domingo, 16 de dezembro de 2012

OVO NEGRO


http://animaisbemestranhos.blogspot.com.br/2010/04/peixe-vaca.html

“No principio não havia nada. Apenas caos e escuridão. Todo o universo era um imenso ovo negro, e dentro dele estavam Yin e Yang, opostos que coexistem mantendo um delicado equilíbrio. Dentro deste ovo havia, também, um terceiro elemento: um espírito desenvolvendo-se em total silêncio”.
(Mitologia Chinesa)

 Somente após décadas da descoberta do planeta Kepler 22b foi que a sonda espacial Dercy 102 pousou em sua superfície com a tarefa de coletar materiais para análise. Estudos realizados demonstraram atmosfera similar a da Terra, embora com massa 2,4 vezes maior. As teorias de criação do mundo foram abaladas, apesar de entidades religiosas buscarem contornar os fatos, em especial procurando impedir a divulgação junto aos fiéis. O fato é que imagens coletadas de Kepler 22b colocaram a prova crenças e conceitos tanto religiosos, quanto científicos. O trabalho de pesquisa e exploração uniu China e Brasil em uma busca quase insana pelo indevassável Universo.

A Estação Experimental, denominada Lien-Eiruba, passou a ser atenção do mundo, localizada em Campos do Jordão, tornou-se área militar, gerando especulações da imprensa e originando livros que se tornaram best-sellers dado os assuntos polêmicos e recheados de mistério. A ansiedade pela exploração do planeta também passou a gerar divagações das mais diversas. Encarregados da missão, generais Carmelo Darago e Guo Chang, mantiveram o suspense, selecionando imagens e cuidando pessoalmente dos textos a serem divulgados.

As primeiras amostras que chegaram impressionaram a cientista Lian e o geólogo Marcelo. Estavam estupefatos pela quantidade de âmbar azul localizada. A sonda identificava grande quantidade do material. Outras pequenas sondas carregadas já haviam sido lançadas. A quantidade contida nas pequenas sondas superava toda exploração existente na Terra. A ideia de levar trabalhadores para Kepler 22b e explorar suas riquezas aumentava a cobiça dos generais e seus presidentes. Com atmosfera similar, bastava encontrar meios de burlar a gravidade, fato que as sondas comprovavam.

Guo Chang inspecionou os carregamentos que chegavam abundantes. Passariam pelos estudos geológicos, análises químicas e biológicas, intencionando detectar alguma forma de vida, mesmo que bactérias. 

Marcelo estava divorciado, após passar um longo tempo dependente químico e discussões violentas com a esposa Cássia. Do casamento nasceram Thiago e Eleonor, com dez e doze anos respectivamente. Após sua recuperação as relações com a esposa se mantiveram ríspidas e escassas, atendendo ao necessário. O sonho de Thiago era voar pelos céus identificando novos planetas, luas e estrelas. Eleonor, com sua boneca, havia se apegado a mãe e estava inclinada a Biologia Marinha.

Por sua vez, Lian, filha única de Guo Chang, era determinada, inflexível e rigorosa em seus conceitos, atenta exclusivamente ao trabalho e focada na exploração de Kepler 22b. As caixas de âmbar azul a seduziram de tal forma que passou a esquecer-se de dormir e alimentar-se, precisando ser forçada pelos auxiliares para que garantisse sua sobrevivência.

A madrugada revelou algo ainda mais magnífico. Enquanto manipulava as resinas chegadas do planeta distante, Lian verificou incrustado no âmbar um material negro. Efetuando a limpeza teve em suas mãos uma pedra, similar à obsidiana, negra e reluzente na forma de um ovo de gansa. Seu achado a fez ligar imediatamente para Marcelo, que se encontrava em pleno ato sexual com Anna Marine, com quem eventualmente se encontrava e terminava suas noites. Voou para o laboratório diante da descoberta.
 
O objeto era de extraordinária beleza. Compacto. Reluzente diante da luz da branca. Ultrassons mostraram compartimentos internos concêntricos. Passaram semanas debruçados no estudo do material. O mineral era desconhecido. Casualmente Marcelo percebeu que a incidência de diferentes irradiações de luz revelavam seu interior de forma particular. Sob a exposição da luz azul visualizava-se em seu interior uma espécie de feto. O espantoso é que o feto parecia crescer a cada observação. 

