É casado...
- Vixe...
- É a vida !    

Clausura


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encarcero minh´alma enquanto escrevo
em cada linha ela mesma se aprisiona
enclausurada pela tinta que escorre no papel
ou nas linhas mal traçadas nas algemas digitais
marcadas, agarradas, sofridas, amarradas
nas palavras talhadas a cinzel
nos sonhos perdidos e lembranças despencadas
registradas num poema
talvez assim seja minha alma eternizada
como tantas almas que como a minha
viveram e morreram amordaçadas
oh ! final triste para o primordial choro que anunciou a vida
palmadas foram marcadas pela vida toda
talvez tola, talvez premiada
vilipendiada e distorcida
trançaram-se os dias no transcorrer de minha vida
agora aqui perpetuada.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Violência: mal necessário?


violência
tempo de agora
nascida em outrora

proteção ou dominação ?
campanhas militares
vitórias estampadas
nomes consagrados

assassinato, estupro, pilhagem
qual o limite da maldade?

defendendo terras
protegendo nações
ampliando terras e mercados
separando amantes, namorados
em nome da bandeira
da fé, de deus, do sacrilégio
ou simplesmente do dinheiro?

violência não é de agora
e há quem fale em evolução
mudaram-se as vestimentas
aprimorou-se a tecnologia
mas o homem continua
em dúvidas
em malandragem
em intimidação
nos palácios e nas ruas

o que se aprendeu ao longo dos dias?
dos séculos
das civilizações já extintas?

o pobre continua pobre
o rico continua rico
o nobre continua o nobre
as mesmas cenas se repetem

melhoramos?


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Quero um namorado !


o sonho de ter alguém ao seu lado
namorada ou namorado
alma-gêmea - um desafio
entre tantas faces, tantos corpos, tantas almas
que se enfileiram nas ruas
em busca do ser amado

o sonho e a lágrima reclusa no quarto
banhando solitária o travesseiro
sonhos, muitos sonhos
beijos doces e apaixonados
amor eterno que dura a vida inteira
às vezes desafia o tempo
e toca a eternidade

o medo de ficar só
de não ter alguém pra amparar
alguém que te socorra na velhice
mesmo num sorriso meio triste

a paixão desenfreada
buliçosa ou desgastada
busca ele a namorada

o corpo que seduz e embeleza
disfarçando ser pra sempre
mantendo a chama da paixão latente
de algo que reluz e não se quebra

alguém pra conversar ao final do dia
contar as mesmices do cotidiano
alguém pra discutir, brigar, xingar
e de novo se abraçar
sob a lua cândida ou o teto de zinco

não há quem não queira alguém
o mendigo ou o abastado
mesmo num grupo velado
somos seres sempre apaixonados

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Simples Cotidiano


o bom mesmo é a cotidianidade do cotidiano

no cotidiano é que me realizo
no simples ato de acordar e abrir os olhos
no bocejo e no espreguiçar de cada dia
nas mesmas ações
sempre repetidas
no afago do gato
no abanar hipnótico do rabo do cachorro
no relógio que insistente marca as mesmas horas
no trabalho em que me satisfaço
naquele mesmo beijo e mesmo abraço
na roupa lavada em que me perfumo
e no arroz que faço
aquecendo a mesma água a cada momento

mas cada dia tem seu próprio movimento
a cada dia me aprendo
me descubro
me desafio e me ignoro
e isso se faz há milênios

quantos já fizeram as mesmas coisas que faço
sonharam, choraram, sorriram, acordaram
morreram
no persistente cotidiano

hoje posso fazer um dia diferente
mas por milagre, hábito ou simplesmente
recomeçam as mesmas coisas
em que entrego
pra viver mais um dia
no curioso ritmo do relógio


httphistoria-da-ceramica.blogspot.com.br2009_03_01_archive.html

httpseligaartista.blogspot.com.br201007linha-do-tempo.html


Bailado Cósmico


ao ritmo da música
evoco minhas raízes
a terra em seu planeta
baila cósmica
entre as esferas

baila o vento entre as folhas
e agita a areia
em giros
sensuais por toda a terra

rodopiam as águas
na pista dançante dos rios
e em cachoeiras
desaguam animadas
o ritmo puro da natureza

movimento gira o mundo
vibram átomos ocultos
e em nada há silêncio

danço e meu corpo se realiza
comunhão mágica com o todo
eu danço
a dança mística do meu agora


httpadpfelix.blogspot.com.br201207antiguidade-grecia.html

httpwagner-estaouniversomusical.blogspot.com.br201108valsa.html

httprotaractnacoesunidas.wordpress.com20120515adirc-de-elite-em-concurso-melhor-funk


