domingo, 27 de novembro de 2011

FLORES FRIAS



flores frias, gélidas, esquecidas
abandonadas pelo tempo
em qualquer momento sobre o mármore
aquele beijo vibrante e colorido
em noite de lua clara
agora empoeirado, mal lembrado

flores frias na mente úmida
untada pelo lodo escorregadio
que a fecundou

flores frias, congeladas, cristalizadas
em seu esplendor de um dia
hoje desbotada, opaca, caída

tudo passa, os registros se desmancham
permanecem flores frias
em vasos solitários
repletos de pedriscos, de areia ou cinzas

flores frias que mal refrescam a memória
lançadas ao lixo
sem importância, sem significado
antes encharcada de sentimentos
de emoções, de pensamentos
de sorrisos e lamentos

flores frias, finas, elaboradas
matizadas ao esplendor do sol
cruas, nuas, encantadas
elo entre o presente e o ontem

flores frias como um cadáver
como o mármore em que repousa

flores frias ao calor das velas
violentadas pelo vento
maculadas pela chuva

flores frias do abandono
de uma porta que se fechou.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

PALCO DE MINHA VIDA


Não sei cantar, minha voz não é para isso
Há quem cante, gorjeie, estrile, chilreie
Mal rebusno em meu canto, num cuincho
Sussurro meus pensamentos e os mastigo

Assemelho-me a voraz lagarta em tenra folha
Dissecando vastos sentimentos empilhados
Enquanto meus olhos enamorados fitam flores
Solitárias e frias estendidas no jardim 

Da janela em que me encosto de madeira lustrada
Regougo histórias nem sempre vividas, criadas
Vividas no mundo virtual dos pensamentos vãos
Onde posso ser mágico, herói, rei ou simples artesão 

O coração tange no púlpito de minha estória
Carregado de emoções, remorsos e dádivas
Bacorejando reminiscências do passado
Celebrando vitórias e chorando distante das vaias 

No palco de minha própria vida posso dançar
E mesmo sem tais importantes e desenvoltas habilidades
Posso ali realizar todas as minhas gostosas vontades
Ser eu mesmo com nobres defeitos e incríveis qualidades

FLORES E PERFUMES


A flor se revela e encanta pela sutil delicadeza
Há, no entanto, aquela que é o próprio encanto
Vê na rosa, no girassol, ou ainda no agapanto
Demonstrações de cores e odores da natureza


Sim, há flores mal-cheirosas, até sem beleza
Crisântemos, cravos e titan arun assustam alguns
Em múltiplos artifícios para se fazer amar por uns
Enquanto afasta outros, com a maior destreza


Tem o famoso banho-de-cheiro que ninguém dispensa
Macaçá, oripepê e uns segredos mais conforme a crença
Deixando os sentimentos à flor da pele aos borbotões
Conforme dizia Maomé: “três coisas são importantes
para mim na terra: mulheres, perfumes e orações”  

NOVOS CONCEITOS, NOVAS RELAÇÕES


             As relações estão sendo alteradas. Em especial aqueles que moram ou moraram em qualquer cidade do interior devem se lembrar das calçadas repletas de cadeiras no início da noite em que os vizinhos se reuniam para um bate-papo e as crianças faziam a algazarra em jogos de queimada, pique, esconde-esconde, pega-pega, cabra-cega, entre outras tantas. Nem todas as casas tinham televisão. Em alguns lugares os que a tinham acolhiam as pessoas para assistir as novelas como “Antonio Maria”, “As pupilas do Senhor Reitor”, com Agnaldo Rayol, entre tantas que basta puxar pela memória e elas desfilarão majestosas e saudosas para muita gente.