Pesquisas apontaram a presença de bactérias no âmbar e que proliferavam rapidamente em temperaturas mais baixas. Introduzidas em cobaias, as bactérias tornavam os animais resistentes a doenças e os revitalizavam, de maneira a mantê-los vivos por tempo indeterminado. Uma reunião com os presidentes dos dois países se fez urgente. Estavam a um passo de descobrir a imortalidade. Um grupo de pesquisadores voltou-se ao estudo das chamadas Liannus imortalis. Os resultados demonstravam-se assustadores.

Enquanto pesquisadores tocavam a imortalidade com seus potentes microscópios, uma série de mazelas assolava a população mundial. A fome, as guerras, doenças novas contracenavam com antigas como a cólera, o sarampo e a tuberculose, que retornaram consumindo milhares de vidas. Embora os laboratórios já tivessem em mãos antídotos suficientes para dizimar as doenças e os governos detivessem recursos para saciar a fome, o lucro mostrava-se o sinalizador para ações governamentais, acima de qualquer outro conceito ou valor.

Perante os estudos da Dra. Lian o ovo negro permaneceu imerso em acrilonitrila. O ovo estava gerando uma criatura. A primeira forma extraterrestre a nascer e ser estudada. Quando eclodiu surgiu um pequeno ser semelhante ao cruzamento incrível de uma Acanthostracion Quadricornis com uma Alvinella pompejana. O ser chamou a atenção de todos e mobilizou cientistas. A forma de vida pareceu estar tranquila e segura mesmo diante do olhar curioso das pessoas. Os pesquisadores, por sua vez, sentiam-se em profunda paz diante da criatura, conduzidos a um torpor e estado de meditação ou transe adentrando um estágio de sobreconsciência. O fato de se detectar obnubilação em alguns cientistas predispôs os generais a convocarem psicólogos e parapsicólogos para um outro estudo. Algumas pessoas eram levadas a um estado de amência produzindo medo a todos que possuíam acesso àquele ser cósmico.

Marcelo estava confuso e curioso. Aproximou-se e fitou profundamente aquele pequeno ser. Qiáo fú wǎ. Repetiu ele várias vezes o apelido que haviam dado ao E.T.iznho. Inofensivo. Pacato. Esculpido em um azul cintilante. 

 Qiáo fú wǎ olhou Marcelo como se tivesse identificado algo especial. Aproximou-se do vidro arrastando graciosamente. O moço pareceu sair de si e mergulhar-se em si mesmo. Lembranças. As discussões com Cássia e os arquivos mentais dessas discussões em seus filhos. Em um lapso de segundos pareceu entender os motivos e a forma de raciocínio de cada um dos envolvidos, associando as referências, experiências, sonhos e expectativas de sua esposa e filhos. Sentiu-se tolo em suas palavras e agressões. 

Nesse ínterim entendeu sua relação com Anna Marine, desde velhos tempos de infância, quando Anna ainda se chamava Mário. Todos os seus pensamentos se clareavam. Compreendia ter acessado uma consciência superior que tudo sabia, compreendia e pulsava em amor infinito.

Foi despertado aos chacoalhões por Dra. Lian. Já era o momento de fechar e blindar o laboratório. Apenas não perceberam a presença de Eva oculta nas sombras dos grandes armários. Quando a última luz apagou a moça emergiu das sombras e tendo em mãos uma lanterna aproximou-se de Qiáo fú wǎ. Ele demonstrou aguardá-la. Hipnoticamente ela abriu a cela em que se mantinha prisioneiro e caiu em convulsões. A criatura escorregou por entre os esgotos.

O desaparecimento do pequeno kleperiano acionou a defesa de elite dos dois países. Aos poucos, contudo, os noticiários alardearam mortes instantâneas de pessoas e animais. As pessoas aturdidas suicidavam-se em massa. Animais pareciam ter enlouquecido. Exames na represa que abastecia a cidade anunciaram a presença de elementos químicos similares ao da criatura. Estava contaminada.  Qiáo fú wǎ havia se refugiado na represa. Peixes começaram aparecer boiando e algas azuis disseminaram-se abundantemente. A presença de chuvas e a redução da temperatura gerou preocupações, pois o transbordamento da represa poderia contaminar ainda outras fontes.

Para desespero coletivo, Carmelo Darago e Guo Chang reuniram a equipe para apresentarem dados de pessoas contaminadas a partir de água de poços e vários rios e lagos próximos. A praga se alastrava em progressão geométrica. Fotos de satélites mostravam as algas azuis como fractais em vários pontos dominando a região.