Olhos Espantados



olhos espantados creem no final dos tempos
pornografia, sexo, erotismo
de onde saiu tal tentação ?

da liberdade da antiguidade
da clausura dos mosteiros
dos sonhos e pesadelos
do orgásmico olhar
de um encontro ?

olhos espantados fitam assombrados
revista, cinema e teatro
esculturas e afrescos
telas e contos
romances atrevidos
mãos que devassam 
intermitentes
o proibido

e o calor golpeia toda pele
em febre audaciosa
sem precedentes

olhos espantados ainda mais assustados
descobrem que é muito mais antigo
muito além de Adão e Eva
por incontáveis séculos
já caminhava nas trevas

olhos espantados olham e abominam
acariciando nas entranhas
o véu soturno e silencioso da noite
que nada conta
e se faz parceira oculta
de uma libido
que se revela

olhos espantados que julgam e condenam
na busca inútil de controlar
as águas, os ventos, os vulcões
incapazes de dominar a própria emoção
pois arrastam consigo
no poeira do tempo
as sementes latentes do tesão

httpauset-ka.blogspot.com.br

httphistoriaeumbarato.blogspot.com.br201204iniciacao-sexual-na-grecia-antiga.html

httpwww.jblog.com.brreinaldo.phpitemid=29479

httppranchetadesuetonio.blogspot.com.br


httpmachosderespeito.com.brcategoryartigospage4


Sentimentos Adbuzidos


sentimentos não obedecem regras
andam pelas sombras
ocultam-se em mil máscaras
disfarçam-se em papéis teatrais
simulam outros amores
flagelam-se em muitas dores

revelam-se na história
em todos os cantos
e cantam-se em todos os recantos
sem pudor ou constrangimento

adentram entrelinhas
em frases abduzidas
mesclam-se em crenças
emergem em páginas floridas
pólens em sementes que germinam
na aridez do deserto
e no esplendor dos montes

há quem creia
num surto do agora
mas no mundo lá fora
tem muita história pra contar

a verdade é que o amor
esse mesmo amor que se traduz em sexo
espiritual ou satânico
é simplesmente amor


httporidesmjr.blogspot.com.br201102arte-o-conhecimento-e-o-cotidiano-na.html

httporidesmjr.blogspot.com.br201109antiguidade-classica-legado-greco.html

httpwww.querofazer.org.brp=1216



CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

Livros (Solos): “Análise Combinatória e Probabilidade”, Geraldo José Sant’Anna/Cláudio Delfini, Editora Érica, 1996, São Paulo, e “Encantamento”, Editora Costelas Felinas, 2010; "Anhelos de la Juvenitud", Geraldo José Sant´Anna/José Roberto Almeida, Editora Costelas Felinas, 2011; O Vôo da Cotovia, Celeiro de Escritores, 2011, Pai´é - Contos de Muito Antigamente, pela Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012, A Caminho do Umbigo, pela Ed. Costelas Felinas, 2013. Metodologia de Ensino e Monitoramento da Aprendizagem em Cursos Técnicos sob a Ótica Multifocal (Editora Scortecci). Tarrafa Pedagógica (Org.), Editora Celeiro de Escritores (2013). Jardim das Almas (romance). Floriza e a Bonequinha Dourada (Infantil) pela Literarte. Planejamento, Gestão e Legislação Escolar pela Editora Erica/Saraiva (2014).

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Metodologia e Avaliação da Aprendizagem

Pai´é - Contos de Muito Antigamente

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Contos de Geraldo J. Sant´Anna e fotos de Geraldo Gabriel Bossini

ENCANTAMENTO

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meus poemas

Análise Combinatória e Probabilidades

Análise Combinatória e Probabilidades
juntamente com o amigo Cláudio Delfini

Anhelos de la Juvenitud

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Edições Costelas Felinas

A Caminho do Umbigo

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Edições Costelas felinas

Voo da Cotovia

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Celeiro de Escritores

Divine Acadèmie Française

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Prêmio Luso Brasileiro de Poesia 2012/2013

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Literarte/Mágico de Oz (Portugal)

Lançamento da Antologia Vozes Escritas

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Noite de autógrafos em Barra Bonita-SP

Antologia Literária Cidade - Volume II

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Poemas : Ciclone e Ébano

Antologia Eldorado

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Antologia II

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Antologia Cidade 10

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Org. Abílio Pacheco

Antologia da ALAB

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Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas

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Lançamento do CELEIRO DE ESCRITORES

Contos de Hoje - Narrativas

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Literacidade

O Conto Brasileiro Hoje

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4ª Antologia da ALAF

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