sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

REVEILLON

ela sorria enquanto as taças se encontravam
aspergindo gotas de champagne pelo ar
ao longe crianças cantavam
num coral uníssono a ressoar
rosas brancas, sorrisos, o perfume de iguarias
orações a todas as Marias
Conceição, Aparecida, Rosa Mística, da Agonia
Medianeira, Sete Dores, Doce Beijo, da Adadia
das Graças, de Angola, da Guia... Estrela Guia
velas, flores nas águas, encanto no mar
votos, esperanças, beijos e saudades
no outro dia homens de ressaca
ressaca no mar
a vida continua renovada
até a próxima virada.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

AMOR E SEXO

amor, cântico antigo dos profetas e avatares,
impulso cristalino do coração
sopro raio rosa dourado
que eleva, renova, encaminha
abraça, cuida, zela, encantado
equilíbrio misterioso da vida
muscalura, ocitocina, sabor
o gato e a gata
o kiwi macho e fêmea
é amor ?
ou instinto de procriação?

BEIJO ENVERGONHADO

Queria saber
como se beija
ensaiar languidamente
pelo seu corpo
vaguear pelo seu rosto
umedecer seus lábios
enrolar em seus cabelos
beber de teu sorriso
tocar sua língua
e encostar meus lábios aos teus
devorar-te
doce e histericamente
como um buraco negro que suga as estrelas
suspirar de paixão
enquanto te olho envergonhada.

MUITAS FACES

pode ser o lótus, o amor-perfeito, a orquídea, a margarida
sensitiva, sempre viva, camélia, budléia
pode ser o urso, o leão, o condor, a águia
o cervo, a pomba, o elefante, uma colméia
a ametista, a turqueza, o diamante
Isis, Artemis, Friga, Kali, Astartéia
Hórus, Krishna, Mayahuel, Jesus
tantos nomes, tantas formas, tanto tempo
quem é Deus
energia, força, movimento
manifestação do pensamento
sombra e luz
renascimento
simplesmente um acalento
velho ou novo testamento
alcorão, talmud, vedas
obsidiana negra
segredo oculto e vivo
no inconsciente humano
estranha semente que germina
na areia, no barro, na montanha
bóson, fóton, big bang
essência de tudo.

PARE DE GRITAR MEU NOME

Pare de gritar meu nome
De alardear a fome
De estar junto de mim

Deixei-te naquela encruzilhada
Cujos braços
Você nem conseguia decidir

Você seguiu com o vento

Siga o vento, seja o vento

Gire moinhos, gere energia,
Carregue as folhas secas
Mova o veleiro

Siga o vento
Conheça florestas
Visite riachos
Adentre charcos
Espalhe o perfume daquela rosa isolada

Pare de gritar meu nome
De chamar-me

Veja tua bússola
Descubra mares
Conheça lugares

Não estarei lá
As águas passam
O vento passa
A vida passa
Os amores passam
Você passou

Pare de gritar meu nome
Hoje mal lhe conheço
Você foi um tropeço
Que se dá
Entre os caminhos que caminhamos
Na busca do outro
Que acreditamos
Ser um pedaço que falta

Pare de gritar meu nome
Ensurdeci aos teus apelos
Vivo hoje sem atropelos
Aprendi a viver sem você.

O BOSQUE

Sinto o vento em meu rosto
enquanto caminho solitário
por entre as árvores do bosque.
O ruído das araras em algazarra
O passo cauteloso do guará
Restaurador silêncio
Enquanto abraço um jacarandá
E respiro
Verde
Paz
Sossego
Vida

O BEIJO

Beijo na boca
Na mureta da calçada
Sonho e calor
Lágrima e decepção

O TREM

O apito do trem
Corpo do gambá nos trilhos
Basalto e caruru
Lá vai o trem

REVEILLON

Rolha da champagne
Toca o céu
Fogos, brindes, alfazema
Mataram ele a facadas.

