quinta-feira, 30 de junho de 2011

Participem !

Hoje é Dia do Bacon


Acredite !


o bacon
o porco
a pipoca
o macarrão
o lanche

ele domina tudo
e sob tua pele
ele te comanda

o desejo
a fome
a luxúria
a gula

o cheiro
a saliva
a vontade
a mordida

o bacon


segunda-feira, 27 de junho de 2011

COMPETIÇÕES CURIOSAS


ajeita os cabelos
mede as olheiras
dá tapinhas no rosto
arruma a gola
olha e reavalia
mede de em cima
até embaixo
vira de lado
se encara
sorri irônica
quer ser mais
competindo
até mesmo
com o próprio reflexo
no espelho.

PARADOXO DA VIDA


"Sofremos demais por causa do pouco que nos falta e alegramo-nos pouco com o muito que temos". (Shakespeare)

trago em mim a memória do tempo
que trago num único momento
desprovido de emoções e sentimentos
olhar pacífico de quem fita o distante
quase malicioso e desconcertante
ritmo desengonçado da vida
rindo das próprias tolices e culpas
que invariavelmente modelamos
em quedas naturais e absurdas
decisões inseguras que protelamos
errar, acertar, tentar, recomeçar
por que a alma humana tanto teme
aquilo que somente a faz avançar ?

oh tempo, oh querido tempo
em camadas de solo nos ocultas
vasta história de dúvidas e certezas
de mesmas perguntas que se mantém acesas
de mesmos sonhos dormentes cultivados

tempo que indelével apaga a história
reescreve, reinterpreta, reinventa
transformando em nuvem de tormenta
uma simples brisa que na flor se apóia

 olho para trás os muitos anos
fitando sorridente as muitas vidas
que se encadearam belas e sofridas
aglomeradas num mundo tacanho
de peças fragmentadas e coloridas.

CAFÉ EM PARIS



O frio chegou e estou retesado em minha sala, envolto em paletó e cachecóis, olhando pela janela a bela manhã de inverno que se descortina. Há uma beleza especial nesses dias. Os dias claros, parcialmente encobertos, poucas chuvas, dias mais longos. Há sempre um espetáculo especial da natureza nos aguardando em algum ponto, bastando para isso estarmos abertos para apreciarmos o que nos reservam estes dias.
Há uma vontade imensa de lugares quentinhos e nada melhor do que um edredon e um chazinho. Porém, há também uma vontade desmedida de sentar-se no Café Les Deux Magots, em Paris, e jogar conversa fora, curtindo o que a vida nos brinda com tamanho encantamento. Caminhar livremente pelas ruas, sem cara feia, pois são dias de alegria ! Estando ou não em Paris ! É tempo de mudar a rotina. Curtir o nascer e o por do sol. Andar entre as brumas.
Nesses dias frios também minha memória me leva para Campos do Jordão, para São Thomé das Letras, para Curitiba...lugares que deixaram suas maravilhas impressas em minh´alma. Há sempre boas lembranças por onde passamos, contemplando o encanto singular de cada localidade.
Como sou apaixonado por mitologia sou rapidamente arrastado a refletir sobre algumas lendas relacionadas ao inverno. A andorinha é sempre um símbolo de sorte, avançando os tempos e as civilizações, marcando o início dos equinócios. Os persas e os babilônios já comemoravam o solstício de inverno em um evento que denominavam “sacaea”. Mais próximo de nós está a celebração Wicca de Yule ( 21 de dezembro no Hemisfério Norte) e que gerou uma série de tradições de origem pagã, mas metamorfoseadas em não pagãs para que pudessem continuar serem celebradas. Segundo a tradição é o momento em que a Grande Deusa dá luz a seu filho, o Deus Renovado, a Criança Prometida. Comemorar o solstício de inverno é uma velha tradição, espalhada pelos diferentes povos.
E assim retorno a minha sala, ainda fitando a paisagem lá de fora, o movimento suave das folhas da velha mangueira e o sol morno incidindo sobre as folhagens. A brisa suave celebrando esse momento especial.
A gatinha tenta se acomodar no meu colo buscando aquecer-se, encolhida e manhosa. Dias frios...poderia estar em Paris.  


sábado, 25 de junho de 2011

PARAÍSO DOS BICHOS


Perguntados sobre o que é o mundo...
obscuros e escuros túneis, ensina  a toupeira
pouco vê não por que não queira, mas não precisa
o esquilo revela o mundo nas árvores que o rodeia
vaca aponta o mundo cruel que ela alimenta
rouqueja o sapo, o mundo é um grande lago
do morro o chacal fita as planícies verdejantes
o morcego farfalha num mundo escuro e belo...

Questionados sobre o que seria o paraíso...
O leitão aguarda um mundo de lama
Um mundo de queijos, guincha o rato
Jardins de belas flores rufla o beija-flor
Um milharal recomenda a galinha
Um mundo de esterco zoa o besouro

Cada qual alimenta em si o mundo que lhe convém.
Cada ser vê o mundo que deseja e nutre o paraíso que almeja.