            A televisão sem sombra de dúvida retirou muita gente das calçadas, inclusive as crianças, pois surgiram também programações exclusivamente infantis. Mas não apenas o desenvolvimento tecnológico trouxe esta mudança. As cidades cresceram. A violência revelada por assaltos, seqüestros e o receio passou a concentrar as pessoas mais dentro de suas casas, por segurança: uma de nossas grandes preocupações conforme podemos visualizar na pirâmide de Maslow.
            A tecnologia avançava, contudo, trazendo outro instrumento revolucionário: o computador. Gigantesco a princípio, leve e interativo hoje, é impossível imaginarmos o que estará acontecendo amanhã, com tantas outras possibilidades antes se quer concebidas, sonhadas e digamos até refutadas. A tecnologia desafia o impossível. Por outro lado, revolucionou hábitos e necessidades impondo-se de maneira tal que hoje caminhamos pelas ruas esbarrando em pessoas distraídas conversando em seus celulares e seja no trabalho, seja no interior de suas residências encontram-se postadas diante da tela do computador. Enviamos email para nos comunicar com o colega ao lado e passamos a gravitar em torno de jogos, chats, grupos e redes sociais que se estabeleceram gerando novas relações entre as pessoas.
            A vizinha debruçada no muro falando com a outra está se tornando raridade. Muito mais fácil estarem no MSN, facebook ou outra rede de relacionamentos trocando opiniões e lendo o que os outros postam. Algumas pesquisas já apontam para um novo problema: a dependência do computador e da internet. Apontam-se, inclusive transtornos psiquiátricos em decorrência da dependência de jogos eletrônicos, a partir de estudos de neuroimagem e eletrofisiologia, produzindo prejuízos significativos na vida acadêmica, profissional, social e familiar. Por outro lado, outros tantos enriquecem do dia para a noite através de idéias criativas utilizando essas novas tecnologias, gerando outras ou ainda explorando-a através de canais inovadores. Leva-se o cotidiano para as telas do computador e ali ele se materializa criando relações virtuais que antes aconteciam nas calçadas ou nas cercas de bambu que dividiam as casas.
            Evidentemente as relações dentro da sala de aula também se alteram e não há como declarar guerra a tudo isso, pois todo discurso será infrutífero. Não basta, contudo, a inclusão dessas novas tecnologias em sala de aula. Temos visto inúmeras experiências como o celular sendo transformado em prática pedagógica, uso de lousas digitais e jogos interativos que traduzem os assuntos estudados de maneira dinâmica. Há também o professor, que mal preparado e mal preparando suas próprias aulas, simulando recursos de pesquisa, cede seu espaço de educador para consultas aleatórias ao Google. A introdução de diferentes tecnologias no cotidiano escolar deve ser muito pensada, preparado, organizado e ter objetivos claros, transparentes e lúcidos para o professor e alunos. Do contrário será um fiasco, enrolação de aula e um socorro para aquele docente que não domina o assunto das aulas que se comprometeu ministrar.
            Um outro fator que emerge indiscutível é uma certa carência ou vazio existencial nos alunos (muitas vezes em professores). As relações realmente mudaram. Os pais saem para trabalhar desde cedo, aquele contato familiar que antes existia tornou-se mais frágil. Vemos com freqüência cada vez maior alunos que passaram a residir com avós ou tias em razão do rompimento entre os pais, alunos que moram apenas com o pai ou mãe, alunos que moram com pai e a madrasta ou com o companheiro dele, alunos que moram com a mãe e o padrasto ou com a namorada dela, enfim situações diferenciadas e que exigem tanto uma reorganização mental e afetiva do aluno, quanto da própria escola, no caso. Mais do que nunca nossos alunos precisam de atenção, de uma relação afetiva mais evidente, da manifestação do interesse dos professores pelo seu bem estar. Essa carência, a meu ver e isto é mero atrevimento meu, manifesta-se muitas vezes pela busca de ser líder (talvez até com ingredientes negativos), afrontando valores, agindo com violência, refugiando-se nas drogas, exacerbando a contestação – que em geral já é uma característica dos adolescentes, repletos de vigor, entusiasmo e energia.
            Todas as reflexões que fazemos não tem a finalidade acusatória, não objetiva desencadear uma terrível e inquisitória caça às bruxas, são apenas apontamentos sobre novas relações que se estabelecem por n fatores encadeados e incontroláveis, pois não vamos conseguir conter esse processo de transformação. Também não há como resumir em isso é bom ou isso é mau, são fatos. Fatos importantes e que devem gerar discussões maduras dos educadores. Alguns modelos pedagógicos amplamente utilizados começam não atender mais a essa nova realidade.
            Os cursos online estão progredindo celeremente e perderam sua imagem pejorativa, revelando-se importantes e sérios instrumentos de aprendizagem atendendo a uma série de pessoas que por inúmeras razões estariam impedidas de freqüentarem cursos presenciais, além da facilidade e comodidade de poderem ser realizados em casa. Esse é um grande impacto nos conceitos de educação. Impacto também nas relações.           

