Ao belo filho de Yemanjá e Oxalá
persistente como mar que há milênios tenta subir pela areia
o mar, misterioso e infinito mar,
cuja deusa, criadora e mãe de todas as coisas,
Yemanjá
Janaína, Dona Maria, Kaiala, Sobá, Princesa de Aiocá,
Mucunã, Inaê, Sereia...
protetora, calma , tranqüila, franca, bela e sensual,
ciumenta e voluntariosa,
reina imponente e impetuosa.
Yemanjá
não esquece as traições, as mágoas, as ofensas,
senhoras das águas,
Yemanjá
que tenta tocar Oxalá, em suas areias brancas e límpidas,
Oxaguiã
curioso, detalhista, ensimesmado, preocupado com a aparência,
em aparecer bem, o carinho que aquece,
aquece como a areia sob o sol,
teu corpo tem o gosto do mar e o calor das areias brancas,
o perfume da maresia,
tem o encanto do mar nas noites de lua cheia
enquanto desfilo roçando na areia
a magia do mar e a pureza da areia
a praia
teu hálito
salgado corpo
em mar sagrado
belo até mesmo nas ressacas
quero mergulhar em tuas ondas mais profundas
vasculhar teus segredos e mistérios
ocultar-me em tuas águas
tornar-me zona de varrido
como um sonho destemido
a construir-se como castelos na areia
e mesmo que por momentos sobreviva
quero tocar teu colo úmido
beber tuas escumas
e brindar como um pirata os tesouros
de teu reino.
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