Santa Filomena
Pela fé e amor à Deus acusados
Censurados da nação Greco-romana
Estandartes cristãos incendiados
Pávidos com a multidão insana
No chão as cinzas ou corpos deixados
No céu a alma sublime e santa
Aos pagãos ideais talhados e
Aos cristãos a fé que encanta!
No fio do infame pique agonizam
E a vida nobre e bela eclipsam
Ressurjam memórias gloriosas
Destas almas que da volúpia foram abandonadas
A Fé, a Caridade, as vestes vaporosas
Indo pelas terras o amor do Cristo espalhando
E aqueles que por obras caridosas
Se vão da terra libertando...
Oh! Priscas celestiais colunatas
Protejam os santos das hastas
Para não haver mais almas degoladas!
Formem-se broqueis de flébil anil
E não haverá o tédio das santas enforcadas!
Nem o cilício da morte à ferro frio!
Oh! Turíbulo não pares de incensar!
Vários tem sido os peregrinos
Que a Guerra Santa tem feito enlear
É preciso que a centelha acuse os assassinos
A chispa assaz destruirá o sarcasmo
Destes que se julgam deuses
E não passam de asnos!
Soturnos foram os dias de antanho
As santas ações que os santos fizeram
Cale-se, ó burlesco César romano!
Vitórias que teus exércitos tiveram
Não passam de mórbido ato leviano!
Grandes atos devem ser relatados
Olhe para a lápide fria
Cripta melancólica dos desencarnados
Exemplos de paz jazia
Ideia pacífica dos tempos passados
Ao mundo pagão amásia
Que apesar de enamorados
Pertinaz ideia não conseguia
Contudo o destino preparava novos fados
Que o Sol mesmo preludia.
Hoje os anjos vos falaram
Reis Magos a uma estrela olharam
A notícia ao mundo espraiou
A terra seria expurgada
Nascera o Redentor!
A alegria abarcou no quente Saara
Atingiu o fâmulo felá
A Europa, Asia, até mesmo
O homem na distante igara!
Somente Herodes não conseguiu conquistar.
E foi na esquálida manjedoura
Que o Grande Mestre nasceu
protegido por sobeja estrela loura
que naquela noite apareceu.
Quando cresceu atravessou rios e penedos
Escolheu airosos discípulos
Pregou a Doutrina sem medos
Explicando do Sagrado Livro os versículos.
E apesar da santidade
O lenitivo Senhor sofreu terível flagelo
Em mãos nefandas sem igualdade
Macerando aquele corpo santo e belo.
O povo instigado pedia a crucificação,
No entanto, o Mestre, a cada repúdio dos homens,
Enternecia imbuído de compaixão
Havia exortado a tantos
Seu semblante reluzia claro
Levando o tosco grilhão
No alto do morro a cruz entorpece;
Denegrida aponta a galhardia humana
A porfia e o embargo da mentira
Que a cada dia cresce
Levando os seres a triste demanda!
Alegrai-vos, contudo, o fim não é a campa
Disse o Mestre ao deixar este mundo
Eu perdoo a raça humana!
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