segunda-feira, 31 de outubro de 2011

SER BRUXA


erva-dos-bruxos

ser bruxa é olhar com os olhos da alma
saber sentir o ambiente
conhecer a si mesma
compreender as ações e reações das pessoas

ser bruxa é admirar o belo
encantar-se com a minúscula flor da beldroega
com a mesma intensidade com que se encanta com as estrelas,
o mar, o perfume da papoula

ser bruxa é sorrir dos pesadelos
abraçar seus medos
enfrentar seus próprios demônios
ser bruxa é ser menina, ser mãe, ser anciã
plena em cada fase
saboreando a beleza  do amanhecer e da madrugada
ser bruxa é voar em sonhos e desejos
beijar o destino
enquanto outros o acusam e rejeitam...
mais que isso...as bruxas criam seus caminhos
como um rio entre as pedras

voam em suas vassouras de alecrim
e nas baforadas de incenso se renovam

ser bruxa é ser guerreira
persistente
resiliente
destemida
ser bruxa é viver a própria vida

a bruxa não é boa e nem é má
é apenas mulher
feita de luz e sombras
de terra e água
de fogo e vento
é feita de silêncio no murmúrio da multidão

não importa quanto tempo passe
quanto as novas religiões a cerceiem
ela é aquela que ressurge
imaculada e puta
daquele pó do tempo
nas sandálias de todos nós.

Logotipo



Este logotipo é que estará sendo utilizado como nossa marca.
Nosso amigo Godoy materializou-o após explicitarmos nossas concepções.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Homenagem Celta a Cernnunos


        Celebra-se, hoje, Cernnunos, senhor da natureza e da fertilidade. Essa divindade já se revelou de inúmeras formas e se fez conhecido por muitos nomes através das eras. É o Deus Chifrudo, uma figura muito antiga e que não obedece aos costumes judaico-cristãos, portanto nada tem com demônios (que aliás é um termo grego que também nada tem com esse conceito). Ele foi pintado e esculpido em cavernas por toda parte, inclusive em penhascos. É o mais antigo dos antigos, o primogênito da Grande Deusa.
        O caminho de Cernnunos é o caminho do xamã, o caminho de qualquer pessoa que busque a comunhão com a Terra. É a conexão com energia primeva. Ele é verdadeiramente a vida que nunca morre. Sua dança assemelha-se a de Shiva, num constante fazer e desfazer, algo aparentemente caótico mas que mantém a vida em equilíbrio.

        Ele também é o guardião dos animais e das folhas verdes, guardando na floresta a sua magia.
        Ilimitada e eterna sua energia permeia todas as coisas. Está em tudo, tudo interpenetra.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Maria sem Vergonha


Hoje ela floresceu
maravilha em seus tons maravilhosa
púrpura de sangue cor-de-rosa
rosada de pele, corada, gostosa
qual a cor da danada?
fina flor entre esmeraldas
suave em suas formas
delicada
macia ao meu toque
que toco quase num susto
num suspiro em que te sinto
perfumada
uns a chamam Maria Sem Vergonha
boa noite replica ela acanhada
flor beijinho é mais doce
que um beijo turco entre tâmaras e lembranças
de tantos nomes
místicos que lhe concedem
em sua simplicidade.
É vinca-de-Madagascar
um grito africano que se espalha !
É vinca-de-gato
bendita e proibida
tanto tempo conhecida
em tua seiva corre sangue puro
será da Chica da Silva?
desfilando encantos pelas passagens
reinando em todas as paragens
onde quer que estejas
me encanto aos teus olhos
pele de menina brejeira
tua terra é aqui
 onde quer que queiras
nas negras terras brasileiras.

Tricotando

distrai-se ela no tricô
balouça a cadeira
no balanço vai e vêm
seguem as agulhas
espanta as moscas
resmunga palavras
cantarola músicas da vitrola
um pouco cochila
cheirando o cheiro de arroz queimado
e é deus quem acode pra apagar o fogo
do carvão que restou
mia o gato reclamando
e se esfrega e tricota
com o solitário novelo de lã
pragueja e ri vencida pelo bichano
já distraído ouvindo a cigarra
enquanto ela pita o cachimbo
de fumo e alfazema
olhando serena
o animalzinho em algazarra.

