segunda-feira, 11 de abril de 2011

A NINFA

Sentado no banco tosco talhado na madeira de uma majestosa árvore que reinara há centenas de anos naquele sítio, uma paineira que cedeu espaço para a construção do galpão, já não mais utilizado, permito-me voltar ao passado. De alguma maneira a árvore resiste ao tempo impondo sua presença, mesmo que calada servindo-me de assento. Olho as acácias ao redor da grande casa, onde tantas histórias se sucederam, tantos acontecimentos que povoaram a minha vida e a vida daqueles com os quais pude conviver. O mugido dos bois não distantes são um alento, uma música suave que ameniza as dores já prementes e as saudades longínquas que como a paineira perdeu o elo que separa o ontem e o amanhã.
Aos oitenta e dois anos tenho a felicidade de rememorar cenas e pessoas, a transformação da paisagem algumas vezes imposta por minhas próprias mãos, exceto um espaço reservado e guardado, protegido como o antigo Éden, como os sapais da Mesopotâmia, um recanto de delícias e acontecimentos que mudaram o rumo de minha vida.
Nascido e criado no rigor dos conceitos do homem rude do campo, aprendi a ser forte, a cumprir as tarefas que me competiam. Aos treze anos estava capinando, rachando lenha, cavalgando, acompanhado de meu pai e integrando-me ao grupo de peões, alimentando conceitos e conversas de macho. Distanciei-me da cozinha da casa, do zelo da mãe, tornando-me até grosseiro, inconscientemente restringindo a mulher a algumas tarefas quase sempre de apoio, serviços e subalternas à pujança masculina.
Havia um lugar que me permitia renovar-me, reabastecer-me, dissolver um pouco as agruras do trabalho e aliviar-me das pressões, cobranças e exigências e responsabilidades de ser homem, obrigando-me algumas vezes a ocultar tantas emoções, sentimentos, desejos. Momentos em que desejava abraçar minha mãe, beijá-la, acariciar-lhe os cabelos já enevoados, mas atitudes de fraqueza poderiam gerar ironias, zombarias e até repreensões pelos companheiros. O lugar era paradisíaco, um córrego de águas muito límpidas, sempre geladas, alimentava as muitas vegetações e saciava a sede de animais dos mais diversos tipos. Ainda na infância podia deparar-me com uma onça, uma raposa, um lobo guará, um grupo de capivaras aproveitando-se da beleza e do manancial. Ali me recompunha. Aconchegava-me aos pés de um guapuruvú e entre cochilos e devaneios encontrava-me comigo mesmo, em momentos únicos e especiais.
Ouvindo o murmúrio persistente do riacho, o assovio de um pássaro, o coaxar do sapo ou a algazarra das cigarras me rendia aos encantos da grande mãe natureza. Deixava-me embalar pela suave brisa que parecia brincar com meus cabelos, que vinham até os ombros, a barba e o bigode, de um castanho claro e brilhante. A brisa tinha a temperatura do riacho.
Sonolento parecia vislumbrar uma moça que emergia do lago, com suas vestes alvas e vaporosas, os cabelos dourados cintilantes, a tiara de flores do aguapé, sentava-se a meu lado, algumas vezes selava-me com um beijo adocicado na testa. Durante muito tempo deixei-me arrastar por esse sonho até descobrir que não era fruto de minha imaginação.
Um dia menos exausto pude vê-la claramente assim que joguei-me no chão com a camisa entreaberta, a calça suja e surrada, a bota já bastante desgastada. Primeiro a brisa suave e logo em seguida a presença encantadora. Olhou-me como se duas turquesas me fitassem. Beijou-me a testa sem qualquer timidez, afinal esse era o ritual que acontecia há meses.
Ela nada falava, mas eu podia sentir tudo. Suas emoções, seus pensamentos, seus desejos. Eu sabia que nos amávamos. Também sabia que a concretização desse amor era impossível. O nome dela fluía dentro de mim como uma inspiração: Wraticika. Wraticika me ensinou a possibilidade de amar com o espírito e não apenas o ato sexual, como eu havia aprendido com meus amigos peões, cada encontro nosso era repleto de um sentimento superior, carinhoso, que transcendia a qualquer referência que pudesse obter do que se sente por alguém. Não demorou para que eu fosse duramente cobrado quanto a ir buscar mulheres ou, pelo menos, me divertir com elas. Meu coração estava no riacho zelado pela ninfa pela qual me apaixonara.
Wraticika ensinou-me a presença da Deusa em tudo o que eu via, contava-me o culto da Mãe em todas as civilizações e as maneiras pelas quais se impunha ao homem, gravada em seu inconsciente. Logo a associei a Virgem Maria e suas múltiplas aparições com tantas faces, mas predominantemente ligada às águas.
Foi através de minha esposa elemental que eu pude abraçar minha mãe e chorar, agradecer-lhe a vida, a educação, o afeto e continuar sendo homem. Foi através dela que minha relação comigo mesmo e com a natureza se alterou. Paguei altos preços para preservar o reino de Wraticika. E eis-me aqui já ancião, demonstrando que é possível tantas coisas.
Durante sessenta e seis anos visitei devotadamente o riacho, sempre ao crepúsculo, pra visitá-la, descansar em seus braços, rir com ela, conhecer a vida num ângulo radicalmente oposto ao que a educação que recebia insistia em orientar.
Agora retorno para junto do riacho, o corpo já não possui a flexibilidade de antes, mas com a ajuda de minha bengala sento-me junto ao tronco da árvore que por tantos anos acolheu-me. Logo o perfume dos lírios enchem o ar como um bálsamo e minha companheira deixa a placidez das águas para abraçar-me, contar suas antigas estórias, amenizar minhas dores e dessa vez também para despedir-se.
Uma clara luz nos envolve e embala. Cumpri meus dias. Foram dias felizes. Aos olhos de todos fui um solteirão estranho, avesso às farras, para mim fui um homem feliz que amou e foi amado.
O riacho no sítio está seco. Wraticika e eu caminhamos por um bosque. Talvez o ancestral paraíso tão buscado pelas religiões.

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CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

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