sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O JARDIM DOS FLAMBOYANTS


            Mais uma vez chegou esbaforido, lançando a mochila na cama, arrancando as roupas e dispersando-as pela casa rumo ao quarto. A internet havia se tornado um vício alucinante, mal conseguia absorver o conteúdo das aulas flutuando no mundo virtual: ansiava chegar em casa para ligar o computador e começar a conversar, inclusive com o colega que se sentava ao seu lado na classe. Ali passava o dia, buscando alguma refeição rápida, um refrigerante, uma tarefa de escola da qual não poderia se safar, uma paradinha para o banheiro. Assim transcorriam os dias de Felipe, dezesseis anos, olhos esverdeados, louro, pele alva e alto, bem desenvolvido.
            A madrugada avançava ao som do teclado, quando na sala de bate-papo se apresentou Olívia. Uma garota de boa conversa e que logo chamou a atenção de Felipe. O objetivo do rapaz agora era chegar em casa e aguardar, roendo as unhas, que Olívia entrasse. Os meses correram velozmente. Olívia passou a ser um doce devaneio na mente daquele jovem. Aos poucos, revelou que era bem mais velha que ele, com trinta e cinco anos. Idade para ser mãe dele. Apesar de que Olívia nunca cedera às investidas do garoto, mantendo o bom papo, e uma curiosa sedução que enlouquecia o adolescente.
            Olívia narrou que estava separada há muito tempo. O marido a deixara em troca de uma garota que conhecera na estrada. Era caminhoneiro e, entre tantas aventuras, conhecera Zuleide, menina ainda, mas o suficiente grande para arrancar-lhe o esposo. Ficara com seus três filhos: Teresa, Roberto e Tadeu. Trabalhava como lavadeira, de onde tirava o sustento para ela, a mãe e os filhos. O pai havia falecido há muito tempo e não tinha parentes próximos, exceto sua mãe, sempre amiga e companheira. Era ela e ela para dar conta de tudo ! Passava madrugadas na friagem, lavando roupas, sem tempo para descanso.
            O rapaz ficava cada vez mais impressionado e ao mesmo tempo encantado pelas estórias que a mulher contava, tão cheia de vida, experiências e sofrimentos. Orientado por ela é que começou a dedicar-se mais aos estudos, gerando uma certa surpresa aos colegas e professores. Em especial as redações de Felipe passaram a ser destaque na sala de aula. Nelas, ele reproduzia muitos contos que Olívia lhe ditava. Olívia sempre lhe dizia que queria ter sido escritora, mas nunca havia tido oportunidade, em geral escrevia e amassava ou depositava em uma caixa que mantinha no forro, escondida para que ninguém zombasse de suas palavras mal escritas. Alguns poemas, Felipe levou para sua professora e ela ficou entusiasmada com o futuro do garoto. Ele buscava ocultar que eram de uma mulher que conhecera pela internet. Ao mesmo tempo sentia-se mal por isso e desejava revelar a todos a origem de seu repentino sucesso. Temia a zoação dos amigos. Preferiu calar-se muitas vezes.
            Os meses de contato com Olívia foram levando-o a interessar-se em conhecê-la pessoalmente. Insistia, mas ela se recusava alegando que ainda era cedo, não era o momento, entre outras desculpas que Felipe não engolia mais. Desesperava-se ao mesmo tempo em que seu coração disparava só pensando o que faria frente a frente com ela.
            Após forçar muito a barra, Olívia revelou-lhe que morava num bairro distante dele. Chama-se Jardim dos Flamboyants. Era o bairro mais antigo da cidade. Casarões preservados, algumas ruas ainda conservando os blocos de granito e onde evitavam asfaltar para conservarem o perfil de outrora. O bairro passou a ser freqüentado por Felipe. Pegava sua bicicleta e passeava por lá, na expectativa de encontrar Olívia. Ele já havia enviado sua foto a ela, mas a face de Olívia ainda se mantinha oculta, envolta em um mistério que começava irritar Felipe.
            Um pouco mais de insistência e foi confidenciada o nome da rua. Uma tal rua Flor de Santana. Deixando a escola dirigiu-se avidamente para lá. Assustou-se. Eram casarões antigos, porém bem mal conservados. Representava que havia ingressado no túnel do tempo e vagava agora pelas ruas do passado. Compreendeu que Olívia deveria ser uma pessoa muito pobre e por essa razão se escondia. Perguntou a algumas pessoas se conheciam uma pessoa chamada Olívia que morava por ali. Nenhuma referência, ninguém a conhecia.