terça-feira, 22 de novembro de 2011

UMA NOVA ERA


Aguardamos a Era do Auto-Conhecimento que esperamos se instalar após essa época de trevas, similar ao que a humanidade já vivenciou na Idade Média. Percebemos nitidamente um número expressivo de pessoas aparentemente perdidas, cultuando a superficialidade e a ignorância, o vazio tem ocupado espaços importantes e nisso sofremos com a nostalgia de valores que se dissolvem a nossos olhos. Seja no campo político, religioso ou social, as relações se enfraquecem, apesar de tanto ouvirmos e visitarmos sites motivacionais e as empresas se desdobrarem focando na importância das relações interpessoais, networking e outros temas amplamente conhecidos por todos.
Faltam líderes expressivos, faltam pensadores de destaque, faltam referências principalmente para a juventude. Em que se espelhar? Qual ideal seguir? Na falta dele em geral o dinheiro fala bem mais alto e não é difícil a comercialização de opções, tendências e opiniões. Pode-se tornar-se contra ou a favor de uma pessoa ou causa conforme os recursos liberados. Acordos assim sempre existiram em toda história – basta conhecer o passado para não se chocar com o presente – embora, haja uma certa expectativa de que o homem tenha evoluído, melhorado, se aprimorado com o transcorrer dos séculos. Trêmulos e subjugados vemos que a evolução foi apenas tecnológica.
Um grande problema desse marasmo oriundo do cultivo da ignorância é justamente a divulgação restrita de tantas descobertas científicas, de tanto conhecimento que se resigna em ser apenas acadêmico. A própria escola precisa ser repensada. Se nos concentrarmos logo no chamado Ensino Fundamental, uma das importantes etapas da Educação Básica, com uma duração de nove anos, notamos que tanto tempo de estudo resulta em pouquíssima apropriação do conhecimento. Cerca de nove anos em que estudamos a Língua Portuguesa (o relevante saber ler e escrever) e a Matemática (saber contar) como bases importantes para os demais conhecimentos, e nem sempre temos a satisfação de encontrarmos alunos que dominam sua própria língua e cálculos básicos (somar, subtrair, multiplicar e dividir), geralmente chegam aos cursos ou etapas posteriores altamente comprometidos. Após nove anos de estudo uma pessoa deveria ter certo domínio daqueles conhecimentos. Se nos determos um pouco para refletir sobre a palavra fundamental encontraremos nos dicionários que ela significa “que serve de fundamento”, “que tem caráter essencial”. Até que ponto esta etapa do ensino está cumprimento seu papel de ser a estrutura na qual se ergue o conhecimento.
E antes que os mais exaltados partam para a natural autodefesa ou enumerem centenas de justificativas, não estamos aqui acusando os professores, nem mesmo os alunos, pais ou sociedade. Ressaltamos e isso precisa ser percebido que algo está errado e os objetivos não estão sendo atingidos, embora alguns índices possam tentar derrubar todas essas minhas palavras. Falo do dia-a-dia e quem é professor sabe muito do que estou falando.
Mas não desviamos nosso foco inicial: o mundo conturbado que estamos vivendo e a busca ansiosa pela Era do Auto-Conhecimento. Ocorre que toda transformação está ligada a conhecimento, não apenas o excesso de informações produzidas por um mundo globalizado. Sabemos rapidamente da ocorrência de um terremoto no Japão, mas poucos entendem suas causas e implicações. Poucos se importam com isso, afinal estamos bem longe de lá e não seremos atingidos!
Resvalamos aqui em outra questão bastante notória: o ego. Sofremos, aliás, dois momentos engaiolados em nosso interior: o ego e o individualismo. Provavelmente um estudioso de Psicologia fique com os cabelos eriçados, mas tratamos aqui o ego como é rotineiramente contemplado: o eu insuflado. Tão mais insuflado quanto maior a ignorância que fecunda o solo de onde brota, fazendo-o acreditar que subir em simples banquinho o aproxima do cume do Himalaia. Vivemos em um momento individualista da história. Os contatos virtuais são bem a janela disso. Não se conversa mais. Briga-se via email. Faz-se sexo pelo webcam. Certamente não vamos recorrer à tradicional frase “o mundo está perdido”, pois em nossa pálida opinião ele nunca se achou. Também não pretendo desenhar uma imagem negativa, há inúmeras coisas boas em coisa.
Quando escrevemos “20 de novembro – uma grande data” expomos os sinais que apontam para o colapso de nossa civilização. Há muitos indicadores sejam eles sociais ou ambientais, religiosos, políticos ou econômicos. Fim do mundo? Também não. Sorriam! Todos têm muito que construir nesse planeta. A questão é construir com autoconsciência e o primeiro passo é o autoconhecimento. A inscrição no templo de Delfos “conhece-te a ti mesmo” não para de gritar. Conhecer a nós mesmos é essencial para qualquer construção: construir algo para nós, construir algo para o outro, construir algo para o mundo. O primeiro passo é dado por nós mesmos, a partir do que sabemos de nós.
Muitas vezes penso que damos pouquíssimo valor para nossas vidas, gerando inúmeros limites ou cerceando-a a uma série de atividades rotineiras improdutivas, fixos na base da pirâmide de Maslow. Uma faixa importante, diga-se de passagem, porém urge olhar os degraus e iniciar a escalada até seu ápice.
Se desejamos alguma mudança futura ela necessita ter início agora através de nossas mais simples ações.    