A Dra. Lian informou que o estudo com as bactérias havia evoluído e testes demonstravam que seria o melhor antídoto contra as mortes das pessoas e a única para conter o próprio ser que as provocava. De alguma forma, ao que parecia o âmbar azul e as bactérias mantinham o ovo negro latente em Kepler 22b. Guo Chang e Darago não concebiam a ideia de abrir mão de tal descoberta. Agora entendiam as fotos de Kepler 22b revelando cidades abandonadas, apesar das construções monumentais.

O celular de Marcelo anunciou emergência. Os filhos estavam contaminados e encontravam-se em estado de histeria. Cássia mostrava-se desesperada e, vencendo os próprios sentimentos, resolvera ligar para o ex-marido. A morte dos filhos ocorreria em alguns dias. Desesperado, procurou Dra. Lian para que aplicasse o antígeno nas crianças. A recusa foi imediata. Aquele era um projeto secreto e não poderia ser utilizado sem permissão superior.

Encontrando a negativa de todos os superiores voltou para a casa onde encontrou os filhos em situação deplorável, extremamente pálidos e suando em abundância. Como sempre buscou os conselhos e o apoio de Anna Marine. Destemida e corajosa organizou um plano para roubarem o soro.

Madrugada alta, os dois adentram a área de segurança. Agredindo guardas, atirando quando preciso e golpeando-os de surpresa, tomaram em suas mãos algumas cápsulas. Cães de guarda os localizaram e passaram a persegui-los. Anna Marine foi destroçada por três deles. 

Marcelo chegou a casa já ao amanhecer, certo de que não poderia retornar. As câmeras de segurança o haviam registrado e naquele momento o exército estava em seu encalço. Injetou uma dose em cada filho, na esposa e em si mesmo. Fugiu. Somente então percebeu a desolação. Pessoas esqueléticas e alucinadas correndo pelas ruas. Corpos estendidos sendo consumidos lentamente pelos urubus. Pessoas pedindo ajuda presas em suas próprias casas. Nada mais tendo a perder entendeu que deveria voltar ao laboratório e lançar as cápsulas na represa tentando conter o intruso.

Escondido próximo à área de segurança foi surpreendido por Lian com uma mochila repleta de cápsulas.
 
- Não pergunte nada, apenas me siga – resmungou ela, rápida como um felino por entre carros e muros.
 
O entardecer refletia o sol, em total descaso, sobre a imensa lagoa. As algas formavam belíssimas figuras em nuances azuis. Figuras venenosas que atuavam na consciência como alucinógenos potentes. Em pontos estratégicos os frascos abertos foram lançados. 

Uma densa chuva iniciou com relâmpagos e trovoadas. As águas agitadas pela chuva espalhavam ainda mais rapidamente o soro, sendo possível ver as algas tornaram-se ebúrneas e diluírem quase que instantaneamente.

De mãos dadas e ensopados mergulharam na Serra da Mantiqueira. O rio Piagui estava contaminado o que levava a entender que muitas outras localidades estavam condenadas. Seria preciso segui-lo e espalhar o antídoto.

Com o jipe wrangler da Dra. Lian percorrendo a região, começou-se injetar nas águas dos rios as Liannus imortalis ou o soro obtido nas pesquisas. Sempre perseguidos por atiradores de elite, o casal desafiava o tempo e a própria vida.
 
Próximos ao rio Paraíba do Sul, Marcelo foi ferido na coxa por um tiro. Dra. Lian arrastou-o para o jipe e saíram a toda velocidade. Após quilômetros. Marcelo comentou sorridente que a bala fora expelida e o ferimento cicatrizado. De alguma maneira o antídoto também o mantinha invulnerável.

Reunida a imprensa informaram que a situação estava controlada, cientistas brasileiros e chineses haviam encontrado o antídoto para o mal que contaminava as águas, certamente algum produto químico despejado por uma indústria. As providências estavam sendo tomadas para que o fato fosse controlado e não voltasse a ocorrer. 

Darago e Guo Chang não tiveram escolha a não ser apoiar as declarações dos pesquisadores.

Meses se passaram, levando todos a retomarem suas vidas normais. Marcelo e Lian decidiram se casar. Thiago e Eleonor entraram com as alianças em uma cerimônia campestre e com a presença das altas autoridades brasileiras e chinesas. A lua de mel seria na Tailândia.

Hospedados no hotel, ouviram gritos de pavor, pessoas dementes corriam pelos corredores. Magras, pálidas, contaminadas. 


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CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

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