Talhado em Obsidiana



qual o cinzel que lhe esculpiu?
talhando com tanto esmero
delineando formas
burilando curvas
deus negro que emerge em obsidiana
reluzente e belo
serão os inkices que lhe dão tantos encantos?
suores que invejo
te percorrem sem receios
descobrindo espaços
que minha língua sedenta anseia adentrar
ao raiar do meio-dia
tu luz se espalha
em canto místico
sedutora melodia
guerreiro de olhar cheio de segredos
o calor de teu corpo me atrai
como a luz sobre as mariposas
o beija-flor atraído pelo néctar
néctar que busco saborear
no pistilo oculto que repousa em teu colo
vago no olhar que trago
guardado em mim de teus olhos
em que mergulho
tua noite escura e sem estrelas
sem lua, sem luar
apenas teu perfil em sombras
mergulhado em meu desejo.

domingo, 16 de outubro de 2011

EUSÉBIA



         A mata resplandecia num intenso verde, após as chuvas providenciais que a renovavam periodicamente. Sua beleza era intensificada pelos diferentes cantos de pássaros e pelos ruídos dos macacos prego, abundantes ali. Um urubu-rei passa voando leve e soberano deixando cair uma pena, imediatamente colhida no ar por Eusébia. A mulher chegava ao distante sertão de Araraquara, em terras doadas pelas mãos do próprio Imperador. Com ela deus cinco filhos: Luís Henrique, Vanderlei, Ivany, Manoela e Eusébio, o menor, ainda de colo. Viera sozinha, com seus filhos, e nunca falaria sobre o marido.
            Alojou-se à beira de um riacho, construindo uma pequena casa de madeira. Em nada temia o trabalho da roça, cortando lenha, capinando e cultivando o que era importante para a subsistência da família. Havia aceitado o desafio de encarar aquele lugar distante, afastado, onde apenas uns poucos tropeiros um dia haviam atravessado. Aos poucos adaptou-se, criou porcos, plantou milho. Todas as tardes rendia-se em oração agradecendo o que possuía, em especial a Santa Bárbara, santa de sua inquestionável devoção.
            Os filhos cresciam harmonizados com a natureza, sabendo identificar se o tempo prometia trazer chuva, frio ou estiagem. Os sons da floresta trazia mensagens. Eusébia buscava criar os irmãos para viverem juntos, colaborarem uns com os outros, seriam unidos e nunca se separarem. Mantinha a família com mão de ferro, com regras rígidas e inflexíveis, punindo ferozmente os que ousassem descumpri-las.
            Apesar da onipresença de Eusébia na vida dos filhos, naturalmente eram diferentes. Luís Henrique era o mais velho, sempre pronto, madrugando para os serviços do campo, altamente submisso à mãe, atendendo-a com agilidade e sem questionamentos, por mais difícil que fosse a tarefa. Já Vanderlei, embora obediente, tinha um lado mais sonolento, vadio, que acabava por se aproveitar do irmão mais velho, quando lhe convinha. Eusébio ainda crescia, deixando florescer sua personalidade gradativamente. Eusébia parecia ser mais condescendente com ele, evitando serviços mais pesados. Os demais desde crianças já desenvolviam algumas atividades permitidas pela idade.
            Ivany e Manoela eram já donas de casa, cozinhando lavando e passando com ferro de brasa. Engomando as roupas e seguindo os passos da mãe. Ivany mais acanhada, reservada, vivendo um mundo desconhecido de todos e oculto em seu silêncio. Manoela, ao contrário, era faladeira, até demais, levando periodicamente tapas na boca por falar o que não devia ou duvidar dos poderes divinos.