DOR NA ALMA


há uma dor em mim

uma dor pulsante

algo triste e profundo

uma dor que corrói

assemelha-se ao cupim

interessa-lhe tão somente o cerne

por vezes parece embriagada

em outras parece hibernar

não sei em que estação germina

mas quando seu broto emerge

é qual ácido

embrutecido dissolve as entranhas

vago no vazio de mim mesmo

olhar meio que distante

perdido não sei em que

em que tempo

horas ou dias

pessoas ou momentos

talvez o nada

o nada que esconde

um sinal, uma cicatriz profunda

ah, se eu pudesse lhe arrancar do meu peito

se eu pudesse ao menos chorar

expressar em gestos ou palavras

desenhar a dor em uma tela

ornamentá-la de cores

dizer “essa é ela”

conhecê-la

traduzi-la

e materializada ali

abster-se dela

em seu lugar

um sorriso

um abraço

um afago

uma lembrança boa

uma cantiga de ninar

mas há uma dor em mim que não cessa

é provável que já faça parte de mim. 

sábado, 19 de novembro de 2011

20 de Novembro – a grande data


Mãe Menininha do Gantois 
Ora yeyê Oxum !


“Mulher elegante que tem jóias de cobre maciço
É uma cliente dos mercadores de cobre
Oxum limpa suas jóias de cobre antes de limpar seus filhos”
Saudação Yorubá a Oxum
Orixás – Pierre Fatumbi Verger

           
Eventualmente lançamos em nosso blog alguma data comemorativa, entre tantas, seja por seu significado, seja por sua irrelevância a considerar o dia do bacon, o dia do teclado, entre outras que, perdoem-me aqueles que a cultivam, foram criadas para que? Mas, teoricamente, vivemos em um país democrático, onde prolifera a liberdade de expressão e onde não existem diferenças. Concordam? Certamente não. Cada pessoa tem uma estória para contar sobre cenas explícitas ou não de discriminação, preconceito, rejeição, descaso, a tão comentada exclusão. E há muitas maneiras legais de manter seus conceitos, muitas vezes fundamentados por uma douta ignorância que paradoxalmente insistimos cultivar.

            Estamos na chamada Era do Conhecimento e, realmente, a tecnologia atinge a níveis inconcebíveis, enquanto o ser humano ainda anseia pela chegada da Era do Auto-Conhecimento o que dispensará esse número extraordinário de leis que tentam desesperadamente assegurar direitos de ser humano a todas as pessoas independentemente de suas crenças, hábitos, religiões, manifestação de sua sexualidade e de suas raças em especial a cor da pele. Embora sejam louváveis as leis que buscam refrear os abusos, denota-se claramente que vivenciamos uma sociedade doente. Uma sociedade que, por não priorizar a Educação, necessita de legislações inúmeras que cerceiem os excessos e garantam os direitos. Por outro lado, como refletia nossa querida e sábia Rosa Luxemburgo “quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”. Faz-se importante manifestar-se, exigir reconhecimento, valor em ser humano. Daí a importância da data de hoje: 20 de novembro – Dia da Consciência Negra. Embora minha pele não denuncie meus antepassados desfilam quase todos de origem indígena e africana.

            Uma data que, com certeza, não deve resumir-se a cartazes e recitais, é uma data de reflexão e de ação. O negro ainda ocupa espaços restritos, vez ou outra quebrando o cerco, sutil, pouco transparente, aparentemente amistoso e democrático.

            Vinte de Novembro nos trás a memória grandes lideranças a começar por Zumbi dos Palmares ou antes dele, Acotilene (ou Aqualtune), e Ganga-Zumba. Relembramos Abdias do Nascimento, lembramos de Mãe Menininha do Gantois, de Mãe Stella e de Pai Agenor. Mãe Menininha trouxe para as revistas e televisão o respeito do Candomblé, respeitada e querida, um nome consagrado e imortalizado para todos os tempos. Maria Escolástica da Conceição Nazaré. Oxum na terra. Mas não é possível hoje, falar do negro sem falar de Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi, Odé Kayodê. O que uma pessoa pode construir? Mãe Stella se imortaliza por suas obras. É Oxóssi na terra. Cada cidade deve, neste momento estar refletindo sobre nomes mais particulares, pessoas que deixaram a si para lutar por uma coletividade, ou ainda uniram sua individualidade ao coletivo.