BAMBOLÊ DA VIDA


quero dançar um bailado simples
que me faça girar leve e livre
por entre jardins e flores, perfumes
e mesmo com teu escárnio
desejo sorrir um sorriso ingênuo e puro
tocar meus dedos nas nuvens
e com elas brincar como inocente criança
que descobre as primeiras cores da vida
curiosa, isenta de si mesma e de por quês
alguém que admira a formiga tal qual o próprio Universo
que gira e gira e gira
no bambolê alegre e contagioso da vida
entre risos e bolas de sabão

BONSAI


querida alma, escuta, há caminhos e permutas
o sol e a terra que contemplas passa em minutos
há milênios cinzas escuras se tornaram
transfigurando mensagens de paz em atos bárbaros
amordaçados pelo medo inconsciente de ser
e viver a plenitude de sua própria espiritualidade
de eclodir a música de Chopin e Brahms
a arte inconteste e criativa de Monet e Lautrec
a irreverência de Voltaire e Beauvoir
voar, voar, voar com suas próprias asas
ser anjo, ser fada, ser vento, ser nada
sol, estrela, chama, lava, coração
simplesmente o desabrochar de um botão

querida alma, atenta, dias seguem
num incessante nascer e por do sol
segue teu caminho solitário
não te cultives dentro de um aquário
faça tua livre escolha e vai
crescendo livre ou dentro de um vaso o olmo
pode ser gigante ou um bonsai.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