            Na vila próxima dali, há três quilômetros, Eusébia já era assunto das vizinhas debruçadas nas cercas que dividiam seus quintais. A temiam e reverenciavam, apesar dos protestos do Cônego Lafayete anunciando que deveriam temer exclusivamente a Deus. Tais manifestações duraram até adoecer. Estendido pálido na cama, as senhoras insistiam que ele autorizasse chamar Eusébia, mas ele persistia dizendo que preferia morrer a recebê-la. E morreu duas semanas depois, sendo substituído pelo Padre Eurico, uma pouco mais maleável quanto às crenças populares.
            Certos de que Eusébia havia matado o cônego, ficou ainda mais conhecida e as beatas se benziam ao ouvir o nome dela e recusavam-se a pronunciar o nome dela, preferindo dizer “a Senhora do Ribeirão dos Porcos”, tendo-se em vista os animais que Eusébia criava à beira do riacho.
            Eventualmente alguém aparecia para ser benzido por Eusébia. Algumas vezes pessoas visivelmente desesperadas e que saíam aliviadas da sala de chão batido da casa muito simples da senhora. Não cobrava nada, não recebia nada em troca e repreendia severamente quem insistia. Não fazia questão de ser agradável, benzia e despachava quem a procurava apenas dizendo “Vá em paz, Santa Bárbara vai te cuidar”.
            Um dia Eusébia entrou na mata e não voltou mais. Os filhos a procuraram por dias. Passaram meses. Os filhos estavam desolados, mas decidiram enfrentar a vida tal qual a mãe havia os ensinado.
            Ivany era a encarregada de fazer compras na vila, no armazém do Seu Samir. Foi lá que enamorou-se de Kalil, belo moço de cabelos negros e olhos profundos. Aos finais da tarde sentava-se aos pés da mangueira e sonhava com seu príncipe. Termia revelar tais secretos desejos, pois sua mãe ordenara que permanecessem juntos. Os encontros no armazém, a educação, carinho, solicitude de Kalil a desmanchavam qual manteiga ao sol.  Não demorou para que o moço aparecesse de trás da mangueira e foi lá que o primeiro beijo fora roubado, apesar do coração tentar saltar garganta a fora e surtar num impiedoso desmaio, ficando desfalecida entre as folhas secas e acudida pela desesperada Manoela.
            Mas o destino parecia não corresponder às expectativas de Eusébia. Ivany aos poucos rendeu-se aos apelos de Kalil, Vanderlei conheceu Ivete, Manoela interessou-se por Abdol, primo do cunhado. Na velha casa à beira do Ribeirão dos Porcos permaneceram Luís Henrique e Eusébio. Luís Henrique buscou ser fiel aos ensinamentos da mãe, mas acabou cedendo aos encantos de Belô. Juntos passaram a habitar a herança de Eusébia, ao lado de Eusébio, já adolescente.
            A vida percorria o curso normal da vida das pessoas que casam, trabalham, sustentam os filhos e nesse burburinho são absorvidas no cotidiano dos dias.
            Abdol gradativamente foi mostrando-se violento. Agressivo com os filhos, apesar de pequenos, Ercília e Clarice. Em uma discussão em que Abdol quebrou uma louça que Manoela amava e avançou para espancá-la, sem razões explícitas para isso, teve sua mão segura no ar, com a materialização de Eusébia empurrando-o e desaparecendo. Atordoado, como que fortemente golpeado, Abdol saiu numa estrondosa batida na porta. Manoela sentou-se, trêmula, seja pela ameaça do marido, seja pela aparição repentina da mãe.
            Correu para contar o ocorrido para Ivany, que com lágrimas nos olhos, narrou que a mãe já havia lhe aparecido várias vezes em sonho.
            Abdol entregou-se à bebida e para manter a casa Manoela passou a trabalhar em casa de família como doméstica. Ercília havia ficado responsável em levar ao pai o almoço em uma marmita. Com o passar do tempo a menina resistia em fazê-lo, chorava, fingia estar doente e somente cumpria sua tarefa após apanhar vigorosamente. Até que um dia não suportando mais o peso do que sofria narrou para a mãe os abusos do pai. Desolada Manoela pegou as filhas e rumou para sua antiga casa, à beira do riacho. Aproveitaria para fugir do abominável marido e cuidar de Belô que estava gravemente enferma.