O MAR

O céu e o mar
O barco oscila
som de concha
o peixe e o sal

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

DONO DOS CAMINHOS

ele mora no caminho
estrada, rua, viela
camina en la noche
looks you in days
mесяц з'яўляецца вашым сябрам
die sonne ist Ihre reiseführer
닭이 새벽에 까마귀
dan dia tersenyum
jahat
bezpieczne chodzenie
en glimlag
le chien abóie
彼はゆっくりと歩く
kontan mache
講所有的語言
κατέχει το οδικό δίκτυο
laroiê

O ENCONTRO

"Deus é pai de Jesus / Jesus é pai do divino Espírito Santo/ com o poder de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito/ afasta todos os males desse corpo/ Amém”. (benzimento popular)

A criança chamava-se Isabela e era uma espoleta, correndo por todos os cantos apaixonada e curiosa por tudo o que a vida lhe revelava a cada instante. Cabelos louros e cacheados, olhar turquesa e maçãs rosadas demonstravam além da beleza, a graça e a simpatia, a meiguice e o carinho com todas as coisas e pessoas. Sorria irreverente diante do inusitado, das surpresas, das descobertas.

Encantada pelos animais, em especial os macacos, quando apareciam na televisão ou em visitas ao zoológico, programadas pela mãe e incentivadas por ela. Também pelos gerânios que rodeavam a casa, atraindo borboletas. Surpreendia-se com as lagartas verdes que os devoravam, mas havia um tom de amorosidade quando as orientava a não danificar as plantinhas.

Era única filha, nunca tivera contato com o pai e sua mãe buscava manter tal assunto sepultado no passado. Talvez a única coisa boa tenha sido justamente Bela, como a chamavam. Conforme se costuma dizer “Deus escreve certo por linhas tortas” e era grata por ter um anjo consigo.

Um anjo que aos poucos se transformava. Sua energia independente e forte traçara um caráter questionador, ousado, disposto a enfrentar regras ao mesmo tempo pacato e sonhador. Seu cabelo agora, liso e de tons azulados, piercings nas orelhas, umbigo, lábio e língua davam-lhe outra aparência. Tatuara um golfinho na nuca. Suas amizades também causavam estranheza à mãe que buscava reorientá-la aos padrões considerados normais para uma criação tradicional. Isabela respondia com tranqüilidade, acalmando a mãe inconformada que “não tinha nada demais” em seus atos e que não fazia nada de errado.

Isabela não era a chamada melhor aluna, mas interessava-se por filosofia, passando horas discutindo com seu professor sobre vários temas. Era vista com reservas pelos professores e por outros colegas que a achavam estranha, embora se comportasse naturalmente em sua vida escolar. Talvez sua postura aparentemente agressiva fosse tão somente uma leitura que as pessoas faziam dela a partir de suas próprias concepções.

As idas noturnas ao cemitério eram freqüentes. Um lugar de paz, tranqüilidade, sossego, onde podia conversar com os amigos, beber vinho ou ficar simplesmente em silêncio olhando a lua, as estrelas...Ao contrário do que se cogitava, Isabela não era usuária de qualquer droga, exceto o vinho, que saboreava moderadamente uma taça, em um brinde à vida no habitat dos mortos.

Era ali também que assistia, de longe, diferentes rituais com os mais diversos objetivos. Numa dessas noites, olhava oculta entre os túmulos, uma senhora que acendia velas e oferecia flores e champagne,quando foi surpreendida pela percepção da mulher.

- Aproxime-se, menina, aproxime-se !, insistiu a anciã, - não tema !

Isabela não temia, apenas tinha receio pelo desconhecido, ao mesmo tempo em que magneticamente sentia-se atraída pelo mistério.

Conversaram longamente. A velha parecia saber de toda sua vida, suas dúvidas, seus receios, sua busca inconsciente. Isabela identificou-se com a simplicidade e sabedoria daquela mulher.

Passadas algumas semanas ainda latejava em sua cabeça a imagem daquela senhora e resolveu procurá-la, já que havia sido convidada a essa visita naquela noite.