ECOS DO PASSADO


Isso já faz muito tempo, ainda nem era uma cidade. Era apenas um povoado inserido no meio do mato, com uma estradinha de terra, onde a eletricidade ainda não tinha chegado e as noites eram alumiadas com lamparinas de querosene. Tempo em que se criavam galinhas à porta de casa, tempo em que a palavra era tudo.
Na casinha rústica de Seu Agenor e Dona Guiomar havia tranqüilidade. Na época em que se casaram ela tinha catorze anos e ele vinte e dois. Doze filhos. Muito trabalho para construírem a casinha onde moravam, arar a terra, carpir o mato, rachar a lenha. Tudo feito, porém, sem reclamações. A vida era assim. Reclamar seria um desrespeito, deveriam agradecer. Criaram os filhos, tinham seus netos, quase já os bisnetos. Esse era o ciclo das coisas.
Dona Guiomar era uma mulher de fibra, muito forte, diziam que era bugre. Cuidava de tudo com mão de ferro, sem muitas palavras, “a vida era dura mesmo” – essa era sua máxima. Ninguém fazia corpo mole com ela, tinham que aprender a viver, enfrentar as adversidades; chegava dando ordens e arrumando tarefa pra todo mundo. Taluda, de olhar firme, impunha medo só de se aproximar.
Seu marido, Agenor, era mais franzinho, sempre de chapéu na cabeça e cigarro de palha. De cara fechada, sério, nunca o viram sorrir, falava uma só vez e o recado estava dado. Ninguém arriscava contradizer. O almoço, muitas vezes reunindo quase trinta pessoas, era o mais profundo silêncio. Não admitia qualquer palavra durante as refeições. Era desrespeito. Até os pequenos se calavam.
Havia uma estória que circulava sobre Agenor. Algo que o fazia ainda mais temido, pelos familiares e no povoado. Quando chegava lá com sua charrete, muitos se benziam, e era tratado com reverência. Mesmo o padre, Monsenhor Alonzo Beno, o tratava com cisma. Embora não fosse de igreja, entrava, tirava o chapéu, ajoelhava junto ao Santíssimo Sacramento, rezava e saía. Tinha, contudo, batizado todos os seus filhos e netos. A preocupação com o batizado era evitar que um de seus filhos se tornasse um lobisomem ou mula sem cabeça. Também deveriam se casar com pessoas batizadas. De qualquer forma, tal maldição não havia recaído sobre a família, sendo todas pessoas honestas e trabalhadoras.
Conta-se que tudo aconteceu quando Seu Agenor e Dona Guiomar receberam as terras onde residem como presente de seu pai, Antão. Antão havia sido próspero, dono de muitas terras, mas acabou perdendo quase tudo em razão de jogos de baralho.
Quando cavava para a construção do poço, Agenor encontrou um baú muito bem decorado, de madeira maciça, trancada a chave. Ficou intrigado com sua descoberta. Tentou abri-la, mas percebeu que para conhecer o conteúdo da mesma teria que usar o machado, ao mesmo tempo em que se condoia por destruir artefato tão belo. A curiosidade venceu a contemplação. Arrebentou-a. Estupefato viu dentro dela um tubo, também de madeira, com uma tampa de rosca. Dizem que ao arrebentar a caixa o céu escureceu e tudo pareceu noite. Saíram até as estrelas, ludibriadas pela escuridão. O galo cantou três vezes e ouviu-se um uivo, quase congelante, que fez as pessoas do povoado estremecerem. Arrepiado e trêmulo, Agenor ajoelhou, rogando a Deus que o amparasse, pois percebeu que mexia com algo perigoso.
Passado um tempo, o sol voltou a brilhar. Agenor ficou segurando o cilindro um certo tempo, olhando-o, duvidando se deveria ou não abri-lo, mas mais uma vez a curiosidade foi mais forte. Rodou a tampa. Um vendaval parecia anunciar a mais feroz tempestade. Um areião subiu ao céu, que novamente escureceu. Agenor ia correr para junto de umas árvores quando ficou imobilizado diante de uma figura assustadora. Era um demônio que se apresentou com o nome de Alastor. Disse que sua missão era a vingança de um crime que acontecera naquele lugar. Anunciou que o sangue voltaria a correr naquela terra, mas Agenor receberia seu tesouro por tê-lo libertado.