            Belô veio a falecer com dores indescritíveis. Belô e Luís Henrique não tiveram filhos. Apesar da maneira desastrosa, o acontecido trazia alento ao pobre homem, agora viúvo.
            Ivany, por sua vez, notava cada vez mais o silêncio de Kalil, com ar depressivo caminhando pela casa, despertando insone pela madrugada. Badí e Basir, seus filhos sentiam a ausência do pai, antes alegre e brincalhão. Algumas vezes era surpreendido chorando, mas não revelava o que acontecia, deixando a esposa desesperada. O sofrimento explodiu quando Ivany o encontrou enforcado na cozinha. Na mesa, apenas um bilhete “perdoe-me querida Ivany, procure o Dr. Fouad, te amarei sempre.”
            O médico lhe trouxe outra informação bombástica. Kalil havia se apaixonado por uma moça sem posses, muito pobre, e com ela tivera um filho. Pediu que nunca fosse revelado o nome da mulher, mas o filho havia sido deixado sem família na maternidade. Milhares de sentimentos povoaram Ivany, da pena ao ódio, do carinho ao desprezo. Queria conhecer a fulana.
            Não foi difícil chegar até a moça, muito simples de nome Nádia. Pensou em esbofeteá-la, cortar-lhe o pescoço e lançar o corpo aos cães, mas apiedou-se ao ver a casa, o lugar em que morava, ela já sofria o suficiente. Em prantos dirigiu-se ao hospital. Lá conheceu o bibelô das freiras: o menino que chamavam de Victor. Se era filho de Kalil era seu também. Acolheu-o.
            A casa lhe transmitia toda dor de um amor que havia sido lindo por incontáveis anos. Arrumou as malas e retornou à casa de Eusébia. A grande casa os acomodaria com tranqüilidade. Por outro lado, a herança de Kalil permitiria realizar muitas melhorias na fazenda, permitindo uma vida confortável aos filhos.
            A vida de Vanderlei também sofreria revezes e que o levariam de volta para a casa de sua mãe. Estava no trabalho na serralheria quando a voz de Eusébia ressoou forte em seus ouvidos chamando-o. Por várias vezes.
            - Vá agora para casa, estou mandando!, a voz da mãe era clara, determinada e dura como sempre fora.            
         Automaticamente levantou-se e foi para casa. Surpreendeu a esposa na cama com Waldemar, o barbeiro. Espancou-o com a fúria de um homem traído. Foi a cozinha pegar uma faca enquanto o barbeiro fugia semi-nu. Colocou a faca no pescoço de Ivete, perguntando “por que”, entre palavrões e ameaças. Lançou-a para fora de casa, jogando as roupas pela calçada, assistido pelo grande público da vizinhança. Sozinho chorou, consolado pela filha Izildinha que se mantinha trancada no quarto até que a mãe ordenasse que saísse.
            Contendo o sofrimento e recuperando-se de outra dor que a vida lhe concedeu, meses após, surpreendeu-se com gritos na rua. Izildinha havia sido atropelada. Estava ensangüentada na rua, já morta. De súbito, surge em sua mente a figura de Eusébia “vocês devem permanecer juntos”.
            Os irmãos se reuniam na velha casa com as crianças. Relembrando a mãe, Ivany começava a benzer. Sempre o fazia, porém apenas para os filhos e sobrinhos, mas agora queria beneficiar outras pessoas. Os homens decidiram, juntos, cuidar da fazenda. Manoela com as crianças cuidavam da casa.
            Eusébio mantinha sua vida serena, quieta, calada, conversando com o velho riacho, o Ribeirão dos Porcos, que nunca deixara. Sabia o que sua mãe determinara e não seria ele a enfrentar uma ordem dela. Em frente à casa, no tosco banco de madeira, Eusébia observava o movimento dos filhos, rindo, conversando...como antes.
            