Isabela pegou o circular que levava ao bairro quase fora da cidade, na periferia da mesma. Encontrou o asfalto destruído e abandonado, casas pobres apenas de tijolos expostos, ou ainda algumas improvisadas com plástico, folhas de zinco e até papelão. Aquela cena mexeu com seu interior, nunca havia estado lá e não imaginava tantas pessoas vivendo em situação tão precária.

- A senhora sabe onde mora Dona Serafina ?, perguntou a uma senhora já de idade bem avançada, com lenço na cabeça e recostada a uma cerca de bambus.

- A benzeira ?, questionou insegura avaliando a imagem estranha da garota, o que uma pessoa como você pode querer dela ?

- Acho que sim...buscou esclarecer, embora não tivesse muitas referências, ela mora na rua Cariri...resmungou desatenta ao olhar inquisidor da mulher.

- Humm...é ela mesma. Sobe essa rua que ela vai dar lá no morro. Vai sempre reto, quando chegar numa árvore bem grande você olha na descida e vai ver uma casa branquinha...é lá.

Isabela foi recebida com o sorriso sem dentes da dona da casa e mal sabia que sua vida se transformaria ali.

"Setenta anos
Passei dentro da Jurema

Discípulo não tenha pena
de quem algum dia lhe fez mal.

Quando eu me zango
toco fogo em um rochedo
meu cachimbo é um segredo
que eu vou mandar pra lá".*

Ali está Dona Belinha atendendo a muitas pessoas. Não tem mais piercings,mas tem outras coisas que chamam a atenção das pessoas.

A casa é rodeada por gerânios. Há quem diga que os gerânios representam tristeza. Talvez hoje enfrente preconceitos similares ao que enfrentava na escola, porém mais segura. Descobriu que existem muitos outros. Talvez tudo tenha sido um exercício para hoje orientar com propriedade os que a procuram.

- Mãe, tem um senhor aí que quer falar com a senhora !, anunciou sua filha Isadora.

Belinha conduziu-o ao interior da casa com o carinho de sempre. Ouviu-o atentamente e sentiu seu coração acelerar e partir-se com a história do pobre homem, corroído pelo tempo, pelo remorso e pela saudade.

Embora ele não soubesse, Belinha já descobrira. Estava diante de seu pai. Simplesmente abraçou-o.

- Está tudo bem... disse, enquanto ele se deixava consumir em profundo pranto.



* Cantiga de Catimbó para Abertura dos Trabalhos.