Em um redemoinho o demônio desapareceu, deixando Agenor emudecido. A partir daquele dia coisas estranhas começaram acontecer. Alastor aparecia a Agenor todas as noites, exatamente a meia-noite, despertando-o num chacoalhão que o lançava fora da cama. A cada noite seguia feito um sonâmbulo para junto a uma enorme figueira próxima a casa e lá falava quase até o amanhecer. Não se lembrava do que dizia e não demonstrava sinais de cansaço.
Aos poucos Agenor enriqueceu. Adquiriu mais terras. Tornou-se conhecido e admirado. Uma das vezes em que despertou acocorado junto a figueira deparou-se com o corpo ensangüentado do pai. Ao seu lado o facão utilizado para por fim a vida do homem. Ainda consciente Antão revelou-lhe:
- É verdade, Agenor...matei Tuca Caju para ficar com essas terras. Agora são suas, mas ele voltou pra se vingar...
Depois desse dia, Alastor não mais perturbou o sono de Agenor. Desapareceu. As noites seriam ocupadas com a presença de Tuca Caju.
Tuca Caju era um homem valente, diziam ter o corpo fechado. Andava com um revólver na cintura e não levava desaforo para casa, matava ali mesmo. Andava com um cavalo branco para cima e para baixo, mal encarado e sempre envolvido em encrencas. Falavam que tinha o corpo fechado por ter vendido a alma ao diabo. O diabo lhe contava onde se escondiam seus inimigos e o que devia fazer para ficar com as posses deles.
Em uma noite de lua negra o diabo teria aparecido para ele e instruído a confeccionar a caixa. Disse que Antão tentaria matá-lo, mas isso o tornaria invulnerável, que nada temesse. Após talhar o baú, Tuca Caju abasteceu seu revólver e dirigiu-se a casa de Antão. Sem encontrá-lo, correu a cidade em busca de seu oponente. Descobriu-o em um puteiro que ficava no meio da estrada. Estava jogando cartas. Discutiram. Saíram da casa aos socos. Tiros e Tuca foi atingido. Ferido subiu em seu cavalo e buscou o baú. Precisava enterrá-lo, conforme devidamente instruído.
Morreu sobre a cova. Acharam-no muito tempo depois já consumido quase totalmente. Antão assumiu as terras como dívida de jogo.
Inconformado, Agenor debruçou-se sobre o corpo do próprio pai. Um peso que carregaria para o resto da vida.
Ao enterrá-lo no cemitério do povoado viu nitidamente Tuca Caju rindo muito recostado ao cruzeiro. Maus dias viriam. As noites eram envoltas em ruídos espantosos, os cachorros irriquietos, latindo muito, as galinhas assustadas. Algumas vezes viam-se marcas de passos de botas ao redor da casa. Outras vezes batiam violentamente na porta e nas janelas.
No auge do desespero, Guiomar procurou Bernardino, um famoso benzedor da região. Se ele não pudesse resolver, mais ninguém conseguiria. Ele benzia colocando um copo d´água na cabeça da pessoa. Aí era capaz de ler o que a água dizia. Repetiu o processo três vezes.
- Você vai tomar o chá das folhas que vou te dar durante quatro semanas. Aí você volta aqui. Dê a seu marido beber junto com você. Toda noite antes de dormir.
Assim Guiomar procedeu apesar dos protestos do marido. Um mês depois retornou. Os estrondos e problemas noturnos haviam diminuído. Bernardino descreveu a casa, cômodo a cômodo, como se fosse capaz de se transportar para lá. Falou até mesmo de pensamentos íntimos dela. Benzeu-a.
- Você vai embuchar...coloque o nome em seu filho de Salustiano. Pegue o umbigo dele e enterre junto a figueira perto de sua casa. Reze o terço todo dia, por treze dias.
Depois que Guiomar engravidou de seu primeiro filho os ruídos cessaram completamente. Quando o menino estava com treze dias sonhou que um homem a abraçava chorando e a chamava de mãe. Ao descrevê-lo para Agenor descobriu ser Tuca Caju. Mais surpresos ainda ficaram ao descobrirem que o nome de Tuca era Salustiano. Aquela criança que agora embalavam seria Tuca ?
O menino cresceu. Tinha o gênio forte, mas a disciplina de Agenor o domou. Depois dele vieram outros. Oito homens e quatro mulheres.
Em uma noite tempestuosa, Alastor voltou a chamar Agenor. Trazia consigo um pergaminho. Furou o dedo com um espinho de joá-bravo e assinou com seu próprio sangue. Era o pacto ! Depois daquele dia tudo seria possível para ele.
Há quem conte que foi assassinado por Salustiano, mas ninguém pode provar isso.    

terça-feira, 21 de junho de 2011

Hoje é Dia do Aperto de Mão


Saudações !!!