            Felipe empertigou-se enquanto falava com Olívia e exigiu o número da casa. Iria vê-la em sua casa ou poderiam se encontrar na grande praça onde a rua terminava. Olívia disse que os mundos deles eram diferentes, já se tornara imenso desafio esse contato. Disse que o amava, mas por todas as razões nunca iriam se encontrar. Ciente do amor de Olívia, Felipe irritou-se ainda mais. Discutiu com a sua mãe por razões incoerentes, chutou cadeiras, atirou-se no sofá com expressão emburrada. Ela o havia seduzido e agora o desprezava.
            Chorando mais uma vez, Felipe propôs se encontrarem.
        - Diante de minha casa há uma mangueira de tronco muito grande, onde meus filhos brincavam..., explicitou Olívia reticente.
            Mal soou o sinal e Felipe já estava em sua bicicleta rumo à Rua Flor de Santana no Jardim dos Flamboyants. Iniciou o trajeto logo no começo da rua e pedalou até a praça. Nenhuma mangueira ! Ela o enganara. Voltou mais lentamente, desanimado, olhando a calçada até que avistou a base de um tronco, grosso, demonstrando que ali havia existido uma grande árvore. Estava diante de uma casa muito velha. Uma mulher regava samambaias e folhagens plantadas em latas enferrujadas. Parecia muito idosa, tanto quanto aquele bairro.
            Não conseguindo conter-se perguntou se ali havia existido uma mangueira. A senhora debruçou-se no muro como que contemplando o tempo.
            - Sim havia, faz muito tempo...uma grande e viçosa mangueira. Ficava carregada. Mas por que quer saber isso, menino?, resmungou a anciã.
            - Posso perguntar mais uma coisa ?, insistiu o rapaz.
        - Pode dizer, é trabalho de escola? Muita gente vem aqui saber do bairro, e eu quase nasci com ele...disse sorrindo em tom amistoso.
            - A senhora conhece alguma mulher chamada Olívia e que mora por aqui?, arriscou Felipe olhando para a face da senhora que pareceu abater-se.
            - Olívia..., disse a mulher pensativa. Aqui não mora ninguém com esse nome...você sabe mais alguma coisa sobre ela?
        -  Não sei muita coisa, disse inocentemente o rapaz, sei apenas que ela tem 35 anos e tem três filhos...Teresa, Roberto e Tadeu...
            A mulher empalideceu como se tivesse diante de um fantasma. Olhou o menino tentando raciocinar, com os olhos marejados.
            - O que você sabe sobre ela?, indagou a velha como que aturdida.
            - Sei apenas isso...a senhora a conhece?, persistiu.
        - Ela faleceu há vinte anos. Era minha filha. Logo depois que Felipe caiu de cima da mangueira e morreu, ela não foi mais a mesma. Desgostou-se da vida. Teve uma doença no peito, tossia muito, morreu meses depois...como você sabe sobre ela?, questionou a mulher claramente perturbada.
            - Acho que não estamos falando da mesma pessoa. A Olívia que estou procurando é lavadeira, a mãe dela chama-se Dora e o pai faleceu quando ela tinha cinco anos..., contou num impulso, quase levando a senhora ao desmaio.
- Dora sou eu, meu rapaz. E meu marido, Alcides, morreu quando Olívia tinha cinco anos. Não estou entendendo como você sabe de tudo isso ! Qual seu nome?
- Me chamo Felipe e converso todos os dias com a Olívia pela internet, não pode estar morta !
Ao ouvir o nome do garoto, Dora buscou um banco de cimento próximo para apoiar-se e sustentar o peso da emoção.
Dora, respirando profundamente, convidou o rapaz para entrar, mostrou a foto na sala. A foto era de uma moça belíssima.
- Esta é Olívia...não sei que jeito ela tem falado com você, mas ela morreu...a mulher começou a chorar partindo o coração de Felipe.


   Num ímpeto olhou para o telhado. Buscou uma abertura e percebeu um espaço que permitiria que acessasse o forro. Pediu permissão, sob o olhar rubro e curioso da senhora. Não foi difícil divisar uma caixa de madeira oculta na poeira. Desceu-a e diante de Dora a abriu, trazendo à luz uma série de poesias carinhosamente arquivadas. entre elas muitas que haviam sido escritas para Felipe ao longo dos meses.
O marido a havia abandonado em troca de Zuleide. Nomes, acontecimentos, lugares. A caixa com as poesias. O encontro. Felipe: o mesmo nome do filho falecido dela. Morrera tuberculosa. Coincidências ?
O quadro com a foto de Olívia despenca da parede. De dentro do quadro salta um bilhete, já amarelado pelo tempo e marcado pela umidade. Nele escrito:
“Felipe, vou te amar sempre. Olívia”.          

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CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

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