A ENTIDADE

A tarde avançava destemida trazendo o vento gelado que prenunciava uma noite fria. A dança das estrelas cedeu espaço a uma profunda escuridão e não se podia avistar se quer o vôo silencioso da coruja. As ruas estavam desertas e a cidade abandonada, aparentemente seus moradores haviam desaparecido.
No fundo do sofá a menina coberta por grosso edredon mostrava-se hipnotizada por um programa de televisão que assistia absorta. A um canto um gato gordo e cinzento estava adormecido aquecido pelo calor da menina. Seus pais estavam na igreja e chegariam bem mais tarde cumprindo suas obrigações religiosas.
Pela janela podia-se ver as sombras dos arbustos que decoravam os arredores da casa. Mas a menina já estava acostumada a ficar só, dominando seus medos e agarrando-se a companhia fiel de Zongo, seu gato.
Tão atenta estava ao filme que não notou que estava sendo observada por uma sombra na porta da cozinha. Não era possível definir detalhes de seu rosto, apenas a silhueta de um homem alto, provavelmente de terno e chapéu. Baforadas de fumaça demonstravam que possivelmente fumava um charuto.
Os pais adentraram eufóricos pela casa, contando alegremente os feitos do dia, e mal perceberam a existência da menina buscando logo a cozinha. A fome exigia maior atenção e cuidados, por outro lado as ações junto à igreja davam a sensação de dever cumprido, de fazer o certo, dispensando quaisquer outras atitudes cotidianas, inclusive carinho à própria filha.
Foi quando o pai sentiu o cheiro do fumo e indignou-se. A menina estava fumando e isto era inadmissível para uma família cristã. Sem qualquer diálogo agarrou a menina pelo braço arrancando-a do sofá e puxando-a pelo quarto aos berros clamando clemência do Senhor.
- Hoje não vou bater em você. Estou apenas avisando que ficará de castigo e não se atreva em corromper esta casa. Esta é uma casa de Deus...e você sabe muito bem do que estou falando !
A menina o olhava sem compreender, embora já tivesse se acostumado aos acessos de ira do pai. Naquela noite, porém buscava nos recônditos da memória lembrar-se de qualquer ato que justificasse tal postura. Não encontrou e a indignação aumentou, em especial o ódio por aquele Deus e aquela igreja.
Encostado no guarda roupa o mesmo vulto sorria malicioso, assistindo a cena. Ele sabia bem mais que as aparências. Conhecia os segredos do pai traindo a esposa com outras mulheres, entre uma caridade e outra, após a evangelização deste ou daquele grupo. Sabia também dos desvios financeiros que fazia na igreja na qual era respeitado e considerado exemplo.
A esposa era uma coitada, submissa, fiel, acreditando ser essa a posição da mulher, feita de uma das costelas de Adão. Canalizava toda sua energia para ações determinadas pelos superiores e a própria energia sexual. Sendo o sexo destinado a procriação essa tarefa já estava cumprida, sendo abolido qualquer contato no gênero. Seus desejos, sonhos, fantasias foram lançadas no abismo do inconsciente, considerando pecaminosos, perigosos, armadilhas fatais do chamado inimigo.
Na escola a menina mostrava-se retraída, preferindo brincar solitária e caminhar entre os jardins do colégio, repleto de árvores frondosas, flores multicoloridas e um gramado que se traduzia em isolamento, paz e tranqüilidade.
Foi num desses momentos que viu sentado num banco o homem com seu terno e fumando seu charuto.
- Se a Coordenadora ver o senhor fumando ela vai ficar muito brava...advertiu a menina aproximando-se.
- Sério ? Prometo que ela não ficará sabendo. Vejo você sempre aqui. Prefere ficar sozinha ?, inquiriu ele olhando-a debaixo para cima.
- É. Gosto das árvores...
- Não tenha medo das pessoas, nem todas são iguais ao seu pai ou como sua Coordenadora...há bons amigos para você fazer por aqui – orientou.
- Você quer ser meu amigo ?, questionou sentando-se ao lado.
- Já sou seu amigo...quando quiser falar comigo é só chamar.
- Mas eu não te conheço, como você se chama ?, perguntou curiosa.
- Cada um me chama de um nome. Mas para que seu pai não fique bravo com você, basta pensar em mim...disse ele enigmático e soltando baforadas.
- Nossa você sabe o que a gente pensa ?
- Hummm ...muitas vezes. Não se sinta mais sozinha. Tá vendo aquela menina lá, vestida de azul ? Ela é uma boa amiga para você. Faça logo amizade, pois sua Coordenadora está te observando e logo vai chamar seu pai dizendo que você não tem amigos...Vai lá...converse com ela, ela vai gostar...eu garanto.
A menina atenta a nova amiga correu em sua direção, quando pensou em despedir-se do homem, voltou-se para trás, mas ele não estava mais lá. Sem dar importância a isso, foi em direção a Ana Paula.
Da janela do terceiro andar a Coordenadora a olhava e sorriu ao vê-la dirigir-se ao escorregador com sua amiga.
Um mês depois o pai da menina enfartou. A esposa precisou assumir diversas tarefas antes cuidadas exclusivamente pelo marido e rapidamente inteirou-se sobre as muitas responsabilidades, desde ir ao mercado, pagar contas e zelar pelas atividades na igreja. E foi assumindo as atividades do marido que acabou sabendo das amantes, embora relutasse em acreditar em tais informações e romper relações com algumas pessoas que ousaram alertá-la.
Embora não acreditasse a dúvida persistia e a motivava a estar acessível às informações que vez ou outra chegavam a seus ouvidos. O cenário se tornou mais cruel quando foi chamada à igreja. A pessoa que assumira no lugar do marido havia detectado as muitas irregularidades e possibilidade de fraudes. Ficou estarrecida. Aquele não era seu marido, o homem dedicado a Deus, honesto, íntegro, fiel, verdadeiro. Não cobrava dele perfeição, mas não esperava tantos rombos na sua personalidade.
Mais uma vez, olhando com os braços cruzados, recostado à porta, o homem de terno olhava a mulher debruçada sobre a mesa, em prantos, folheando os documentos que demonstravam um marido corrompido.
Envergonhada, afastou-se da igreja, embora não pudesse acusá-la. O culpado por tudo aquilo era seu marido.
Ele, por sua vez, anunciava que tudo aquilo não passava de ardilosa armadilha do demônio e manteve suas mentiras até o túmulo. Momento em que esposa e filha, abatidas, inconformadas, tristes e desiludidas decidiram ir para outra cidade, começar nova vida.
Hoje a menina já é mulher. Advogada, bem sucedida, casada e mãe de dois filhos, Agnaldo e Guilherme. Não acredita em Deus, nem freqüenta qualquer igreja. Dedica-se fervorosamente à família e ao trabalho.
- Mãe, disse Guilherme, um homem de chapéu falou pra mim que sua vida vai mudar, uma coisa muito boa vai acontecer...
A menina-mulher sentiu um arrepio na espinha enquanto aspirava estranhamente o odor da fumaça do charuto.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FLORES

