olho o cedro rígido e majestoso
erguendo-se altivo na planície
mágica visão entre montanhas
entre alvas brumas, sumptuoso
crava-lhe o machado impiedoso
guiado pela mão do próprio homem
conforto, aconchego, aquecimento
tudo se justifica no momento
em que tomba rígido e indefeso
tombam também gorilas e rinocerontes
maiores se tornam os horizontes
ninhos, sonhos, estrondo magistral
árvore não pensa, não sente, afinal
esculpe-se, martela-se, modela-se
belo genuflexório que em sua função
unirá, ao menos assim dizem, deus
que no pino do meio dia irradia
sobre o homem e sobre a terra
sua luz que se entalha abençoando
o homem, o machado e o cedro
oculto na penumbra da capela
na busca inútil de se auto-perdoar
mata, fere, extingue, transmuta
ao seu redor, sem poder se olhar.
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