METAMORFOSES DO CAMINHO


Ela caminhava em gotas que se transpiravam à medida que avançava. Eram tropeços que se sucediam, sólidos e absortos em si mesmos, como uma vela de cera que chora e inunda seus próprios pés. Caminhava sem saber para onde. O horizonte estava tão perto que a ansiedade se dissipava como as nuvens em dias de vento sem qualquer contágio. O importante era o seguir adiante, fitando vez ou outra a paisagem que se modificava a cada hora que se perdia como louca no relógio cômico do tempo.
Ruas, vielas, estradas de terra, rodovias, dias e noites. Tudo parecia muito diferente e tudo muito igual. Dias que se parecem com outros, semanas que se atropelam como pessoas que se espremem às portas do metrô. Momentos em que não se conseguia discernir entre a queimadura do sol ou da neve.
Um estranho acostumar com as coisas. A repetição de algo o torna comum, imperceptível, integrado e ignorado. Não há similaridades, não vejo, não ouço, não sinto. Apenas sigo. Assim ela prosseguia, bailando em seu próprio mundo, construído e organizado desde a infância, ainda envolta em cueiros e a mamadeira nutria um importante significado. Na vida, em casa fase, predomina a relevância de algo que depois se esvai, simplesmente inútil, tolo, sem que se possa entender como alguém pôde se apegar aquilo.
O horizonte se aproximava, já sendo possível perceber sua própria imagem refletida. Teria se tornado a própria vida ? Teria chegado ao mar? O mar. O mar também já teve seu significado. O banho de mar, as flores ao mar, o mergulho no mar, a cerveja, a caipirinha. Ao fundo se via o horizonte. Um leve roçar entre o céu e o mar. Depois daquele horizonte deveria existir outro. Mas não valia a pena as divagações. A vida a ensinou a confiar no concreto, onde podia apoiar os pés. Não era possível apoiar os pés no mar.
O mar é água, assim como a chuva, o lago, a enxurrada, a neve e a transpiração. A gota de suor que escorre enquanto ela caminha. A mesma gota de orvalho que cintila na folha fria na madrugada. A mesma lágrima que escorre envolta em lembranças. A vida é um amontoado de sombras e luzes. De água em diversos estados.
Por essa razão não se apegou a nada, o caminhar se tornou o destino. Caminhar para o horizonte. Para onde ele poderia levar. O crepúsculo se aproximava. Uma porta se abria para um outro mundo. Ela fechou os olhos e mergulhou no vazio. Silêncio. Nada. Somente os planetas girando quietos. Quietude. Não há mais horizonte.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A ARTE DE SER



“O deuses são deuses
Porque não se pensam.”
    Ode XXXI, Ricardo Reis

Uma das grandes descobertas e o grande desafio de nossas vidas, provavelmente, é a integração daquilo que somos, do que pensamos ser, do que realmente desejamos. Uma deliciosa sintonia entre nosso sentir, nosso falar, nosso agir, nosso pensar. Nem sempre essa afinação é possível. Em geral ela esbarra em muitas outras variáveis: o que pensam de nós, o que esperam de nós, somados aos nossos tabus, nossas crenças, nossos dogmas, nossos preconceitos (criados pela família, por exemplo). É bem provável que por esse motivo podemos assistir tão poucas pessoas sendo de verdadeiro destaque naquilo em que atuam. Vamos nos centrar apenas no aspecto profissional.
Quando assistimos aos belos espetáculos do Cirque du Soleil, ficamos extasiados com a beleza, a harmonia, a criatividade, a competência de muitos que ali se encontram. Uma profunda entrega àquilo que estão fazendo, algo que funde um rigoroso treinamento, ao estudo e observação, e o amor com que se dedicam.
Podemos ainda assistir a um filme em que se evidencia a fantástica Whoopi Goldberg. Existe um inquestionável talento, erros e acertos com certeza, nota-se a desenvoltura, a habilidade de se lidar com as câmeras, não há como Whoopi passar despercebida. Um extenso currículo, muitas premiações e indicações.
Hoje se aponta Salman Khan como um dos professores mais significativos, de grande sucesso, tendo seu site (www.khanacademy.org) um dos mais acessados. De acordo com as referências a ele: uma pessoa que gosta do que faz e sabe ensinar de maneira simples e atraente.
Podemos viajar ouvindo ou admirando a performance, a voz, a força de Maria Bethânia. Podemos ler Fernando Pessoa e avaliar as teorias de Einstein. Destaques onde atuam ou atuaram e preservam-se com sua irrefutável presença.
Certamente, lendo estas linhas outros nomes desfilam por sua mente. Pessoas que se tornaram símbolos, que marcaram sua presença na vida e após ela, por desenvolverem com excelência o que se propuseram, de maneira a se fundir com sua atividade, não sendo mais possível dizer até onde termina e onde começa algo ou a pessoa. Algo que ultrapassa nossas preferências pessoais, nossas simpatias e antipatias, pessoas que sem saber se impuseram através de sua capacidade de ser.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A MATRIARCA