            O que é o brasileiro sem as raízes africanas: da linguagem aos pratos mais saborosos, a fé nos orixás, nos voduns, nos inkices. Milhares de pessoas reúnem-se a beira-mar no réveillon para saudar a grande mãe Iemanjá, nossa mãe africana, embora talhada de pele alva e longos e reluzentes cabelos negros. Quantas crenças, quantos hábitos foram inseridos no cotidiano de maneira que tão integrado nem imaginamos que partiu da África desde 1594 com primeiros negros aportando por estas terras. Mas negro não é apenas manifestações culturais é a força da resistência, materializada nos candomblés.

            Vinte de Novembro também se celebra Mawu, que criou a terra, os seres vivos e engendrou os voduns. Nos Candomblés, Xangôs e Batuques os deuses dançam e isso é magnífico! A beleza, a seriedade e ancestralidade de uma religião que deve ser respeitada.

            Há uma música muito bonita intitulada “É d´Oxum”, de Gerônimo, lembro-me dela cantada por Caetano, quase um hino e acredito que ela se faz brilhar em cada cidade brasileira:

Nessa cidade todo mundo é d'Oxum
Homem, menino, menina, mulher
Toda gente irradia magia
Presente na água doce
Presente na água salgada
Presente na água doce
Presente na água salgada
E toda cidade brilha
Seja tenente ou filho de pescador
Ou importante desembargador
Se der presente é tudo uma coisa só
A força que mora n'água
Não faz distinção de cor
E toda cidade é d'Oxum
É d'Oxum
É d'Oxum
Eu vou navegar
Eu vou navegar nas ondas do mar.

            “É tudo uma coisa só”. Quando abordamos a Era do Auto-Conhecimento é justamente por acreditarmos nesse despertar da consciência. Sentimos as mesmas dores, cultivamos anseios similares, construímos nossos pensamentos através dos mesmos mecanismos, o sangue corre o mesmo em todas as veias, seja um ou vários deuses todos buscamos a paz, a felicidade, o bem estar, a saúde, a longevidade. Urge reconhecermos, no mínimo o ser humano. Digo, no mínimo, por que o respeito deve estender a todos os seres, todos sentem, todos vivem, todos querem viver.


            Acredito que 20 de novembro não é apenas um grito que ressoa dos recônditos lá de Alagoas com nzumbe, o fantasma negro que, apesar de aparentemente ter sido liquidado, ressurgiu qual fênix para salvar não apenas seu povo, mas toda gente. É grito mudo e, muitas vezes silencioso, de alguém que se impõe por sua competência, alicerçada por suas raízes e alimentada por sua inquebrantável força.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

POR DO SOL


sopra ao longe a beleza do dia
em cores emerge o crepúsculo
nostálgico e enigmático
queimando de leve a seda tênue
que protege a noite
e ela fulge negra e encantada
brotam estrelas e luas
segredos que brilham no firmamento
bandos de pássaros gorjeiam
o canto gostoso da cigarra
há um misto de tristeza e placidez
no alto do Morro do Cruzeiro1
ao som puro de um violão
sussurro a magia que impera
me alimento dela
respiro num profundo suspiro
e a gargalhada nasce como a fonte
de um rio
transformando-se num belo Véu da Noiva2
são os toques simples
de decodificar a beleza que se mostra e se esconde
“quem tem olhos de ver”3
enxergue e repare
o que o circunda.

1-       São Thomé das Letras (MG)
2-       São Thomé das Letras (MG)
3-       Mateus 13, 9-17

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Recital de Poesias - Itaú Cultural - São Paulo


Próximos lançamentos...fiquem atentos !!!