flores
na sepultura dos faraós
no ramalhete para a pessoa amada
nas mãos da noiva
no vaso que enfeita a casa
nas estampas e tecidos
rosas, crisântemos, lírios
brancas, amarelas, púrpuras, coloridas
flores
abelhas, besouros, borboletas, polens
no pântano ou no topo da árvore
flores
presente nas alegrias e nas dores
onde fores
lá estarão as flores
pequenas na tundra distante
exótica Arun Titan
flores
belas, estranhas, tímidas
sagradas
lótus, incenso, flor de Saint Germain
perfumadas, odoríficas
malcheirosa
reinam
apenas reinam acima dos deuses e dos homens

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O GATO

A maritaca no puleiro
pendurado na goiabeira
olha o gato !
- Olha o gato, Dona Maria !
- Olha o gato, Dona Maria !
- Olha...

MUNDO DOS INSETOS

a galinha d´angola caminha e reclama
daquele monte de grama
que tem pra pastar
desviando do rabo que se sacode
entre mutucas e moscas disputando o boi
uma multidão de insetos que enchem o papo dos sapos
bernes, aranhas, carrapatos
cada um em seu espaço
até a mosquinha do banheiro
discreta e muda
oculta no vaso branco e tão limpo
acha um canto
e para todo desencanto
surge ela reinando branca ou dourada
a barata
não podia ser uma borboleta ?
mas se fosse preta dava azar !
mas é a barata
observada atenta pela lagartixa...
Já era !

FRUTO PROIBIDO

mordi a rubra maçã
na busca alquímica do conhecimento
sentindo sua doçura e seu encantamento
rocei-a em meus lábios
num gesto quase sensual
meus olhos fitaram sua casca lisa, brilhante
vermelha
boca vermelha
sangue vermelho
céu vermelho
no final da tarde
sereno e distante
será que foi mesmo a maçã ?
talvez tenha sido outra fruta
oculta entre pergaminhos ancestrais
quem sabe a graviola, o cajá, a jabuticaba ?
que fruta uma serpente come ou vigia ?
fruto de cobra é o melão de São Caetano !
ou será a goiaba, o caju, o cacau, o maracujá ?
entre frutos, anéis, pantáculos e selos
floresce o segredo do conhecimento
que a ciência, ousada e muda,
atrevidamente revela.

EMBURRADA

o tempo corria
enquanto a menina fingia
que não queria o sorvete
que o pai lhe oferecia.
- Quero o bombom, a bala, o bolo de nozes !
O pai se divertia
voltando pra casa
com ela sem nada
andando lerda toda emburrada.