Um tanto perturbada, Samira saiu sem rumo. Queria andar. Quando tinha problemas andava até cansar, quando voltava estava mais tranqüila, segura e com propostas para superar as adversidades.
- Se a moda pega !, sua irmã brincava com seu estranho modo de digerir situações desgradáveis.
Mas o fato é que funcionava, ao menos para ela. Silena reagia de outra maneira. Gritava, xingava, esmurrava, num ciclone emocional incontrolável. Mesma educação, mesmo pai e mesma mãe, pessoas tão diferentes. Silena era temperamental, cheia de tirar satisfações com as pessoas, sua postura intimidava, as pessoas a engoliam para evitar os barracos que costumava fazer. Quando a situação se mostrava mais complexa, para fugir de confrontos que sabia não ter ascendência, mudava a estratégia e mostrava-se amiga ou vítima, sempre temperando com algumas lágrimas ou coitadismo.
Samira era diferente. Quieta, calada, explodia por dentro. Tentava ser agradável, amiga, disponível. Dentro de si um turbilhão rodopiava incessantemente com sonhos, autocrítica, censuras e uma boa dose de falta de auto-estima. Seu refúgio era a região dos lagos em sua cidade. Um lugar tranqüilo onde as pessoas faziam suas caminhadas, exercícios, pescarias informais ou simples contemplação da natureza. Lá se sentava, acolhida pela grama verdejante e voava com as garças, se encantava com as flores do aguapé, deixava-se levar pela brisa.
Naquele dia, em particular, soubera que Alexandre a traía e não apenas traía, saía com sua melhor amiga, ou pelo menos assim a havia considerado até então. Saía com Devanice. Magra, cabelos volumosos e vermelhos tingidos, sempre com uma calça muito justa. Gostava de parecer o que não era, dizer o que não tinha, enfim contava vantagens o tempo todo, fazia-se de dengosa, cheia de trejeitos, conquistou o moço. O pior é que ninguém contou, Samira viu. Por uma estranha intuição, decidiu ir almoçar tomando outra rua. Passou em frente ao trabalho de Devanice. Era atendente de uma Clínica Odontológica. Estavam agarrados embaixo de uma árvore. Chamam essa árvore de Mimosa. Pura ironia, quase uma afronta. A rua é Rua dos Prazeres. Tudo se encaixava, inclusive os dois. Passou na outra calçada, sem coragem de ir até eles. Dentro de Samira havia um desejo insuportável de espancá-los, dar na cara dos dois, esbravejar, arrancar todos os cabelos de  Devanice. Preferiu seguir em frente, remoendo os três anos, cinco meses e dois dias de namoro.
Em sua caminhada reconstituiu seus dias com Alexandre. Esteve desempregado, ajudou-o financeiramente, assumiu as prestações de sua moto, da faculdade e outras despesas que lamentava possuir. Agora a moto estava paga, a faculdade concluída e namorada nova. Os primeiros dias foram inesquecíveis, os primeiros meses intensos, esfriando gradualmente com a sobrecarga financeira arcada por Samira, que se ocupava em horas extras para dar conta das responsabilidades que assumira em nome do namorado. Chegava em casa exausta e ele mostrava-se altamente compreensivo, não se estendendo muito, já que ela precisava descansar. Alguns beijos e abraços e seguia com sua moto, acompanhado pelo sorriso complacente de Samira. Alexandre evitava o sexo, dizia que a queria por completo após o casamento, o que fazia com que dezenas de sonhos se empilhassem, românticos e inefáveis.
Sentada à beira do lago, Samira se repreendia, julgando-se idiota e incapaz de perceber o quanto havia sido usada. Há quanto tempo ele estaria com Devanice ? Talvez desde o início. Em geral saíam os três juntos, organizavam almoços juntos, churrasquinhos juntos, passeios juntos e, muitas vezes, se oferecia para dar uma carona e levá-la para casa. Como teria conseguido ser tão tola, durante tanto tempo ?
Decidiu andar pelas margens. Precisava andar. Pensou em se atirar nas águas, não sabia nadar, talvez morresse afogada, se tivesse sorte de não ser salva por algum transeunte. Voltava a refletir e não percebia as vantagens de morrer. Ele estava com ela, nem sentiria falta, pelo contrário, seria um alívio, o ajudaria mais uma vez livrando-se desse peso, agora inútil. Olhou as capivaras passeando. Devia ter nascido uma capivara, seria procurada em seu cio, iria parir e que se dane se seu parceiro a estava traindo ou não. Nadaria, pastaria e a vida seria quase perfeita. Quase por que poderia aparecer alguém e matá-la para comer. Mas estava sendo devorada viva por todos esses anos e sentia-se feliz, qual o problema de um tiro certeiro ?
Inconscientemente devorava suas unhas na ânsia de engolir-se, agredir-se, machucar-se. Era inadmissível que tenha permanecido cega a todo cenário tão transparente que se apresentava. Paixão cega e burra. Deixara de estudar, desconsiderou o sonho de seu carro, de suas expectativas de futura esposa de Alexandre e mãe de seus filhos. Agora ele estava formado, com sua moto e com Devanice. Samira estava na ponte olhando o rio e pensando em se lançar nas águas. Investira seu dinheiro nas alegrias e necessidades de seu ex-namorado.
Uma capivara, a grande matriarca, estava olhando fixamente para Samira, como se acompanhasse seus pensamentos e aflições. Samira fitou-a. Olhos nos olhos.
- Você é que é feliz, minha amiga !, considerou Samira tristemente, não conseguindo conter uma pesada lágrima que se lançou ao chão.
Uma centena de pensamentos se debatiam conflituosos. Respirou profundamente. Uma vez mais olhou para a matriarca. Pegou o celular e alegou um problema que a impediria de retornar no período da tarde. Uma desculpa esfarrapada que não faria diferença, ao longo dos anos trabalhara feito uma camela, sem faltar um dia se quer, com chuva, frio ou sol.
Parou no salão da Alzira. Queria passar por uma transformação, novo corte e coloração dos cabelos, unhas das mãos e pés. Renovaria seu guarda-roupas. Depois disso, compraria seu carro, financiado, mas seria seu carro.
Eram quase nove horas da noite quando Alexandre parou sua moto em frente a casa de Samira. A moça segurou a ebulição que se formou dentro de si, antes de ouvir o ronco da moto estava segura e decidida, agora temia abrir a porta. Mais um suspiro e saiu na varanda. Estava deslumbrante, uma beleza que até então estivera escondida. Alexandre surpreendeu-se. Com modos machistas a censurou, não queria a mulher dele daquele jeito. Mas Samira estava forte, mais forte que imaginava. Com elegância soube pontuar cada momento em que viveram juntos. Não cobrou nada, mas deixou clara sua importância na vida dele. Depois revelou que o tinha visto com Devanice. Negou. Vergonhosamente negou.
- Não é preciso mentir ou se justificar, não sou mais necessária, agora é o momento de você viver com Devanice. Você a ama, não ama ?
Alexandre estava confuso. Ameaçou, intimidou, dissimulou. Samira estava impassível. Alexandre afirmou que ela não viveria sem ele. Gritou. Esmurrou a árvore. Uma grande Santa Bárbara. Declarou que Samira iria se arrepender. Saiu a toda velocidade.
Dentro de casa, a moça rendeu-se às emoções.
Por dias mostrou-se no emprego de Samira, na entrada ou na saída, e algumas noites, talvez bêbado ou drogado.
Cinicamente, Devanice a procurou com ares ameaçadores de uma pessoa ofendida, dizendo que jamais trairia sua melhor amiga. Samira a ignorou, comportando-se como se a moça não existisse.
A surpresa de Samira, no entanto, foi quando seu chefe, Sr. Ademar, anunciou a abertura de uma filial em outro Estado e a convidou para gerente. Era o desafio que precisava para sentir-se ainda mais viva. Aceitou.
Coincidência ou não seu apartamento fica próximo a um lago onde desfilam capivaras. Da janela de seu quarto, as segue com o olhar, talvez haja um elo, uma ligação, uma mensagem subliminar, de qualquer forma houve uma conversa muda naquele dia no lago, onde a matriarca implantou algo em Samira que a fez mudar e não se abater por alguém que não se fazia merecedor de sua dedicação. 