Cantos e Contos de Hoje – Editora Literacidade
Poetas e Escritores Brasileiros na Suíça – Valladares Books
Portas para o Além – Valladares Books
Antologia organizada por Fídias Teles
 e em breve o lançamento do Vôo da Cotovia, pelo Celeiro de Escritores (veja capa)

domingo, 13 de novembro de 2011

CURVAS DA VIDA



curvas sinuosas da vida
surpresas e desencantos
o vento em meu rosto
bebo e brindo a bruma
alvo orvalho da manhã
meu corpo nu estremece
ao toque pueril do sereno
e a chuva, ah a chuva
me embebeda
é louca !
branda e furiosa !
nas curvas da vida me deleito
preciso sorrir dos gritos daqueles
que temem as curvas
que se paralisam diante do despenhadeiro
que não sabem do aconchego do sol
que temem o lado negro da lua
...e nem o vemos !
após cada curva há sonhos e ilusões
delírios e pesadelos
e que bom conhecê-los !
abraçá-los...
fazer um cafuné gostoso naquilo que não deu certo
na expectativa que não foi atingida
e brindar as glórias, os encontros, a simplicidade
de apenas caminhar
o caminho da vida e fazer cada descoberta
dançar apaixonado enquanto o trovão faz seu fundo musical
e os raios coroam com apoteose o meu bailado
talvez após a curva
esteja a morte
talvez aquele sonho desbotado e esquecido
talvez esteja meu melhor amigo
talvez...
a incerteza nos move
a beleza nos rodeia
a amarílis e a abelha
um seixo perdido
vou descansar nessa sombra do ipê florido
coroar-me com suas flores
ser majestade por um dia
rei da minha própria vida
senhor de seus domínios
celebrar o meu destino
enquanto a vida segue
em suas belas curvas...

AAJ BEH – O ÍDOLO DE PEDRA




             As máquinas cavavam incansáveis o terreno onde seria construída a praça. Estavam previstas muitas árvores, inclusive frutíferas, um coreto para apresentações, bancos e uma academia ao ar livre e pistas para corrida, e outras destinadas a passeios ciclísticos. Era de grandes proporções e ousada. Pela primeira vez um gestor público olhava para aquele bairro, que embora o mais antigo da cidade, ainda permanecia semi-abandonado com ruas esburacadas e falta de infra-estrutura. A cidade crescera e os políticos se sucederam buscando garantir sua parte naquele latifúndio, despreocupados com a população, apesar dos embates jornalísticos, seja nas rádios, seja nos jornais, disseminando sempre inverdades visando sua eleição ou reeleição.

            As obras em determinado momento paralisaram. Um ataúde indígena havia sido localizado, quase que totalmente conservado. Dentro dele além dos restos mortais de um homem adulto, havia um pedaço de gnaisse de forma retangular com diversas inscrições e um ídolo do mesmo material, representando uma figura antropomorfa. A descoberta era desconcertante, não exatamente pelo ataúde, pois outros já haviam sido encontrados, mas a pedra esculpida e o ídolo revolucionavam a história e a visão que se tinha dos indígenas desde a colonização portuguesa e perpetuada pelos padres da Companhia de Jesus ressaltando a importância de educar e moralizar os silvícolas, caracterizando-os como ignorantes, sem alma, sem religião, com objetivos claramente exploratórios e de subordinação.
            Em pouco tempo a cidade viu-se projetada na mídia, inclusive internacionalmente. Era um achado de valor inestimável para a cultura (agora os indígenas a tinham!). Gustavo e Adolfo, pesquisadores e estudiosos da cultura indígena, buscando resgatar a vida, a história e a dignidade dos reais donos daquelas terras, passaram a dedicar seus dias e noites para decifrarem o enigma das inscrições na pedra. Entendiam a possibilidade de ser um mapa, embora não pudessem estabelecer referências sobre isso.  

            A obsessão de Adolfo superava a fome, a sede e o cansaço. Quando dormia sonhava com o ídolo. Nos sonhos ele se levantava e quando o fazia mostrava-se um forte e destemido guerreiro mochica. Transtornado pelas visões que o inquietavam, decidiu embarcar para o Peru e visitar Chan Chan. Entre as ruínas meditou, entregou-se ao Deus Sol, realizou antigas oferendas, aquietou-se para uma conexão com os antepassados. Por diversas vezes acreditou ter visualizado o ídolo em pé ao seu lado, olhando-o fixamente e apontando para o norte, mostrava-se porém de carne e osso, belo e altivo.

            A viagem não trouxe, aparentemente, grandes informações apesar de possíveis similaridades. O fato é que aquela figura passou a apresentar-se a ela a qualquer momento, fosse em casa, no trabalho ou em determinados lugares em que se distanciava para descansar. Algo mais intenso ainda acontecia, ele desejava aqueles momentos. Esperava que ele aparecesse. Chamou-o de Aaj Beh.