CONTOS DE UMA CIDADEZINHA QUALQUER


              

             Lembro-me de Dona Dulce que morava em uma casa bem simples acima da casa da esquina. A varanda já se encontrava com a calçada separada por uma mureta de cerca de um metro de altura.  O chão era uma sucessão de taquinhos coloridos e quebrados de maneira irregular, um vaso de copo de leite, uma cadeira, mais nada. Andava com seu vestido até as canelas, lenço na cabeça mal disfarçando seus cabelos brancos. Gostava de ficar descalça e andava para cima e para baixo com os pés no chão. As rugas escondiam a beleza de outrora, uma pálpebra mais caída que a outra e lábios voltados para baixo.  Dizia que os médicos haviam a operado e enchido seu corpo de papelão. Acreditava profundamente nisso. Por isso era saudável, não sentia mais dores, nem dor de cabeça, gripe nem sabia o que era.

            Minhas lembranças percorrem o tempo onde também posso localizar Dorival. Dorival havia sido encontrado na estrada, junto a um barranco, desmaiado, inchado que nem um balão de festa. Fora levado ao hospital e do hospital ao Asilo, embora não tão idoso. Não havia onde levá-lo. A família, de Minas Gerais, o havia abandonado. Desconsolado seguiu a estrada, sem rumo, passou fome, frio, tomou chuva, enfrentou o sol escaldante, às vezes uma esmola, um olhar desconfiado. Andou até atravessar o Estado de Minas e entrar no de São Paulo. Chegou no sertão de São Paulo, sucumbiu na estrada. Recuperado, prometia viver duzentos anos. Alegre e trabalhador reconquistou seu espaço como ser humano e gerou muitas famílias, pois era querido por toda a comunidade.

            Havia também o João Mosquito, rapaz mirrado, magrelo, de olhar desconfiado, filho de Dona Sebastiana, beata qual só ela; se Dona Sebastiana não fosse para o Céu mais ninguém iria. Participava de todas as missas, confessava e comungava, constrita. O povo se perguntava o que tanto tinha para confessar. Outras bocas, as miúdas, falavam do seu pecado. Relatavam que João Mosquito era filho do Padre Raimundo e que tudo tinha acontecido no confessionário.

            O povo mais antigo dizia que Dona Sebastiana virava mula sem cabeça. Havia muita gente que afirmava tê-la visto passar nas noites em que só a lua iluminava as ruas. Por outro lado, outros já afirmavam que João Mosquito se transformava em lobisomem. E que ele havia dado cabo do filho de Dona Cristina, de oito anos, que a desobedecera e havia ido na fossa de madrugada. Nunca mais voltou.

            Lá no fim da cidade tinha a casa de Dona Lucinda, benzedeira, negra retinta, ex-escrava, temida por toda a gente. O que ela dizia se podia escrever. Era preto no branco. Se falasse que ia morrer, podia comprar o caixão, era velório na certa. Tudo fazia com uma ramo nas mãos. Até o padre a respeitava. Dizem que quando o Padre Raimundo chegou na cidade quis bater de frente com ela. Pôs a batina, pegou a cruz e a água benta e foi até o cafofo da senhora. Entrou, ficou um tempo e saiu esbaforido. Nunca mais voltou nem se atreveu a tocar no nome da mulher. Ninguém até hoje sabe o que conversaram, mas de qualquer forma a pendenga foi resolvida.

            Perto da casa da Dona Lucinda morava Maria Dalva, mulher linda qual cometa em noite de pouca estrela, recebia os “grandões” da cidade, os fazendeiros, os barões, não “bulia’ com qualquer um, tinha que ser homem endinheirado. Com o dinheiro mantinha sua casa, a mais bonita do lugar, comprava roupas finas, jóias caras e ajudava a comunidade. Era quase uma santa. Era mulher valente, capaz de dar um tiro na cara de quem mangasse com ela.

            Não posso deixar de falar do João Otávio, com seus cabelos pretos escorridos no rosto, sorriso aberto, sempre de bem com a vida, que trabalhava no açougue do pai, Seu Benvindo, gordo, pitosga, apaixonado por Maria Dalva e sem chance de chegar até ela, no máximo levar as carnes que ela encomendava. Sua esposa, Janete, tinha morrido. Um zebu tinha dado fim na mulher, bem no meio do pasto. Ela tinha levado roupas para quarar na grama e deu de topo com o bicho, já era tardezinha. Alguns diziam que tinha sido a Dona Sebastiana, quando virada em mula sem cabeça, pois estava de olho no açougueiro.