REFLEXÕES NA PRAÇA


Não sei quanto tempo permaneci ali recostado ao banco da praça, acomodado sob as sombras de uma enorme jaqueira, cujas folhas verdes já se mesclavam à penumbra, dando uma sensação de tons amarronzados. O poste, de luz amarelada, pouco iluminava. Alguns morcegos cortavam o ar num trissar gostoso de se ouvir. Único ruído. O resto era quietude. A praça, grande e majestosa, durante o dia, resumia-se a escuridão na madrugada. Eventualmente um carro passava ou a circulava, talvez em busca de alguém solitário tanto quanto o motorista. Permaneci em meu silêncio, mergulhado num estranho nada, como se a cabeça estivesse vazia, como se os pensamentos tivessem sido chupados.
O interessante do silêncio é que comecei a perceber os detalhes. A colocação das pedras, formando desenhos através dos pequenos cubos de arenito e basalto. Os tinhorões circundando os jardins, os grandes hibiscos amarelos, o pau-ferro, sibipirunas e coqueiros. Um ambiente belamente alterado pelo manto de seda negra da noite. Se tivesse morrido minutos antes não teria percebido as nuances, metamorfoses e encantos daquela praça. Sempre atarefado, concentrado em problemas e destilando preocupações, há anos a atravessei, inúmeras vezes sentei-me em seus bancos, nunca a admirei.
Estendi minhas reflexões para os casarões que a delimitavam. Alguns muito antigos, construções modernas, edifícios. Todos acolhendo pessoas em seu repouso. Passei a viajar pela arquitetura, as tonalidades de suas pinturas, impondo-me a caminhar pela praça em uma outra perspectiva. Há centenas de anos como ela seria ? Tentei imaginar os primeiros moradores, seus trajes, seus desafios...enquanto transeuntes hoje caminham inconscientes de como tudo começou, como se as coisas estivessem estabelecidas e estruturadas como se encontram. Quantos venceriam estes primeiros obstáculos, talvez privações, impulsionando a construção de uma cidade imensa, com um números exacerbado de pessoas que se acotovelam pelas ruas.
Deparei-me com a majestosa matriz de São Policarpo, imponente, quase que ordenando que todos se ajoelhem. Ainda nos dominamos pela grandeza dos monumentos. Rica em entalhes, símbolos místicos e rodeada pelos arcanjos, cada um voltado para um dos pontos cardeais, como que a protegendo e anunciando que seus seguidores estarão seguros. A segurança é uma das importantes necessidades humanas, segundo Maslow. No princípio o perigo de animais e demônios que andavam pelas florestas na qual a pequena vila estava inserida, agora uma dezena de preocupações oscilando entre ladrões, seqüestradores e dívidas financeiras.
Quem me visse ali tiraria as mais diferentes conclusões, provavelmente nenhum acertaria o que me motivava caminhar solitário por uma praça erma no meio da madrugada. Ri das possibilidades. Imaginei algumas pessoas se consumindo na tentativa vã de identificar as razões de minha permanência naquele lugar, encostado no poste, baforando um cigarro. Também imaginei outros entregando-se a seus íntimos desejos, que provavelmente eu seria protagonista, ao mesmo tempo em que recusando tais pensamentos obscuros e que emergiam desbravando a costumeira censura imposta por seus dogmas.
Andei solto adentrando a praça. Camisa aberta, cor de palha, a calça jeans, sem cinto, o tênis de marca. O vento suave e um pouco gelado abraçou-se de forma aconchegante. Era bom estar na cidade, era bom estar na praça. Quando criança corria por ela, um pouco modificada, menos florida, antes havia uma fonte luminosa, cercada por sereias que seguravam cornucópias e de onde as águas saiam. Por alguma razão infantil eu acreditava que estavam vivas. Eram seres reais e visitá-las me fazia bem. Tanto tempo depois o cotidiano impiedoso dos dias, o trabalhar horas a fio, matar um leão por dia, as difíceis e complexas relações interpessoais com o jogo de quem pode mais, o mais esperto, geraram um certo ceticismo e todo mundo mítico antes cultivado tornou-se um protótipo do deserto de Gobi. No lugar das sereias há um coreto ocupado por andarilhos.
Naquele tempo eu também alimentava outros sonhos, outros desejos. Um carro passa várias vezes, possivelmente avaliando minhas reações e interesses. Meu corpo bem feito é ainda um poderoso chamariz e chave para inúmeras possibilidades. Detenho-me, no entanto, na observação dos morcegos disputando alguns coquinhos. Eles seguem alheios a tudo o que está a sua volta, mergulhados em suas necessidades de sobrevivência. Nós podemos extravasar um pouco mais, criando necessidades que não são.
Volto a sentar-me no banco, o mesmo banco. Identifico uma rachadura. Não tinha notado antes. Provavelmente se refizer o caminho que havia feito vou perceber outras coisas que haviam passado despercebidas. Vou refletir sobre outros conceitos, divagar em outros pensamentos, ter outras sensações e percepções. Há sempre algo novo mergulhado naquilo que acreditamos estar velho e ultrapassado, naquilo que acreditamos ser amplamente conhecido, no que é comum e corriqueiro. Se continuar assim vou me tornar um filósofo ! Nada melhor do que rir de si e consigo mesmo. Estar de bem com a vida e com sua consciência. Pensar, sentir, falar e agir com sincronicidade.
Atravesso a rua rumo a minha casa, logo na esquina. Gosto dessas reflexões na madrugada. Um momento precioso de estar comigo mesmo. Cada noite me trás novos pensamentos e reflexões, cada noite se revela nova, a praça nunca é a mesma. Cada dia não é o mesmo, algo foi inserido, algo foi diluído, algo foi modificado. Nunca somos os mesmos do dia anterior.
 