A FLOR

não pensei na formosura da flor
nem em seu perfume
nem na delicadeza de suas pétalas cor de púrpura
ou na sua finalidade como reprodutora
apenas a apanhei
apanhei para presenteá-la
oferecê-la a doce e amada moça
que dependurada na janela me observava
de olhos lânguidos, cabelos despenteados e sorriso disperso
que mordia o canto da boca
seguindo hipnótica meus passos
apanhei a flor
era para ela...
- Quer entrar ? A flor não paga minhas contas, mas você pode pagar !

SONHOS DE CARNAVAL

A mulher sorria enquanto esperava o marido
que bebia e caía dançando o frevo
olhado atento pelo professor que ensinava
e acompanhando a agitação lá de fora
ensinava a menina que sofria e pensava no rapaz
que, sem camisa e suado, jogava bola na quadra
sem saber que ela nele pensava
pois ele queria driblar e festejar o gol junto aos colegas
mas um dos colegas fitava o goleiro
sonho longínquo e secreto
para o destemido e ágil goleiro que liderava o time
com medo de chegar em casa
e encontrar o pai que chegando do frevo,
bêbado e transformado o surrava
por isso, divagava entre sonhos e pensamentos
em ser herói de si mesmo
aparecer na televisão, nos jornais e nas revistas
ao lado de meninas bonitas
com carro do ano e meio insano
gastar fábulas de dinheiro
antes que o coveiro
entre seus últimos sonhos
de ser si mesmo.

O COPO

Havia um copo jogado na praça.
A mulher da limpeza passou e indignou-se com o copo.
Quem foi que jogou o copo ?
O homem do bar, logo em frente, vendo o copo
questionou qual dos clientes o deixou ali.
Deixou ali o copo já molhado pela chuva, queimado pelo sol, carregado pelo vento.
Será cliente do bar da esquina ?
Ou alguém teria vindo bebendo e lançou-o ali ao não ter mais líquido que apreciasse ?
O bêbado estirado no banco nem sabia do copo.
É problema da Saúde, da Vigilância Sanitária...
Não convém chamar rádios e jornais ?
Denunciar o copo ?
O menino que passava, desinformado dos problemas do copo, lançou-o no lixo.

CENA DA LUA

O homem lua
Sorria enquanto corria pela estrada
Ziguezagueando na penumbra oculta
Da mente quieta e confusa
Da menina que brincava alheia com a boneca
Boneca branca e sem cabelos
De cabeça grande como a lua
Sentada no barro modelando a noite
Com olhos de pirilampos
Ígneos e distraídos
Focados no distante breu
Que o limo forma
Com o passar das águas
Turvas e inconscientes
Seguindo seu caminho à margem da calçada
Como a menina, o homem e a lua
Desfilando para uma platéia vazia
E delirando pelos próprios aplausos
Vaga calma ou inquieta
Resmungando ao encontro de uma pedra, de uma nuvem, de um nada
Nada quieto no céu
Onde morcegos, corujas e besouros voam
E o gato olha perspicaz
O sapo engoliu o besouro

