Gosto de caminhar entre as tumbas. Posso passar horas desfilando entre elas. Lugar certo de todos nós. Enquanto caminho absorto entre elas aprecio observar as fotos, as expressões e através delas tentar advinhar a vida, as expectativas e o fim de cada uma daquelas pessoas. Alguns rostos estampados nas fotos denunciam a serenidade, a forma de vida, a juventude ou a velhice, a vaidade e a pobreza. Assim como nós cada uma daquelas pessoas enfrentou a incerteza do dia seguinte e muniu-se de esperanças para enfrentar o porvir.
Algumas fotos, enriquecidas pelo que foi deixado na sepultura demonstra o estilo de vida, algumas vezes objetos pessoais e as crenças que sustentaram sua presença no mundo dos vivos. Mas ainda, no silêncio de seus túmulos, falam de si mesmas. Contam estórias. Narram episódios marcantes, decepções, tristezas, depressões e a permanente vida nas lembranças ali deixadas.
Entre as sepulturas lemos depoimentos marcantes e emocionados daqueles que ainda ficaram, flores, velas, presentes. Outras esquecidas, atacadas por vândalos, um ciclo que foi terminado efetivamente.
Pessoas que deixaram os familiares extremamente jovens, cheios de vitalidade, e outros já desgastados pelo tempo, pelas desilusões, pelo abandono. Gosto de fitar seu olhar e intimamente conversar com cada uma delas. Os diálogos são carregados de fortes e inesquecíveis ensinamentos. Faz-nos pensar sobre nós, enquanto viventes, e refletir sobre nossos desejos, nossos sonhos, nossas atitudes e nosso futuro. Em um ponto do futuro estaremos ali ou seremos cremados. Existe ainda a possibilidade de um corpo desaparecido no mar ou oculto no solo da floresta. De qualquer forma há uma estação em que devemos descer do trem, sem malas, sem bagagens, mas imantados de inúmeras lembranças.
São as lembranças que carregaremos conosco. O que semeamos em nossas searas, o que espalhamos em nossos caminhos. E esse é um momento muito íntimo porque não há plateia e não havendo público, desnecessárias são as máscaras, as mentiras, as articulações, as aparências, as encenações. Somos nós e nós diante do inevitável encontro com o que realmente somos.
Em um reencontro doce ou amargo com nossa essência. A morte. A morte é a grande conselheira do homem, amiga, companheira fiel, que pacientemente aguarda o momento em que deve bater o sino anunciando a estação que vamos desembarcar. Se existe vida, a morte é sua irmã gêmea. Por mais que as crenças delinearam caminhos para o que será após atravessarmos o portal da morte, ela ainda é a certeza e o semáforo que nos orienta e ensina. Ensina acima de tudo nossos valores.
São eles a moeda utilizada no porvir. Há quem tenha moedas mais valiosas, outros menos. E certamente tanto aqui como acolá há paupérrimos e milionários.
Não acredito em julgamentos. Não precisamos deles. Temos um sensor poderoso chamado consciência. Ele não se corrompe, não interpreta, não engana. Há um espelho íntimo onde podemos nos olhar sem nos iludirmos ou elaborarmos um complexo sistema de justificativas para nossas ações e reações. Sempre sabemos o certo e o errado, o bem e o mal, mesmo que tantas e inúteis vezes tentemos nos isentar.
Mesmo que, por medida de segurança e proteção, eu não acredite na vida após a morte, com a morte certamente iremos nos encontrar.
Por isso, caminho entre as sepulturas. Espantosamente reveladoras.
Algumas fotos, enriquecidas pelo que foi deixado na sepultura demonstra o estilo de vida, algumas vezes objetos pessoais e as crenças que sustentaram sua presença no mundo dos vivos. Mas ainda, no silêncio de seus túmulos, falam de si mesmas. Contam estórias. Narram episódios marcantes, decepções, tristezas, depressões e a permanente vida nas lembranças ali deixadas.
Entre as sepulturas lemos depoimentos marcantes e emocionados daqueles que ainda ficaram, flores, velas, presentes. Outras esquecidas, atacadas por vândalos, um ciclo que foi terminado efetivamente.
Pessoas que deixaram os familiares extremamente jovens, cheios de vitalidade, e outros já desgastados pelo tempo, pelas desilusões, pelo abandono. Gosto de fitar seu olhar e intimamente conversar com cada uma delas. Os diálogos são carregados de fortes e inesquecíveis ensinamentos. Faz-nos pensar sobre nós, enquanto viventes, e refletir sobre nossos desejos, nossos sonhos, nossas atitudes e nosso futuro. Em um ponto do futuro estaremos ali ou seremos cremados. Existe ainda a possibilidade de um corpo desaparecido no mar ou oculto no solo da floresta. De qualquer forma há uma estação em que devemos descer do trem, sem malas, sem bagagens, mas imantados de inúmeras lembranças.
São as lembranças que carregaremos conosco. O que semeamos em nossas searas, o que espalhamos em nossos caminhos. E esse é um momento muito íntimo porque não há plateia e não havendo público, desnecessárias são as máscaras, as mentiras, as articulações, as aparências, as encenações. Somos nós e nós diante do inevitável encontro com o que realmente somos.
Em um reencontro doce ou amargo com nossa essência. A morte. A morte é a grande conselheira do homem, amiga, companheira fiel, que pacientemente aguarda o momento em que deve bater o sino anunciando a estação que vamos desembarcar. Se existe vida, a morte é sua irmã gêmea. Por mais que as crenças delinearam caminhos para o que será após atravessarmos o portal da morte, ela ainda é a certeza e o semáforo que nos orienta e ensina. Ensina acima de tudo nossos valores.
São eles a moeda utilizada no porvir. Há quem tenha moedas mais valiosas, outros menos. E certamente tanto aqui como acolá há paupérrimos e milionários.
Não acredito em julgamentos. Não precisamos deles. Temos um sensor poderoso chamado consciência. Ele não se corrompe, não interpreta, não engana. Há um espelho íntimo onde podemos nos olhar sem nos iludirmos ou elaborarmos um complexo sistema de justificativas para nossas ações e reações. Sempre sabemos o certo e o errado, o bem e o mal, mesmo que tantas e inúteis vezes tentemos nos isentar.
Mesmo que, por medida de segurança e proteção, eu não acredite na vida após a morte, com a morte certamente iremos nos encontrar.
Por isso, caminho entre as sepulturas. Espantosamente reveladoras.
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