MOMENTO DE SER FELIZ

Bence Máté  naturesbestphotography.com


penso em um tempo onde as pessoas possam ser elas mesmas
serem donas de suas opiniões e arcar com suas decisões
possam assumir seus erros, analisar suas correções, fazer planos,
celebrar acertos, divagar em sonhos, sentir-se humanos,
perceber a tolice das dissimulações ou subterfúgios,
nem ser um coitado da vida ou violento e autoritário,
que é possível enxergar o mundo de maneira serena,
como os planetas girando plácidos ao redor do sol,
mesmo quando atingidos por um corpo involuntário
sem destino, sujeito apenas às influências dos astros,
como tantos que se arrastam pela vida sem opiniões
deve haver um tempo em que a meta seja a felicidade
e a felicidade de um não implique em fazer o outro infeliz,
e o infeliz não perca seu precioso tempo em acusar o mundo,
em se esconder em fosso oculto ou gerar conceitos absurdos,
mostrando-se transparente para a vida pois nada há o que esconder,
um tempo em que se possa respeitar e vivenciar a diversidade
conceitos de igualdade, liberdade e fraternidade
já não tenham mais sentido, pois já foram assimilados e sentidos,
talvez haja um tempo em que o propósito seja a construção do bem,
sem a necessidade desnecessária de produzir o mal a alguém
um tempo que seja o seu tempo e que não haja outro
o tempo de viver a vida em plenitude e seja esta a atitude
em toda e qualquer civilização.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

SOPRO DA VIDA


vento forte que me trás sorte
tudo poliniza
brisa pura da manhã nua
que revela teu cheiro
ainda guardado no travesseiro
me faz acreditar
que ainda sua tua
mesmo que o tempo passe
vendo que envelhecemos
 foi  e não mais vai voltar
sabiamente a vida
olhando nós dois
remodela nossos corpos
em moldes quase iguais
nos faz atores principais
de um espetáculo sem dimensões
viandantes ilegais
aproximando-se da fronteira
felizes e sem preocupações
simplesmente por viver o que acredita
sem tabus ou paradigmas
que possam causar obstruções
o vento nos uniu
o vento nos vai levar
onde quer que pare
para que possamos continuar.

MENSAGEIRO DOS VENTOS


vento forte que me esbarra
agita os cabelos em algazarra
me faz viajar por entre as nuvens
que se abraçam em torvelinhos
atordoando os pássaros em seus ninhos
amacia minha carne e espalha perfumes
tantos odores em sumos distribuídos
flor de laranjeira, percevejo ou maria-fedida,
te acompanha onde fores
flor cadáver na brisa que corre o meio-dia
move o moinho, em monções se torna
em gigantesco redemoinho
o tornado que arrasta
alísios percorrem desertos
e de perto te vejo
com o olho de um furacão
abraçado a ti em ciclones
danço agarradinho, dou beijos sufocantes
clima escaldante nas noites insones
gotejam suores em cristalinas gotas
que geram nuvens e que geram ventos
que me levam a ti.

AMARGA E BELA


herbácea bela e imponente
em clima ameno se ergue
nem frio, nem quente
úmida, majestosa e picante
tens em si o cálcio, o potássio e o ferro
és como a própria vida
bela, rica e amarga
seja crua, em salada, ou refogada
estimulante
desintoxicante
vejo-te bailar com o vento
e num rápido instante
contemplo admirado
seu movimento verdejante
alvas flores que apontam os quadrantes
neve que brota sobre a terra
que em quatro se revela
o nome sagrado do Eterno
os quatro elementos
os quatro cantos
os quatro ventos
tudo se une em ti
nem sempre percebida
nem sempre reconhecida
como tantos que passam pela vida
simplesmente rúcula.

CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

Livros (Solos): “Análise Combinatória e Probabilidade”, Geraldo José Sant’Anna/Cláudio Delfini, Editora Érica, 1996, São Paulo, e “Encantamento”, Editora Costelas Felinas, 2010; "Anhelos de la Juvenitud", Geraldo José Sant´Anna/José Roberto Almeida, Editora Costelas Felinas, 2011; O Vôo da Cotovia, Celeiro de Escritores, 2011, Pai´é - Contos de Muito Antigamente, pela Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012, A Caminho do Umbigo, pela Ed. Costelas Felinas, 2013. Metodologia de Ensino e Monitoramento da Aprendizagem em Cursos Técnicos sob a Ótica Multifocal (Editora Scortecci). Tarrafa Pedagógica (Org.), Editora Celeiro de Escritores (2013). Jardim das Almas (romance). Floriza e a Bonequinha Dourada (Infantil) pela Literarte. Planejamento, Gestão e Legislação Escolar pela Editora Erica/Saraiva (2014).

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Metodologia e Avaliação da Aprendizagem

Pai´é - Contos de Muito Antigamente

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Contos de Geraldo J. Sant´Anna e fotos de Geraldo Gabriel Bossini

ENCANTAMENTO

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Análise Combinatória e Probabilidades

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juntamente com o amigo Cláudio Delfini

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Prêmio Luso Brasileiro de Poesia 2012/2013

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Lançamento da Antologia Vozes Escritas

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Antologia Literária Cidade - Volume II

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Poemas : Ciclone e Ébano

Antologia Eldorado

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Antologia II

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Antologia Cidade 10

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Antologia da ALAB

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Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas

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Lançamento do CELEIRO DE ESCRITORES

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