domingo, 19 de dezembro de 2010

A REZA

O caminho para chegar ao casebre era íngreme, de terra, serpenteando até o alto do morro, com muitos seixos espalhados, troncos e valas produzidas pelas enxurradas que eventualmente desciam nos dias de chuva, incontroláveis.
De carro o trajeto era impossível, era preciso insistir em uma longa caminhada, a menos que fosse a cavalo; mesmo uma carroça enfrentava suas dificuldades. Mas o esforço era válido, Dona Merenciana era benzedeira conhecida. Moravam sós no topo do morro, ela e a filha. A filha também já demonstrava os sinais da idade e havia ficado solteira, mas não tinha as qualidades da mãe, era retraída, esguia e mais afeita a cuidar da casa, dos animais e da pequena horta enquanto a mãe atendia umas dezenas de pessoas ao longo do dia.
Com um ramo verde que colhia no arbusto em frente à casa, Dona Merenciana abençoava a todos, tirava o mau olhado, quebrante, cobreiro, dores de barriga, bicheira, espinhela caída, entre tantas outras que fomentavam o sofrimento das pessoas. Também recebiam receitas de banhos, chás, ungüentos que renovavam aqueles que a procuravam.
“Seu” Natal era assíduo freqüentador da casa e já presenciara fatos incríveis das conversas que Dona Merenciana tinha com as almas. Ele mesmo recorrendo ao auxílio daquela senhora já havia vivido situações que ninguém acreditaria. Certa vez, indo em visita a sua irmã Adelina, em uma cidade longínqua e na qual nunca havia estado, percebeu que havia esquecido o endereço em cima da cômoda ao pisar na rodoviária. Decidiu, então, seguir para a esquerda intuitivamente e quando encontrasse alguém iria se informando. Numa fração de segundos pediu que Dona Merenciana o iluminasse. Ao chegar em uma esquina deparou-se com uma moça e perguntou se ela conhecia fulana de tal e explicou que não sabia como encontrá-la.
A moça, muito atenciosa e simpática, para surpresa do “Seu” Natal esclareceu que a conhecia e estava indo próximo a casa dela e que não ficava distante dali. Foram conversando ao longo do caminho quando viu sua irmã, enxugando as mãos no avental, em frente a casa. Aliviou-se. Sem qualquer reflexão e preso pela saudade correu ao encontro dela. Notou, então, sua indelicadeza com a moça que o conduzira. Não estava mais ali, correu até a esquina, olhou aos arredores...e nada !
- Preciso agradecer a moça, comentou indignado e envergonhado consigo mesmo.
Adelina sorridente o interpelou esclarecendo que ele vinha caminhando sozinho, não havia ninguém com ele. Ela o estava observando desde longe...e pensando: que bom que ele encontrou minha casa !

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A MADRINHA

Lá ia ela com seu lenço amarrado na cabeça, o vestido de pregas, sua bengala já tão velha quanto ela, a pele queimada do sol e o rosto enrugado, cambaleando. Os olhos pequenos mas muito vivos mostravam que a alma ainda era jovem, atenta e perspicaz.
- Nossa Sinhora te abençoe, meu fio ! , repetia ela, incansavelmente a todos.
E todos a respeitavam, mas também temiam. Era macumbeira, tinha uma casa e na casa, uma roça. Lá na roça vinham os encantados. Pretos-Velhos, Caboclos, Boiadeiros e Crianças. Era coisa séria, que ninguém brincava.
As pessoas a buscavam, em geral, conselhos, um benzimento, um chá para isso ou aquilo. Todos queriam estar com ela. A chamavam de Madrinha.
E a Madrinha acolhia a todos com um carinho e severidade que só ela podia. E o que dizia era lei. Ninguém questionava fosse do menino ao velho, às vezes mais velho que ela.
Madrinha tinha um caboclo e esse caboclo era chamado por todos da vila, até gente distante.
Na vila também morava Tião Barrica que desafiava a tudo e a todos, valentão que nem ele só. Resolvia tudo no soco e no pontapé, amedrontava as crianças, surrava a esposa. Não se incomodava de ir preso e já fora tantas vezes. Já conhecia as pessoas por lá, já tinha uma cela que era só dele.
Quando chegava no bar do Alceu o pessoal já tremia e ia saindo um a um para evitar confusão: que era sempre certa onde ele estava. Um sorriso, uma palavra mais alta, um esbarrão e ele já estava ofendido iniciando a maior pancadaria.
Sebastiana, a mulher de Tião Barrica, estava cansada de apanhar. Vivia machucada e já arrastava uma perna de uma das surras que levara. Algumas pessoas diziam que ela devia ir embora, abandonar ele, mas ela temia. Ele dizia que a encontraria onde ele estivesse e a mataria. Era prudente ficar e agüentar. E também, refletia, ir para aonde ? Sem família, sem destino, ia deixar a casa e os filhos ? Eram seis !
Um dia disfarçou-se como pode e procurou escondida a Madrinha. A anciã a olhou e sorriu, com seu cachimbo deixando tudo anuviado.
E sem que a moça pudesse esboçar uma pergunta, esboçar uma lamentação ou fazer um pedido, a Madrinha aconselhou:
- Só mais um pôco, fia, e vai ficá tá tudo resorvido...Virgi Maria te abençoe !
Sebastiana desatou num pranto só. Só aí disse que não agüentava mais tantos anos de sofrimento.
Saiu desesperançosa, esperava outra coisa. Esperar ela esperava já há muito tempo, durante anos acreditou numa mudança do marido. Quando nasceu o primeiro filho, o segundo...cada dia era esperar algo de bom, que se resumia em surras, descaso, agressões verbais e outros tantos mal tratos.
A Madrinha era a última esperança que também se esvaía. Mas também pudera, o que aquela velhinha poderia fazer ?
Naquela mesma noite, Tião chegou quebrando tudo. Urrando que nem só ele, amedrontando as crianças e deixando os vizinhos alertas em suas casas. Foi até a cozinha, apanhou mais um litro de pinga e saiu, vociferando.
Caminhando na madrugada, já totalmente bêbado, decidiu que iria matar a Madrinha, tinha sempre uma faca consigo e ia espertar a velha, assim gritava. Mirando rumo a casa dirigiu-se para lá.
A noite estava escura, sem lua e quando ouviu o apito do trem já era tarde. Seu corpo foi arremessado à distância. No dia seguinte foi encontrado, irreconhecível.
Não havia quase ninguém no enterro e Sebastiana, embora chocada, demonstrava alívio.
A Madrinha apareceu antes do sepultamento e deixou um cravo vermelho sobre o caixão.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