            Adolfo foi tomando a frente do projeto, enquanto Gustavo se distanciava atraído por outros trabalhos que surgiram e que demonstravam maior possibilidade de êxito. A tábua de gnaisse parecia clarear, apontando para estranhas rotas. O Piauí foi uma das descobertas. Decidiu fazer um passeio por alguns pontos começando por São Thomé das Letras, em Minas Gerais, depois a Toca da Esperança na Bahia, a Serra da Capivara no Piauí, os municípios de Itapetim, Afogados da Ingazeira e Carnaíba em Pernambuco, e a Pedra Lavrada do Ingá na Paraíba. Havia um mundo a ser explorado.


            Henrique e Adolfo aceitaram o desafio de criar uma rota. Estavam juntos já há onze anos. Henrique havia estudado Geografia e sua ajuda seria primordial. Haviam incríveis coincidências sobrepondo o mapa que percorreriam e as informações contidas na pedra, apesar de que outros símbolos geravam dúvidas se estavam certos. Nas visões que Adolfo tinha e que sucediam a aparição de Aaj Beh apontava cenas das aldeias e rituais dos mais diversos, incluindo uma data em que muitas tribos se reuniam para venerar o ídolo.

            Esses rituais em alguns momentos assemelhavam-se aos dos mochicas, onde após as bebidas, como a chicha, entregavam-se a uma série de orgias, ou o cauim dos indígenas brasileiros. Uma tormenta de idéias sacudia a mente de Adolfo, cada vez mais concentrado no assunto. Às visões das orgias, misturavam-se cenas de sacrifício onde o sangue alimentava o ídolo. E ele conduzia os xamãs a uma viagem a outros mundos e faixas vibratórias em que ensinava o uso das ervas, das pedras, das danças e sons na cura e no transe para que tivessem distintos poderes. Através destas viagens alguns eram capazes de conversar com espíritos que habitavam a floresta e até se transformarem em animais como a onça, o jacaré, a sucuri ou o mutum.


            Um livro caiu nas mãos de Adolfo : “Viagem ao Desconhecido – Os segredos da Pedra do Ingá”, de Gilvan de Brito. A coincidência do livro em suas mãos demarcava outra fronteira: caminhava para o lugar certo. As conexões existiam. Estava lendo o livro em uma praça enquanto estava em Itapetim e um ancião aproximou-se. Demonstrava-se exausto pela idade que se arrastava, as rugas marcavam dolorosamente a face de alguém que um dia gozara de plena saúde e vitalidade. Mostrava claramente sua descendência indígena.

            Sentou-se ao lado sem cerimônias fumando um cigarro de palha, talvez misturado com outras ervas, pois espalhava um odor amadeirado misturado ao fumo. Olhou Adolfo demoradamente envolto na fumaça.

            - Sei que não está só...comentou o índio olhando para o chão como se pudesse atravessá-lo a qualquer momento.

            - É... estou com uma amigo meu, mas ele preferiu ficar no hotel para descansar um pouco...disse ressabiado, sem entender por que estava sendo observado pelo velho índio.

            - Hum...resmungou parecendo pensar, falo daquele que te segue...

            Adolfo começou a sentir os músculos tremerem. Realmente aquele homem sabia mais.

            - O senhor pode vê-lo também ? Há momentos em que penso estar ficando louco...revelou, quase que pedindo ajuda.

            - Tá vendo lá em cima ? Aquela árvore ? Hoje quando escurecer vou encontrar o senhor lá...determinou o índio sem mais explicações.

            Levantou-se e seguiu vagarosamente apesar de Adolfo tentar insistir em maiores esclarecimentos. Voltou ansioso e extasiado ao hotel. Henrique o advertiu para não ir, não conhecia o lugar, não conhecia o homem, não sabia o que poderia acontecer. Uma discussão emergiu somente extinguindo por parte de Henrique revelando suas preocupações e pedindo que tomasse cuidado.

            Empunhando uma lanterna, Adolfo seguiu a trilha que levava para a grande árvore. Permaneceu solitário por um bom tempo, ouvindo os ruídos da mata escura, o pio das aves e controlando o medo. O velho índio surgiu do nada como uma aparição, levando Adolfo a um incontido grito. O homem fez um gesto para que o seguisse. Havia uma aldeia ocupando uma clareira na mata e vários homens tão velhos quanto ele estavam sentados em círculo ao redor de uma fogueira. Foi convidado a sentar-se em um espaço com um simples indicar de dedos. Sentou-se, tomaram uma bebida de milho, depois fumaram. Embora Adolfo não tivesse fumado, a fumaça os odores e os cantos monótonos o levaram a um estranho torpor. Os homens falavam com ele e ele entendia, mas não conseguia comandar seu lado racional.