            João Otávio era um rapaz bonito, muito atraente, mas não se engraçava com as garotas. Nem com Juju que faltava se lançar sobre o balcão ao pedir um quilo de lingüiça de porco fina. Dizem que ele havia ficado retraído desde a noite em que pegara um facão e entrara na madrugada para matar o lobisomem. Desde, então, isso havia se tornado obsessão e nas noites escuras se embrenhava na mata, voltando ao amanhecer. Prometera livrar a cidade da fera.

            O lugarejo entrou em parafuso quando Dorival e Dona Dulce anunciaram que iriam morar juntos. Ela com setenta e seis anos e ele com sessenta e oito. Dona Sebastiana caiu em oração pelas almas penitentes. Maria Dalva a presenteou com uma belíssimo arranjo floral. Fofocas e risinhos à parte eles passaram a viver juntos, passeando de mãos dadas pelas ruas aterrorizando as mentes incrédulas.

            Dona Lucinda, acompanhada de sua neta Malika, foram até a mata, certa noite de lua cheia. Dizia ter obrigações a fazer. Estava acostumada com isso e nada temia, mas respeitava o sobrenatural. Em certo momento pediu que a neta ficasse em silêncio e imóvel, concentrada, e afastou-se atraída por ruídos na redondeza. Seu olhar divisou as transformações do lobisomem e a fúria de João Otávio. Na clareira da floresta, no segredo da noite, os rapazes podiam viver o que jamais poderiam publicamente.

            Seis meses depois Dona Dulce concebeu Gumercindo, que recebeu o apelido de Gogo. Seu décimo segundo filho, onze do primeiro casamento. Dorival festejava anunciando que teria mais dez. Mas Dona Dulce faleceu com setenta e oito anos, ficando o menino a cargo de Dorival e da vizinha Dona Cida, solteira e de olho no viúvo.

            A vida corria assim na pequena cidade, buscando se dar jeito para tudo e viver como se podia, chuleando os dias, um ponto em cruz aqui, um pé de galinha ali, despreocupados em conquistar a felicidade, mas viver o que Deus dá.    
              

sábado, 15 de outubro de 2011

SE EU ACREDITAR



se eu acreditar
serei capaz de romper as barreiras do som
viajar mais rápido que a luz
coletar um diamante em Netuno
passear por Sírius
voltar no tempo

se eu acreditar
poderei alterar conceitos
alcançar o infinito
descobrir tesouros ocultos
guardados dentro de mim

se eu acreditar
terei você ao meu lado
no deleite de um amante apaixonado
nada será impossível

se eu acreditar
poderei me transformar
dar um novo ritmo ao mundo
nem que seja o meu

se eu acreditar plantarei sementes
e não importa onde caiam
germinarão com minha força
guiadas por minha própria luz

se eu acreditar não haverá barreiras
e os tropeços serão simples tropeços
lágrimas serão água de coco
que me nutrirão e saciarão a sede
de conquistar e vencer.

se eu acreditar tornarei a mim mesmo
o troféu que busco
a realização que almejo
o encontro que procuro

se eu acreditar
se eu simplesmente acreditar
começarei a eclodir a semente
a transmutar toda gente
pois as verei com outro olhar.

SER BARATA


http://-switch.tumblr.com/page/47 -


Com o devido perdão das sábias baratas


palavras tolas que falam em promessas
olhares e sorrisos estudados, moldados, articulados
frases feitas de autores renomados
gestos que insistem se alinhar aos sentimentos
relações frágeis ditadas por interesses tão pequenos
cegos que não enxergam se quer a si mesmos
vagando soltos pela estreita estrada da vida
bueiros que constróem em sua caminhada
levados inconscientes pelo sopro do vento
não há despertar àquele que morrerá sem conhecer-se
o que o motiva ?
o que o impele ?
é provável que uma mosca tenha objetivos mais claros
metas mais definidas
propósitos mais determinados
no burburinho gerado por sua inoperância
nos obstáculos que ardilosamente constrói para si mesmo
vida inerte e inútil
com perspicácia o outro condena, acusa, conspira
os danos a si vem de deus, da vida e do destino
pois não vê o reflexo conseqüente de suas próprias ações
- para que servem as baratas?
Uma reposta que só eles podem dar.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SILÊNCIO




calou-se minha voz
no silêncio soturno da noite
em seu véu ébano
como tua pele negra
sorriso de lua
olhos de estrelas
beijo de brisa suave
que balança lenta a árvore
embaraça as folhas
voz muda na garganta
gritos sonoros
somente
eu posso ouvir
alma em erupção
lava e fogo serpenteia
quietude aparente
ocultando em si
as labaredas que emergem
ígneas e rubras
paixão efervescente
placidez do lago
lábios
beijos
sonhos
tormentos
tormenta
noite em tempestade
calou-se a minha voz
nos teus lábios

Caboclo Fecheiro


Sonhei com esse ponto...