MEMÓRIAS

Estranho chamado da memória
Frases, cenas, cores, perfumes
Sonhos que emergem do silêncio
Trazendo à tona tantas coisas esquecidas

E você que anda não sei por onde
Caso se lembre de mim
Dos momentos vividos
Das discussões e sorrisos
Dos beijos, suores, gemidos

Há algo estranho que ainda permeia minha alma
Uma quietude que se movimenta
Como a lava oculta no estômago do vulcão
Silêncio falso
Que nem o tempo ocultou

Lixo que se coloca debaixo do tapete
da existência

A opositora razão
insiste em seus discursos áridos
enquanto o coração pulsa inconsciente e soturno
bombeando lembranças.

ENCRUZILHADA

Tenho sede dos teus beijos
De teu olhar displicente
De teu jeito irreverente
De teu olhar carente

O tempo em suas ondas multifocais
Se espalham como labaredas
Consumindo sonhos e encantos
Como fogo nos canaviais

Você se perdeu de mim
nos caminhos que caminhamos
havia encruzilhadas
e não sei em qual das direções seguiu
enquanto eu olhava a lua

a lua serena e meiga
te segue até hoje olhando seus passos
mas discreta e silenciosa
mantém enclausurada minha agonia

E quando desperto
Lá estou eu na encruzilhada
esperando

CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

Livros (Solos): “Análise Combinatória e Probabilidade”, Geraldo José Sant’Anna/Cláudio Delfini, Editora Érica, 1996, São Paulo, e “Encantamento”, Editora Costelas Felinas, 2010; "Anhelos de la Juvenitud", Geraldo José Sant´Anna/José Roberto Almeida, Editora Costelas Felinas, 2011; O Vôo da Cotovia, Celeiro de Escritores, 2011, Pai´é - Contos de Muito Antigamente, pela Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012, A Caminho do Umbigo, pela Ed. Costelas Felinas, 2013. Metodologia de Ensino e Monitoramento da Aprendizagem em Cursos Técnicos sob a Ótica Multifocal (Editora Scortecci). Tarrafa Pedagógica (Org.), Editora Celeiro de Escritores (2013). Jardim das Almas (romance). Floriza e a Bonequinha Dourada (Infantil) pela Literarte. Planejamento, Gestão e Legislação Escolar pela Editora Erica/Saraiva (2014).

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Metodologia e Avaliação da Aprendizagem

Pai´é - Contos de Muito Antigamente

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Contos de Geraldo J. Sant´Anna e fotos de Geraldo Gabriel Bossini

ENCANTAMENTO

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juntamente com o amigo Cláudio Delfini

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Antologia da ALAB

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