            De repente o velho índio apresentou-lhe o ídolo. Assustou-se. Era o mesmo. Um objeto sagrado, preservado há pelo menos três mil anos, oriundo de civilizações ainda mais antigas. A aproximação do ídolo em sua testa o fez sair em uma viagem astral onde viu Aaj Beh e um portal de luz se abriu.


               O ídolo tornara-se uma machadinha de pedra para acertar o crânio da pessoa a ser sacrificada em sua honra. Adolfo foi banhado com sangue e depois lavado com ervas sagradas preparadas pelos feiticeiros.

            Adolfo despertou em sua cama no hotel, sem saber como chegara lá. Henrique roncava em sono profundo. Era hora de retornar, nada mais havia a se fazer ali. Devolveria o ídolo ao Museu e ali deveria permanecer. No Museu estaria preservado e não cairia em mãos indevidas. O ídolo abria um perigoso portal, caminho que poucos teriam condições de adentrar e percorrer. Ele, no entanto, tornara-se um xamã, conhecia, agora, o segredo, esse segredo, porém, morreria com ele.   


              Olhando o mapa de gnaisse percebia que ele parava ali, exatamente naquela clareira onde sua vida tomara um novo rumo. Estava em uma outra faixa vibratória, com percepções extrafísicas que com raras pessoas poderia comungar. 

sábado, 12 de novembro de 2011

DIÁLOGO SOBRE A LAMA


The Nest, Lineberg Heath, Germany
installation by Nils-Udo, 1978


no solo podre
a vida brota
esplendores em flores
perfumes que se contrastam
doces e fétidos
na lama me encontro
na lama produzo
da lama se cria
na lama recrio
argila se modela em formas
curvas, ríspidas, monótonas
todos os ritmos e sons
nela a rã, o guará, o caranguejo
nela está em você
sua primeira forma
o barro
o sopro
o vento
a vida
no barro está a morte
riquezas de toda sorte
a palha, o vime, o papiro
na lama escrevo o tempo
sorvo o eterno momento
da criação
no solo podre
no pó sob teus pés
tudo floresce
lírios, nenúfares, aguapés
na lama
caminha branca a garça
elegante e nobre
altiva e serena
na lama
o porco fuça
aos pés da bamburucema
no solo podre
a vida brota.

CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

Livros (Solos): “Análise Combinatória e Probabilidade”, Geraldo José Sant’Anna/Cláudio Delfini, Editora Érica, 1996, São Paulo, e “Encantamento”, Editora Costelas Felinas, 2010; "Anhelos de la Juvenitud", Geraldo José Sant´Anna/José Roberto Almeida, Editora Costelas Felinas, 2011; O Vôo da Cotovia, Celeiro de Escritores, 2011, Pai´é - Contos de Muito Antigamente, pela Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012, A Caminho do Umbigo, pela Ed. Costelas Felinas, 2013. Metodologia de Ensino e Monitoramento da Aprendizagem em Cursos Técnicos sob a Ótica Multifocal (Editora Scortecci). Tarrafa Pedagógica (Org.), Editora Celeiro de Escritores (2013). Jardim das Almas (romance). Floriza e a Bonequinha Dourada (Infantil) pela Literarte. Planejamento, Gestão e Legislação Escolar pela Editora Erica/Saraiva (2014).

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Metodologia e Avaliação da Aprendizagem

Pai´é - Contos de Muito Antigamente

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Contos de Geraldo J. Sant´Anna e fotos de Geraldo Gabriel Bossini

ENCANTAMENTO

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meus poemas

Análise Combinatória e Probabilidades

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juntamente com o amigo Cláudio Delfini

Anhelos de la Juvenitud

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Edições Costelas Felinas

A Caminho do Umbigo

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Edições Costelas felinas

Voo da Cotovia

Voo da Cotovia
Celeiro de Escritores

Divine Acadèmie Française

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Prêmio Luso Brasileiro de Poesia 2012/2013

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Literarte/Mágico de Oz (Portugal)

Lançamento da Antologia Vozes Escritas

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Noite de autógrafos em Barra Bonita-SP

Antologia Literária Cidade - Volume II

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Poemas : Ciclone e Ébano

Antologia Eldorado

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Antologia II

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Antologia Cidade 10

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Org. Abílio Pacheco

Antologia da ALAB

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Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas

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Lançamento do CELEIRO DE ESCRITORES

Contos de Hoje - Narrativas

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O Conto Brasileiro Hoje

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