Lá no morro tem um caboclo
Não chegue lá perto moço
Ele é flecheiro, ele é flecheiro, olhe lá.
Na ponta da flecha tem veneno
Ele vai te derrubar.


O ponto, usualmente cantado, é:

Ele é caboclo ele é
Flecheiro
tumba la catunga
e matador
de feiticeiro
tumba la catunga
ele vai firma seu ponto
ele já firmo é na Angola
oi tumba la catunga

Lágrimas de Oxum

Mamãe Oxum chora
frias lágrimas
que escorrem barulhentas
chuva fria
inundação
mata verde
brotos viçosos
fecundação
vem Xangô em sua companhia
trovão forte e destemido
ouço seu grito
de guerra
a chuva escorre e chicoteia
não são lágrimas
são bênçãos que descem
pesadas
para acolher todos os seus filhos
não demora a enxurrada
é limpeza !
o sofrimento, a doença, a tristeza
seguem em redemoinhos
pelo bueiro
vão para o fundo do rio
as lágrimas
em contas de rosário
um pedido, uma oração
a cantiga silente da chuva
no telhado
me embalando enquanto durmo
chuva
benção da Mãe D´Água
sereia bonita
igarapé de Iara
ninfas que brincam como crianças
ondinas perigosas
kiandas feiticeiras

rainha kisimbi
povo das águas
em todas as línguas
a benção das chuvas
a benção das águas
em todas as nações
fino manto de águas
que desce sobre a terra. 

CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

Livros (Solos): “Análise Combinatória e Probabilidade”, Geraldo José Sant’Anna/Cláudio Delfini, Editora Érica, 1996, São Paulo, e “Encantamento”, Editora Costelas Felinas, 2010; "Anhelos de la Juvenitud", Geraldo José Sant´Anna/José Roberto Almeida, Editora Costelas Felinas, 2011; O Vôo da Cotovia, Celeiro de Escritores, 2011, Pai´é - Contos de Muito Antigamente, pela Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012, A Caminho do Umbigo, pela Ed. Costelas Felinas, 2013. Metodologia de Ensino e Monitoramento da Aprendizagem em Cursos Técnicos sob a Ótica Multifocal (Editora Scortecci). Tarrafa Pedagógica (Org.), Editora Celeiro de Escritores (2013). Jardim das Almas (romance). Floriza e a Bonequinha Dourada (Infantil) pela Literarte. Planejamento, Gestão e Legislação Escolar pela Editora Erica/Saraiva (2014).

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Metodologia e Avaliação da Aprendizagem

Pai´é - Contos de Muito Antigamente

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Contos de Geraldo J. Sant´Anna e fotos de Geraldo Gabriel Bossini

ENCANTAMENTO

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meus poemas

Análise Combinatória e Probabilidades

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juntamente com o amigo Cláudio Delfini

Anhelos de la Juvenitud

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Edições Costelas Felinas

A Caminho do Umbigo

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Edições Costelas felinas

Voo da Cotovia

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Celeiro de Escritores

Divine Acadèmie Française

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Prêmio Luso Brasileiro de Poesia 2012/2013

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Literarte/Mágico de Oz (Portugal)

Lançamento da Antologia Vozes Escritas

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Noite de autógrafos em Barra Bonita-SP

Antologia Literária Cidade - Volume II

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Poemas : Ciclone e Ébano

Antologia Eldorado

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Antologia II

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Antologia Cidade 10

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Org. Abílio Pacheco

Antologia da ALAB

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Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas

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Lançamento do CELEIRO DE ESCRITORES

Contos de Hoje - Narrativas

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Literacidade

O Conto Brasileiro Hoje

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RG Editores

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